Imagem: Food Safety Brazil Org

Um estudo inovador realizado por pesquisadores brasileiros e publicado na revista Science Advances lança luz sobre a intensa dependência que países desenvolvidos têm sobre a biodiversidade de nações em desenvolvimento, especialmente no que tange aos serviços ecossistêmicos essenciais como a polinização. Esta pesquisa, liderada por Felipe D. S. Silva, utiliza o conceito de “polinização virtual” para quantificar e visualizar o impacto do comércio agrícola global na biodiversidade.

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Desenvolvimento x Biodiversidade

O estudo indica que nações com altos padrões de consumo, notadamente os Estados Unidos e países europeus, estão excessivamente dependentes dos serviços ecossistêmicos fornecidos por países menos desenvolvidos. No caso do Brasil, um dos principais exportadores de produtos agrícolas, a polinização local é crucial para sustentar as demandas agrícolas dessas nações desenvolvidas, evidenciando uma clara dependência global da biodiversidade brasileira.

Implicações para Segurança e Defesa

A descoberta destaca a urgência de desenvolver estratégias de biodefesa robustas para proteger esses recursos vitais. O conceito de biodefesa não apenas se alinha com as necessidades de conservação, mas também com a segurança nacional, pois a biodiversidade pode ser considerada tanto um ponto de vulnerabilidade quanto um ativo estratégico.

Ferramentas e Potencial de Políticas Públicas

Os pesquisadores propõem a utilização desta análise como uma ferramenta para melhor visualizar e gerenciar o fluxo de produtos agrícolas no mercado internacional. Isto poderia auxiliar na formulação de políticas públicas que promovam práticas agrícolas mais sustentáveis e que minimizem o impacto ambiental do comércio global.

Urgência em Ação Sustentável

Este estudo enfatiza a necessidade crítica de países desenvolvidos reconsiderarem e possivelmente redirecionarem seus padrões de consumo, de modo a reduzir a pressão sobre os serviços ecossistêmicos globais. Simultaneamente, ressalta a importância de países em desenvolvimento, como o Brasil, em fortalecer suas políticas de conservação e biodefesa para salvaguardar sua biodiversidade, que é de importância global.

Referência: SILVA, Felipe D. S. et al. Virtual pollination trade uncovers global dependence on biodiversity of developing countries. Science Advances, v. 7, nº 11, mar. 2021. Disponível em: Science Advances.

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).