Brasília (DF) – O Exército Brasileiro conta atualmente com 62 militares desdobrados em Operações de Paz. São oito missões individuais na Colômbia, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Saara Ocidental, Sudão do Sul, Líbano, Iémen e Chipre. Essas atividades militares são fruto de acordos com a Organização das Nações Unidas ou de acordos bilaterais com um país específico.

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Para manter esse efetivo no exterior e garantir eficiente rotatividade, foi criado, em 2010, o Centro Conjunto de Operações de Paz (CCOPAB) do Ministério da Defesa, sediado no Rio de Janeiro. O Centro conta com instrutores e monitores responsáveis pela preparação de militares, de policiais militares e de pessoal civil para o emprego em missões no exterior. Hoje, o CCOPAB é uma referência internacional no preparo de recursos humanos para operações de paz e desminagem humanitária.

Em 2023, o CCOPAB chefia os trabalhos da Associação Latino-Americana de Centros de Treinamento para Operações de Paz, com o objetivo de debater as principais atividades propostas pelo Brasil, que ocupa atualmente a presidência pro tempore da Associação. Entre essas atividades, inclui-se a organização da XV Assembleia Anual, evento que reunirá, no Brasil, representantes de Centros de Treinamento para Operações de Paz de mais de 20 países.

A Associação é uma entidade voltada fundamentalmente para a capacitação de integrantes das forças armadas, forças de segurança e pessoal civil da América Latina a serem desdobrados nas operações de manutenção da paz sob a égide da Organização das Nações Unidas.

Cursos e Estágios

Neste ano, já foi realizado um Estágio de Preparação para Missão de Paz. Seu objetivo é preparar militares e policiais para exercerem funções de Oficiais de Estado-Maior (UN Staff Officers), Observadores Militares (UN Military Observers) e Policiais das Nações Unidas (UN Individual Police Officers).

Em junho, ocorrerá o Estágio de Coordenação Civil-Militar (Civil-Military Coordination Course), que tem o objetivo de capacitar militares, policiais e civis para exercerem funções relacionadas ao Sistema de Assuntos Civis da ONU.

No mês seguinte, será realizado o Estágio de Preparação de Jornalistas e Assessores de Imprensa para atuação em Áreas de Conflito. Seu objetivo é a capacitação de profissionais de imprensa para exercerem coberturas jornalísticas em áreas de conflito, com ênfase nos procedimentos de segurança pessoal e relacionamento com as forças militares e demais organizações atuantes nas áreas de operações.

Origem do CCOPAB

Nos primeiros desdobramentos de tropa no exterior, coube aos contingentes designados a condução de seu respectivo preparo. Posteriormente, a 5ª Subchefia do Estado-Maior do Exército passou a orientar o preparo da tropa. Em 2001, foi criado, na Divisão de Missão de Paz do COTER, o Centro de Preparação e Avaliação para Missões de Paz do Exército Brasileiro (CEPAEB), com a missão de orientar o preparo de todos os militares brasileiros designados para integrarem Missões de Paz.

Depois, veio a Resolução 44/49, da Assembleia Geral das Nações Unidas, de 8 de dezembro de 1989, sobre a “Revisão Abrangente da Questão das Operações de Paz em Todos os seus Aspectos”, que encorajou os Estados-Membros a organizarem-se no estabelecimento de programas de treinamento para militares e pessoal civil, tendo em vista seu emprego em operações de paz.

Com a evolução do emprego de militares brasileiros em Missão de Paz, coube ao Exército Brasileiro criar, em fevereiro de 2005, o Centro de Instrução de Operações de Paz. Por fim, em 2010, o Ministério da Defesa designou o Centro de Instrução de Operações de Paz do Exército Brasileiro para a preparação de militares e civis brasileiros e de nações amigas a serem enviados em missões de paz e alterou a sua denominação e, então, a organização passou a se chamar Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB).

Um capítulo especial na história do CCOPAB é missão no Haiti. A Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti, ou MINUSTAH, foi criada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas em 10 de setembro de 2004, por meio da resolução 1542, para restaurar a ordem naquele país.

Ao longo de 13 anos, foram enviados 26 contingentes brasileiros com tropa ao país caribenho, que obtiveram, por seu desempenho, notável reconhecimento internacional quanto a operações de paz. O Conselho de Segurança da ONU decidiu pelo término da missão em 13 de abril de 2017, num processo gradual de remoção até o esvaziamento do contingente militar, encerrado em 15 de outubro do mesmo ano.

Fonte: Centro de Comunicação Social do Exército

Marcelo Barros, com informações do Exército Brasileiro
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).