IMO aprova plano Net-Zero e desafia setor marítimo global

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Em um movimento histórico rumo à descarbonização do transporte marítimo, a Organização Marítima Internacional (IMO) aprovou, na última sexta-feira, o Net-Zero Framework — um conjunto de medidas obrigatórias para zerar as emissões de gases de efeito estufa até 2050. A nova era exige mais do que adaptação: pede inovação, cooperação e liderança, especialmente para países com vocação oceânica como o Brasil.

O que muda com o IMO Net-Zero Framework

O IMO Net-Zero Framework estabelece, pela primeira vez, metas obrigatórias e universais para a redução das emissões no setor marítimo, com neutralidade total prevista até 2050. O pacote de medidas inclui a adoção de combustíveis alternativos de baixo carbono, criação de mecanismos de compensação econômica para tecnologias limpas e a instituição de fundos internacionais para fomentar pesquisa e inovação em sustentabilidade marítima.

Essas diretrizes impactam diretamente os países com frotas comerciais significativas e infraestrutura portuária estratégica — como é o caso do Brasil. A partir de agora, armadores, estaleiros, operadores logísticos e toda a cadeia naval precisarão rever processos, adotar novas tecnologias e investir em transição energética para se manterem competitivos e regulamente adequados no mercado global.

Inovação conjunta: o diferencial do Cluster Naval-RJ

Frente a esse novo cenário, o Cluster Tecnológico Naval do Rio de Janeiro (Cluster Naval-RJ) destaca-se como elo entre indústria, academia e governo, reunindo atores estratégicos comprometidos com a inovação sustentável no setor marítimo. Criado com base no modelo da tríplice hélice, o Cluster já desenvolve projetos de tecnologia limpa, digitalização de processos e eficiência energética.

Empresas associadas colaboram com universidades e centros de pesquisa na criação de soluções voltadas para propulsão alternativa, uso de hidrogênio, biocombustíveis e tecnologias de captura de carbono. Esse ecossistema inovador transforma o desafio regulatório em oportunidade de liderança tecnológica, e posiciona o Brasil como país apto a responder à nova era da IMO.

O Brasil entre o oceano e a inovação

Com mais de 7.300 km de litoral e um setor marítimo vital para o comércio exterior, o Brasil tem posicionamento estratégico na economia azul global. No entanto, para manter sua relevância, precisa acelerar a adoção de políticas que estimulem pesquisa, desenvolvimento e transição energética, de forma articulada com as diretrizes internacionais.

A resolução da IMO é um chamado claro: não há mais espaço para inércia ou reações tardias. Países que liderarem essa transição terão vantagem competitiva, acesso a mercados premium e protagonismo na agenda ambiental. A resposta brasileira deve vir na forma de investimento inteligente, políticas públicas alinhadas e apoio institucional a clusters de inovação como o Naval-RJ.

Se o oceano é o nosso maior ativo, a tecnologia é o motor que nos leva adiante. E agora, mais do que nunca, é hora de navegar com visão de futuro.

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Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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