O Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) apresentam uma análise abrangente da importância do Brasil na sustentabilidade e sustentação da produção de alimentos, destacando iniciativas orientadas pelo futuro de médio e longo prazos, que buscam fortalecer o papel do País na oferta global de produtos e serviços ligados ao consumo de alimentos.

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A importância do País, marcada pelo desenvolvimento econômico, produtivo e tecnológico alcançado pela agropecuária e sua condição de fornecedor de alimentos, tem sido reconhecida em nível mundial. No entanto, os desafios a serem enfrentados para a manutenção desse status, por todos os atores da cadeia de valor da produção de alimentos, irão exigir mais visão estratégica, muita coordenação interna e enormes estímulos à inovação em suas diversas facetas, em especial aquelas que visam agregar valor à nossa pauta de exportações. São iniciativas que devem ser planejadas e conduzidas com irrestrito respeito à sustentabilidade nos processos produtivos e na busca permanente para a manutenção ou diminuição dos custos finais dos produtos para o consumidor; custos que têm sido agravados especialmente pelas dificuldades de infraestrutura e logística. É essencial neste processo incentivar a expansão dos investimentos e a intensificação das parcerias público-privadas em pesquisa agrícola e inovação, visando gerar novas tecnologias e propiciar a infraestrutura necessária para superar a complexidade desses desafios.

O “Projeto Alimentos” buscou, em todas as etapas de sua execução, debater alternativas para a intensificação sustentável da produção das matérias-primas para a produção de alimentos consumidos in natura ou a partir de produtos industrializados. Estas alternativas devem necessariamente compreender a redução de perdas e desperdícios ao longo de toda a cadeia agroalimentar, o diálogo da produção agropecuária com o setor de energia, pela obstinada atenção aos impactos das mudanças climáticas na sustentação dos atuais níveis de produtividade e a necessidade de se produzir mais com menos água.

Esses cuidados também são percebidos pelos consumidores nos momentos de suas escolhas e preservação, ou mudança de seus hábitos alimentares. Para esses desafios não existem atalhos: ou o País se prepara adequadamente para sua vocação como produtor global ou perderá em breve essa natural liderança para países competidores. Isso vale para todos os elos da cadeia de valor de produção de alimentos. Não basta aumentar a competitividade no campo e vê-la perdida logo após as matérias-primas serem colhidas. Ciência, tecnologia e inovação devem ser estimuladas de forma equilibrada para eliminar a dependência brasileira por insumos básicos, máquinas e equipamentos, e a baixa agregação de valor aos produtos exportados. Programas específicos precisam ser implantados para essas indústrias, entre outras possibilidades. Como se sabe, o Brasil é ainda um exportador de commodities e importador de produtos acabados ou produzidos a partir de processos desenvolvidos fora do País. Alterar essa situação deve constar de um ousado plano estratégico de Estado, articulador das inúmeras competências nacionais existentes no ambiente produtivo brasileiro e nos renomados centros de pesquisa tecnológica do País. Deve também envolver as instâncias governamentais responsáveis pela definição das principais políticas públicas e pela gestão do ambiente fiscal e regulatório que afetam a produção de alimentos.

Trata-se, sem dúvida, de um projeto de objetivos ambiciosos, perseguidos com muito esforço pelas equipes do CGEE e a efetiva parceria da Embrapa com a liderança da Secretaria de Inteligência e Macroestratégia (SIM), e, como já mencionado, por um amplo conjunto de especialistas atuando principalmente em instituições brasileiras. Os resultados obtidos estão distribuídos neste relatório e em outros seis volumes da série sobre a Sustentabilidade e Sustentação da Produção de Alimentos no Brasil que tratam de diferentes aspectos do complexo ambiente da produção e do consumo de alimentos. Neles são discutidas questões relativas ao consumo de alimentos, à agroindústria, aos insumos estratégicos e à logística para a produção e distribuição dos produtos finais do setor aos diferentes mercados e também às politicas e aos marcos legais que afetam o setor.

É, portanto, com grande satisfação que tornamos público o que foi alcançado no âmbito do “Projeto Alimentos”, na expectativa positiva de que seus desdobramentos permitam ajudar a construir um mundo com menos fome e mais bem-estar social.

Maurício Antônio Lopes – Presidente da Embrapa

Mariano Francisco Laplane -Presidente do CGEE

Leia o artigo completo em: https://www.cgee.org.br/documents/10195/734063/Papel_Brasil_Global_Vol_I_WEB_29042015_10159.pdf

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).