O Exercício tem como finalidade treinar e integrar as tropas de Operações Especiais das Forças Armadas. O Adestramento Conjunto de Salto Livre Operacional ocorre entre 17 e 29 de outubro, na Base Aérea de Campo Grande, na capital sul-mato-grossense.

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No treinamento, os militares realizam infiltração por meio de Salto Livre Operacional, caracterizado pelo uso de mochilas de grande capacidade (com mais de trinta quilos), fuzil e equipamento para a missão. Trata-se de um tipo de deslocamento utilizado em operações militares, quando a movimentação é realizada de forma furtiva, ou seja, com o máximo de cuidado para não ser percebido pelas tropas inimigas.

Dividido em duas etapas, os primeiros dias destinaram-se à padronização das Técnicas, Táticas e Procedimentos (TTP) das três Forças (Marinha, Exército e Aeronáutica). No período posterior, os militares realizaram os saltos diurnos e noturnos a medias e grandes altitudes.

Supervisionado pelo Ministério da Defesa (MD), com a coordenação do Comando de Preparo (COMPREP), a atividade conjunta contribui para maior integração dos efetivos das Forças de Operações Especiais e dos Precursores das Forças Singulares.

“O Ministério da Defesa possui um plano de trabalho anual. No ano anterior, são definidas as datas dos adestramentos conjuntos para que as Forças tenham condições de se preparar para as atividades”, sublinhou o Adjunto da Seção de Operações Conjuntas do MD, Coronel José Jacaúna de Souza Neto.

Instrução

Após decolarem da Base Aérea de Campo Grande, os operadores especiais saltaram de aeronave multimissão KC-390 Millennium, maior avião militar fabricado na América Latina, e C-130 Hércules, ambos da FAB. Os saltos livres ocorrem de forma progressiva, inicialmente, até 12 mil pés e, posteriormente, até 23 mil pés, esta última sendo uma marca reconhecida como de grande altitude.

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 “Voos de grande altitude exigem um certo cuidado da tripulação e dos militares que vão embarcar na aeronave, no que tange ao preparo em relação à oxigenação para a tripulação e para os paraquedistas”, ressaltou o piloto do KC-390, Capitão João Victor Gomes Montefusco.

Há 12 anos no segmento de operações especiais, o Tenente-Coronel da Aeronáutica * C.P.A.S. esclarece que existe um treinamento prévio para habilitação em voos de grande altitude. “Especifico para este salto, no qual você precisa de suprimento de ar, há o treinamento em câmara hipobárica. Nesse teste, o operador é levado ao limite de ausência de oxigenação para voos em grandes altitudes”, explicou.

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Medidas de segurança são adotadas antes do exercício, como a inspeção detalhada dos itens usados no paraquedismo. O tempo de queda no salto livre é de, aproximadamente, dois minutos, quando o paraquedas é acionado próximo ao solo. Por outro lado, quando aberto ao saltar do avião, o tempo para atingir o solo pode chegar até 20 minutos.

O Suboficial da Marinha * N.C.A.R enfatiza que o método de infiltração praticado no treinamento é uma estratégia de se chegar de um ponto a outro com rapidez. “Com as técnicas treinadas aqui, é possível sair para um ponto distante, que seja de difícil acesso, e conseguir se infiltrar”, exemplificou o militar.

Comandante de Destacamento de Forças Especiais do Exército, o Capitão * T.R.S.G ressalta o intercâmbio proporcionado no período do treinamento. “É uma oportunidade de dividir experiências, trocar ideias de salto com as demais tropas. Aqui, visualizamos as melhores formas de uso dos equipamentos, o que permite nos aprimorarmos”, pontuou.

O coordenador do Exercício Conjunto de Salto Livre Operacional, Tenente-Coronel da Aeronáutica * A.M.F, ressaltou que o exercício é de suma importância, permitindo o aperfeiçoamento do preparo operacional das Unidades Aéreas e paraquedistas, em diferentes situações táticas para infiltrar pessoal ou material, visando realizar reconhecimento especial, ação direta ou obtenção de dados de inteligência em áreas de acesso restrito ou sob controle do inimigo.

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O treinamento conjunto teve a participação de militares do Grupamento de Mergulhadores de Combate (GRUMEC) e do Batalhão de Operações Especiais de Fuzileiros Navais (Batalhão Tonelero), ambos da Marinha do Brasil; do 1º Batalhão de Forças Especiais (1° BFE), do 1º Batalhão de Ações de Comandos (1º BAC) e da Companhia de Precursores Pará-quedista (Cia Prec Pqdt), estes do Exército Brasileiro; e do 1º Esquadrão do Primeiro Grupo de Transporte (1°/1° GT), do 1º Grupo de Transporte de Tropa (1° GTT), e do Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento (EAS/PARA-SAR), estes da Força Aérea Brasileira.

*Devido ao sigilo em torno do treinamento, os nomes dos operadores especiais não são divulgados.

Por Lane Barreto
Fotos: Igor Soares/MD e Soldado Maranni/FAB 

Marcelo Barros, com informações do Ministério da Defesa
Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).