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Cruzador Bahia: 80 anos da maior tragédia da história naval brasileira

Navio de guerra navegando em mar aberto.
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A maior tragédia naval do Brasil completa 80 anos: o naufrágio do Cruzador Bahia. Em missão no Atlântico durante os últimos meses da Segunda Guerra Mundial, uma explosão acidental resultou no afundamento do navio e na morte da maioria de sua tripulação. O episódio ainda hoje ecoa como um símbolo de heroísmo e sacrifício para as Forças Armadas brasileiras.

Aspecto técnico do Cruzador Bahia e detalhes do naufrágio

O Cruzador Bahia era um dos navios mais antigos e simbólicos da Marinha do Brasil. Construído em 1909 na Inglaterra e incorporado à esquadra brasileira em 1910, possuía 122 metros de comprimento, 3.100 toneladas de deslocamento e armamento de canhões, metralhadoras e torpedos. Durante a Segunda Guerra Mundial, atuava na proteção de comboios aliados no Atlântico.

Navio de guerra navegando em mar aberto.

Em sua última missão, no dia 4 de julho de 1945, enquanto realizava um exercício de tiro antiaéreo, uma das metralhadoras do navio, acidentalmente voltada para a popa, atingiu cargas de profundidade altamente inflamáveis. A explosão que se seguiu foi devastadora: em menos de três minutos, o cruzador afundou com 372 homens a bordo. A tragédia foi inicialmente atribuída a um ataque inimigo, mas investigações confirmaram a causa acidental.

Impacto social e legado para a Marinha do Brasil

O naufrágio do Bahia deixou marcas profundas não só para a Marinha do Brasil, mas também para os familiares dos tripulantes e para a sociedade brasileira. Dos 372 homens a bordo, apenas 36 sobreviveram, após dias à deriva sob sol escaldante, sem água potável e com poucos suprimentos. Esse episódio gerou mudanças significativas nos procedimentos de segurança operacional da Marinha, que passou a adotar normas mais rígidas no manuseio de armamentos e explosivos.

O legado do Cruzador Bahia é mantido vivo em homenagens e estudos históricos. Relatos como o do então Primeiro-Tenente Lúcio Torres Dias ajudam a preservar a memória dos acontecimentos, reforçando o compromisso da Marinha com a verdade histórica e o aprendizado contínuo.

História e importância do Cruzador Bahia na defesa nacional

Modelo de navio antigo em exibição

Durante sua trajetória, o Cruzador Bahia desempenhou papel central na defesa nacional. Em 1918, tornou-se o navio-capitânia da Divisão Naval em Operações de Guerra (DNOG), participando da Primeira Guerra Mundial. Foi modernizado entre 1924 e 1927, adaptando-se às novas exigências da guerra naval.

Na Segunda Guerra Mundial, o Bahia integrou a Força Naval do Nordeste, sendo responsável por proteger comboios de navios mercantes e aeronaves aliadas. Ao todo, participou de 67 comboios protegidos, 15 patrulhas navais e percorreu mais de 100 mil milhas em missões de guerra.

Mesmo após oito décadas, o Cruzador Bahia permanece como símbolo da resistência e do espírito de missão da Marinha do Brasil, destacando-se não apenas por seu valor histórico, mas também pelos aprendizados que sua perda proporcionou para a evolução das Forças Armadas brasileiras.

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