Capelania Militar: Exército celebra a fé e o legado de Frei Orlando

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Em meio aos desafios enfrentados pelo Exército Brasileiro ao longo da história, a assistência religiosa tem sido um pilar essencial para o fortalecimento moral e espiritual da tropa. No dia 13 de fevereiro, é celebrado o Dia do Serviço de Assistência Religiosa do Exército (SAREx), em honra ao Capelão Frei Orlando, que dedicou sua vida ao apoio dos combatentes da Força Expedicionária Brasileira (FEB) nos campos de batalha da Itália. Seu exemplo de fé e coragem continua a inspirar os capelães militares que seguem sua missão nos dias atuais.

A trajetória de Frei Orlando e sua importância para o SAREx

Antônio Álvares da Silva, mais conhecido como Frei Orlando, nasceu em 1913, no município de Morada Nova de Minas (MG). Ordenado sacerdote franciscano, ele optou por unir sua fé ao serviço militar ao se voluntariar como capelão da Força Expedicionária Brasileira (FEB) durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1944, foi incorporado ao 11º Regimento de Infantaria, de São João del-Rei (MG), e embarcou para a Itália para prestar assistência religiosa aos combatentes brasileiros.

Nos campos de batalha, Frei Orlando tornou-se um símbolo de dedicação e coragem, oferecendo conforto espiritual e emocional aos soldados, independentemente de suas crenças religiosas. Ele acreditava que “gente desanimada é gente vencida”, e sua presença era uma fonte de motivação para os militares que enfrentavam o rigor da guerra.

Seu compromisso com a tropa foi até as últimas consequências. No dia 20 de fevereiro de 1945, às vésperas da histórica conquista de Monte Castelo, Frei Orlando decidiu acompanhar os soldados na linha de frente. No caminho, o jipe em que estava ficou preso em uma pedra, e um disparo acidental de um membro da resistência italiana atingiu seu peito. Aos 32 anos, o capelão faleceu, deixando um legado de fé e bravura.

Reconhecendo sua importância, o Governo Federal instituiu Frei Orlando como Patrono do SAREx em 1946. Em dezembro de 2024, foi proposta sua inclusão no Livro dos Heróis da Pátria, consolidando seu nome entre os grandes personagens da história militar brasileira.

O papel da Assistência Religiosa no Exército Brasileiro

A presença de capelães nas fileiras do Exército remonta aos primórdios da história militar brasileira. Desde a chegada dos primeiros sacerdotes portugueses ao Brasil em 1500, o apoio espiritual aos combatentes tem sido um elemento fundamental para manter o moral das tropas. Durante a Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870), o Duque de Caxias incorporou capelães militares às campanhas, reconhecendo sua importância no bem-estar dos soldados.

O Serviço de Assistência Religiosa foi oficialmente criado em 1944, durante a Segunda Guerra Mundial, para acompanhar a FEB na Europa. Desde então, os capelães têm desempenhado um papel crucial, não apenas em tempos de guerra, mas também em períodos de paz, oferecendo suporte espiritual e emocional aos militares e suas famílias.

Atualmente, os capelães militares atuam em diversas frentes, incluindo missões de paz da ONU, Operações de Garantia da Lei e da Ordem e assistência em situações de calamidade pública, como a Operação Acolhida, de apoio a refugiados venezuelanos, e a Operação Taquari II, no Rio Grande do Sul. Além disso, participam ativamente de campanhas de valorização da vida e combate ao assédio moral e sexual, promovendo a ética e a dignidade no ambiente militar.

O legado dos capelães militares e sua atuação nos dias atuais

O impacto da assistência religiosa vai além da espiritualidade, influenciando diretamente o bem-estar emocional e psicológico dos militares. Durante missões desafiadoras, a presença dos capelães é essencial para aliviar tensões, promover a resiliência e fortalecer o espírito de corpo da tropa.

Além do serviço pastoral, os capelães participam de ações sociais e humanitárias, apoiando comunidades carentes e colaborando com instituições beneficentes. Seu trabalho contribui para estreitar os laços entre o Exército e a sociedade civil, reforçando a dimensão humanitária da Força Terrestre.

Neste Dia do SAREx, o Exército Brasileiro presta homenagem a todos os capelães militares que, seguindo os exemplos de Frei Orlando, dedicam suas vidas ao serviço dos que servem à pátria. Que seu compromisso com a fé, a esperança e o bem-estar das tropas continue sendo uma inspiração para as futuras gerações.

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Marcelo Barros, com informações e imagens do Exército Brasileiro
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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