No dia 17 de outubro, envoltos por sentimentos de respeito e admiração, comemoramos o Dia do Serviço de Topografia do Exército Brasileiro, reconhecendo a dedicação e o comprometimento do topógrafo militar de todos os tempos em sua missão de mapear o território nacional, com exatidão e expertise.

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A origem do Serviço de Topografia remonta a 1921, com a criação do “Quadro de Topógrafos da Comissão da Carta Geral da República”. Os sargentos topógrafos eram destinados às operações de campo e, excepcionalmente, a critério do Chefe da Comissão da Carta Geral, em apoio aos planejamentos e em atividades de gabinete. O recrutamento era efetuado entre sargentos concluintes das escolas regimentais e alunos previamente aprovados em exames aplicados nos corpos de tropa, no âmbito da 3ª Região Militar.

Os pioneiros topógrafos foram empregados nos levantamentos de campos de instrução, como a Fazenda Nacional de “Saycan”, em trabalhos técnicos no Rio Grande do Sul e em apoio à Comissão de Limites com o Uruguai.

Em 1932, com a extinção da Carta Geral, o Regulamento do Serviço Geográfico previu a desativação do Quadro de Sargentos Topógrafos. Os auxiliares técnicos passariam a ser civis contratados.  Assim, os sargentos remanescentes da Carta Geral foram alocados na 1ª Divisão de Levantamento (1ª DL) – hoje, 1º Centro de Geoinformação (1º CGEO) – ou transferidos para o Serviço Geográfico do Exército, no então Distrito Federal, atual cidade do Rio de Janeiro.

Um novo Curso de Topógrafos, inicialmente denominado PAQ TOPO (Período de Adaptação ao Quadro de Topógrafos) foi ativado em 1946, reunindo militares de diversas graduações. O curso foi ministrado, de forma simultânea, na então 1ª Divisão de Levantamento, em Porto Alegre (RS), e na sede do Serviço Geográfico do Exército, no Rio de Janeiro (RJ), formando topógrafos não somente para o Exército, mas também para a Marinha do Brasil e para a Força Aérea Brasileira.

Em 1969, o Curso foi transferido para a Escola de Instrução Especializada (EsIE). Em 1970, foi renomeado como Curso de Formação de Sargentos de Topografia, além de significativa revisão curricular.

Em março de 2010, a Escola de Material Bélico (EsMB) foi transformada em Escola de Sargentos de Logística (EsSLog), de modo que coube a este novo estabelecimento de ensino a responsabilidade do funcionamento do Curso de Formação de Sargentos de Topografia.

No atual cenário das operações militares, o topógrafo atua principalmente nos Centros de Geoinformação – diretamente subordinados à Diretoria de Serviço Geográfico (DSG) – e nos Batalhões de Engenharia de Construção. É empregado, também, nas atividades de gestão de patrimônio conduzidas pelas Regiões Militares; em atividades de Geointeligência; no assessoramento do emprego da Geoinformação; em estabelecimentos de ensino, formando e aperfeiçoando recursos humanos; e como integrante de efetivos empregados em operações de paz, sob a égide de organismos internacionais.

O topógrafo militar utiliza, em suas tarefas diárias, equipamentos e programas de última geração, que estão em constante atualização, com os quais constrói bases cartográficas digitais, cartas topográficas, plantas cadastrais, cartas-imagem, e ortoimagens.  Além do processamento e manipulação de imagens digitais, nossos topógrafos estruturam e gerenciam bancos de dados geográficos, bem como implantam marcos geodésicos e poligonais, e redes de nivelamento.

Esta efeméride de 17 de outubro foi instituída em homenagem à data natalícia do General Engenheiro Militar Djalma Poly Coelho, Patrono do Serviço de Topografia do Exército, cuja vida e realizações são uma fonte constante de inspiração para todos os que labutam nesse nobre ofício.

Filho de José Manoel da Silva Coelho e de Amália Poly Coelho, o General Poly Coelho nasceu em 1892, na cidade de Curitiba (PR). Estudou no Colégio Militar do Rio de Janeiro, onde ocupou o posto de comandante-aluno em 1909. Ingressou na Escola de Guerra do Realengo (RJ) em 1911, tendo sido declarado aspirante a oficial no ano de 1914. Passou a integrar as fileiras do então Serviço Geográfico Militar ainda como 1º tenente, nele permanecendo até atingir o generalato.

Após a Primeira Grande Guerra, o General Poly Coelho teve acesso às mais modernas técnicas de aerofotogrametria e de produção cartográfica da época. Foram oportunidades e experiências que contribuíram sobejamente para o seu aprimoramento técnico- profissional, ademais de prepará-lo para enfrentar os desafios que a carreira lhe reservaria.

Durante a Segunda Guerra Mundial, o então Tenente-Coronel Poly Coelho liderou os esforços de mapeamento e de levantamento topográfico no proeminente Nordeste brasileiro, vitais para o sucesso das operações das forças aliadas. Sua habilidade em interpretar e utilizar informações geoespaciais foi um ativo inestimável num cenário de combate complexo e dinâmico.

Após aquele evento histórico, atuou decisivamente para a criação do Serviço de Topografia no Exército.

Merece destaque sua participação na escolha de Brasília como nova capital do País. Em 1946, com a Revisão Constitucional, a mudança da capital para o Planalto Central foi incluída nas Disposições Transitórias da Constituição. Em novembro daquele ano, o Presidente Eurico Gaspar Dutra nomeou a Comissão de Estudos para a localização da Nova Capital do Brasil, sob a presidência do General Djalma Poly Coelho, então Chefe do Serviço Geográfico do Exército. Sua missão era ratificar os levantamentos da Missão Cruls, realizados no final do século XIX.

O General Poly Coelho desempenhou papel fundamental no desenvolvimento e na modernização da Topografia no Brasil. Seu compromisso com a formação de topógrafos qualificados e com a adoção de tecnologias de ponta ajudou a elevar os padrões de excelência nesse domínio do conhecimento humano. Também foi o responsável pela primeira edição do “Anuário da Diretoria do Serviço Geográfico do Exército”, em 1948.

Na oportunidade em que celebramos o Dia do Serviço de Topografia do Exército Brasileiro, instituído por meio da Portaria nº 1.659, do Comandante do Exército, de 16 de dezembro de 2021, é importante reconhecer o legado do General Djalma Poly Coelho, edificado em mais de 43 anos de serviços dedicados à Pátria. Sua paixão, habilidades e liderança servem como guia para os Topógrafos de hoje, que continuam a desempenhar um papel crucial na segurança e no desenvolvimento do Brasil. Eles traçam o curso do futuro com a mesma dedicação e precisão que nosso insigne Patrono demonstrou em sua notável trajetória profissional, mantendo vivas as tradições da topografia militar brasileira.

“Calcula, demarca, desenha, limita, implanta, mapeia, transporta, nivela, levanta. Topografia!”

Marcelo Barros, com informações do Exército Brasileiro
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).