No segundo dia de palestras do Brazil Armoured Vehicles Summit (BRAVS), evento que celebra os 100 anos dos blindados no Brasil, os oficiais do Exército Brasileiro (EB) apresentaram palestras sobre a modernização e o futuro das forças blindadas para os próximos anos. O evento, que ocorreu nos dias 24 e 25, fez parte da programação da 10a Conferência de Sistemas e Tecnologia Militar (CSTM).

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No primeiro painel, de quinta-feira, 25, o Coronel Marcelo Yoshida, 4a Subchefia do Estado-Maior do Exército, apresentou o Subprograma Forças Blindadas do Exército e o Grupo de Trabalho (GT) Nova Couraça. “Com o fim do ciclo de vida da maioria de seus blindados, o Exército criou o GT para a viabilidade da modernização e aquisição de novas plataformas blindadas. Esse grupo teve como objetivos principais levantar estratégias que estimulassem a Indústria de Defesa, identificar o impacto financeiro e equilíbrio entre as estratégias utilizadas na Força Terrestre”, explicou o coronel.

O oficial destacou que foram estudadas pelo grupo seis viaturas blindadas, priorizando a elaboração dos Requisitos Operacionais, Técnicos, Logísticos e Industriais, no sentido de aplicar a modernização e/ou aquisição de seu aparato. Como resultado do GT, foi implantado o Subprograma de Forças Blindadas, que contemplou a modernização do VBC CC Leopard e VBR Cascavel e a aquisição VBC Cav.

O Coronel adiantou que para 2022, essa configuração será mudada. “Haverá a fusão do Subprograma com o projeto Guarani, que passará a se chamar Programa Estratégico Forças Blindadas, incorporando novas modernizações e aquisições de viaturas”.
Projeto Guarani

O Projeto Guarani trouxe uma nova família de viaturas blindadas sobre rodas, a fim de dotar a Força Terrestre de meios para incrementar a dissuasão e a defesa do território nacional. O tema foi abordado pelo General de Brigada R/1 Edson Henrique Ramires, Gerente do Programa Estratégico Guarani

Em sua fala, o General explicou que o projeto contribui com a segurança pública e com a paz social, ao ser empregado para proteção da população em momentos de crise de segurança e na proteção da infraestrutura estratégica, além de desenvolver a Indústria de Defesa Nacional.

Com o novo Portfólio Estratégico de Forças Blindadas, as viaturas que já estavam previstas no Projeto Estratégico do EB, se mantêm no Portfólio, acrescido das sub lagartas do Subprograma Forças Blindadas.

VBC Cav CASCAVEL e VBC CC Leopard

O General de Brigada Tales Eduardo Areco Villela, Diretor de Fabricação (DF), falou sobre o projeto de modernização da VBC Cav Cascavel. Ele destacou que a blindagem continuará a mesma, já que atende ao cenário atual.

O projeto, tem o objetivo de modernizar até 201 VBR EE-9 Cascavel em um período de 8 anos, estendendo a vida útil de cada um por, pelo menos, 15 anos.

O General também informou que para o VBC CC Leopard, inicialmente foi apresentado um projeto para a aquisição de uma nova unidade. Mas, devido às restrições orçamentárias, foi identificado que a revitalização e modernização seriam mais viáveis. Em seu status atual, a fase é de esclarecimento de dúvidas, onde até 7 de dezembro será elaborado um (Frequently Asked Questions) FAQ para tornar públicas as informações para todos.

Segundo o General de Brigada Everton Pacheco da Silva, Diretor de Material (DMat), dentro do cronograma do Programa Estratégico de Forças Blindadas, o primeiro passo será feita a Modernização VBC Cav Cascavel, Aquisição da VBC Cav e depois a modernização do VBC CC Leopard.

Blindados 8×8

O General de Brigada Everton Pacheco da Silva também fez um breve histórico sobre o projeto de aquisição da Viatura Blindada de Cavalaria 8×8 (VBC Cav). Ele apontou que, em março de 2021, iniciou-se uma consulta pública para a viabilidade de compra do blindado. O cronograma previa que a escolha do vencedor ocorresse até setembro último, com aquisição de dois primeiros exemplares, para avaliação técnica. No entanto, alguns contratempos acabaram atrasando as etapas.

O oficial destacou que processos licitatórios estão em andamento, e que serão tornados públicos somente alguns critérios, abrangendo a área técnica e comercial para que as empresas façam as propostas.

“Nosso objetivo é ocorra um refinamento da consulta pública para que apenas as empresas capazes de atender os padrões exigidos pelo Exército, apresentem as propostas”, concluiu o general.