No transcorrer dos séculos, a Marinha sempre buscou o ponto ideal de equilíbrio entre dois singulares e contrastantes conceitos, quais sejam: Tradição e Inovação.

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Cultuamos o passado, os nossos predecessores e as nossas altivas Tradições Navais, sem, no entanto, esmorecer na busca diuturna, metódica e sistemática, dos mais avançados conhecimentos, primordiais para uma Força Naval moderna, equilibrada e balanceada, em uníssono com a Estatura Político Estratégica do País. Assim, coexistem o passado e o futuro, em desejáveis sintonia e harmonia.

Com esse espírito, anualmente, comemoramos o Dia da Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) na Marinha, a fim de rememorar os exemplos do passado e renovar a nossa inspiração – motrizes da atual singradura e farol das futuras ações – enaltecendo as referências basilares e os belos legados oferecidos por todos aqueles que, ao longo da história, bem conduziram as Atividades de CT&I. Notadamente, o Almirante Álvaro Alberto; o Almirante Octacílio Cunha, ex- Presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN); o Almirante Paulo de Castro Moreira da Silva, um dos criadores e ex-Presidente da Fundação de Estudos do Mar; o Comandante Renato Archer, primeiro Ministro de Ciência e Tecnologia; e o Comandante Euclides Quandt de Oliveira, ex-Ministro das Comunicações; dentre muitos outros.

No que concerne, particularmente, ao Almirante Álvaro Alberto, esse proeminente Brasileiro e Marinheiro, exerceu o magistério por mais de três décadas, como Catedrático do Departamento de Físico-Química da Escola Naval. Além dos Cargos desempenhados na carreira naval, mercê do seu profissionalismo e competência, logrou êxito como: Presidente da Sociedade Brasileira de Química; Presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); um dos idealizadores da CNEN; Representante Brasileiro na Comissão de Energia Atômica da Organização das Nações Unidas; e Presidente da Academia Brasileira de Ciências.

Em reconhecimento por sua abnegação e legado, a Marinha o escolheu para seu Patrono de CT&I; ademais, o primeiro Submarino Convencional com Propulsão Nuclear (SCPN) será batizado com seu nome que, também, é adotado para o mais importante Prêmio de CT&I no Brasil, o qual laureia, todos os anos, pesquisadores e cientistas que se destacam em suas Áreas de Atuação.

Atenta e cônscia de que, no transcorrer dos anos, o Conhecimento Tecnológico constituiu-se em um dos principais fatores que influenciam a distribuição do Poder no Sistema Internacional, seja para a promoção e o aprimoramento das Relações Econômicas, seja como instrumento essencial no Campo da Defesa, proporcionando vantagens estratégicas na manutenção da Soberania e na preponderância dos Interesses de seus detentores, a Alta Administração Naval tem aperfeiçoado a Estrutura, o Equipamento e o Pessoal,com o firme propósito, não somente, de acompanhar as evoluções tecnológicas, mas de alcançar a autonomia, a independência e a superioridade em produtos e soluções de Defesa.

  • Nesse revigorante contexto, comemoramos, também, tão significativa Data, registrando e ressaltando exemplos de desafios superados, conquistas alcançadas e marcos indeléveis recentemente atingidos pelos Integrantes do Setor:
  •  no que concerne à construção do Laboratório de Geração de Energia Núcleo-Elétrica (LABGENE), em dezembro de 2021, a Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A. (NUCLEP) realizou a entrega do Vaso de Contenção do Bloco 40, que abrigará o reator e o circuito primário do protótipo do SCPN em terra. A instalação dos jazentes do citado Bloco foi concluída, enquanto a construção da estrutura metálica avançou significativamente nas dependências daquela Empresa;
  •  o Equipamento de Medidas de Apoio à Guerra Eletrônica (MAGE) DEFENSOR MK3, desenvolvido no Instituto de Pesquisas da Marinha (IPqM) e fabricado por empresa privada para atender ao Programa das Fragatas classe “Tamandaré”, teve seu projeto finalizado, com alto grau de nacionalização, de sua principal parte componente, a Unidade de Antena (UA), projetada pelo mesmo Instituto;
  •  o Projeto SONAT, de revitalização do sistema SONAR EDO 997 das Fragatas Classe “Niteroi”, foi instalado, com sucesso, em três navios daquela classe. O projeto consiste no desenvolvimento integral da parte eletrônica e do software para processamento de sinais;
  •  a prontificação do Console de Imagens Táticas de Realidade Aumentada (CITRA), pelo Centro de Análise de Sistemas Navais (CASNAV), fazendo uso de tecnologia de ponta, possibilitando um aumento da capacidade de obtenção da consciência situacional em trechos do interior da Baía de Guanabara; e
  •  o comissionamento, também pelo CASNAV, do Sistema do Centro de Acompanhamento de Respostas a Emergências Nucleares e Radiológicas Navais (SISCARE), projeto entregue à Agência Naval de Segurança Nuclear e Qualidade (AgNSNQ) para monitoramento das atividades nucleares e radiológicas, inicialmente no âmbito do Centro Experimental Aramar (CEA), em Iperó (SP).

São, ainda, inúmeros e complexos os nossos desafios. No entanto, a Marinha, como tem ocorrido durante toda a sua singradura, saberá sobrepujá-los e continuará contribuindo para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico Nacional.

Nesse diapasão e reverenciando o Almirante Álvaro Alberto – personalidade que nunca refreou seu interesse pelas pesquisas, principalmente, por aquelas relacionadas ao domínio pacífico da energia nuclear – na ocasião em que comemoramos relevante Data, por dever de justiça, enalteço e agradeço:

  •  aos Ministérios da Defesa, da Saúde, de Minas e Energia, e da Ciência, Tecnologia e Inovações; ao Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército; ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial; às Empresas-chave para o Programa Nuclear da Marinha (PNM) – a Amazônia Azul Tecnologias de Defesa (AMAZUL), NUCLEP e as Indústrias Nucleares do Brasil (INB) – à Empresa Gerencial de Projetos Navais (EMGEPRON); às Fundações de Apoio à Área de CT&I; à Academia; à Comunidade Científica – as quais constituem o conceito do “Tríplice Hélice”, que nos move em direção ao objetivo comum de termos um País mais próspero, justo e seguro, para as gerações futuras; e
  •  aos Órgãos de Direção Geral e Setorial da Marinha, em razão do suporte e estímulo para que as nossas Instituições Científicas e Tecnológicas (ICT) tenham as melhores condições para a Pesquisa e o Desenvolvimento dos produtos, serviços e processos, a serem utilizados pela “Marinha do Amanhã e do Futuro”.

Por derradeiro, ao dirigir-me aos briosos Integrantes do Sistema de CT&I da MB, Civis e Militares, externo o meu reconhecimento e o sentimento de gratidão, por seus exemplares comprometimento e fé na missão em desbravar os limites do conhecimento. Expresso, também, a grande satisfação e o orgulho em tê-los sob a minha orientação – exorto-os a perseverarem na superação do nosso desafio, invocando a célebre assertiva do Patrono da CT&I da Marinha do Brasil: “O desenvolvimento científico e tecnológico está intimamente ligado com a prosperidade do País e o principal objetivo é investir no potencial humano.”

“Soberania pela ciência!” Viva a Marinha!

PETRONIO AUGUSTO SIQUEIRA DE AGUIAR
Almirante de Esquadra
Diretor-Geral

Marcelo Barros, com informações da Marinha do Brasil
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).