Três engenheiros brasileiros de sistemas e software da Embraer para o Gripen E/F avançam na integração do VOR (do inglês, VHF Omnidirecional Range Equipment) e do TACAN/DME (do inglês, Tactical Air Navigation/Distance Measuring Equipment), recurso exclusivo do F-39 Gripen da Força Aérea Brasileira. O trabalho acontece no Centro de Projetos e Desenvolvimento do Gripen (do inglês, Gripen Design and Development Network – GDDN), que fica nas instalações da Embraer, em Gavião Peixoto, no interior de São Paulo. Esse é um importante hub de transferência de tecnologia do Programa Gripen.
O VOR é um equipamento capaz de medir o rumo da aeronave ao transmissor de solo e sua integração será concluída ainda em 2021. Já o TACAN/DME mede a distância e o rumo da aeronave a um transmissor de solo ou aerotransportado, e cuja integração deve ser finalizada até o final de 2023. O projeto é desenvolvido com supervisão da área de Dados de Voo e Navegação da Saab, na Suécia. Em reuniões semanais, o time sueco consegue acompanhar os avanços feitos no País, da mesma forma que os brasileiros têm acesso a todas as informações necessárias com computadores integrados com a Saab em Linköping.
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“Os engenheiros brasileiros da Embraer possuem conhecimento avançado no desenvolvimento de software crítico de voo e segurança. Nós mandamos para eles informações sobre o funcionamento do equipamento, para que possam desenvolver o conceito e testar no S-Rig, o primeiro simulador de desenvolvimento do Gripen fora de Linköping. Feito isso, realizamos uma reunião para que possamos avaliar se o trabalho está conforme os requisitos para operação. A experiência dos engenheiros brasileiros no desenvolvimento de softwares críticos para a segurança é uma grande vantagem, pois é difícil encontrar engenheiros com esse tipo de experiência na Suécia”, comentou Andreas Bergström, head de dados e navegação de voo E/F na Saab.
Antes da prática, os engenheiros brasileiros fizeram um treinamento on-the-job na Saab, em 2018. Esse esforço conjunto faz parte do programa de transferência de tecnologia que visa proporcionar o conhecimento prático necessário para a execução dessas mesmas tarefas no Brasil, fora de um ambiente de treinamento e formação, nos chamados pacotes de trabalho. Ao todo, são mais de 50 destes pacotes, que envolvem áreas de sistemas, estrutura, software e aviônicos, por exemplo.
“O processo de transferência de tecnologia começa com a parte teórica. Depois, no on-the-job training, os brasileiros são treinados em atividades com a observação e o acompanhamento de um mentor sueco da Saab. A partir do momento que o treinamento prático termina, o processo passa para os pacotes de trabalho, e é nesse momento que a gente vê os benefícios da transferência de tecnologia. Hoje, esses profissionais participam ativamente no desenvolvimento da aeronave no GDDN”, explicou o Coronel Leite, gerente do Programa FX-2 na Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (COPAC).
Ao retornarem ao Brasil, os engenheiros de sistemas e software começaram a trabalhar no GDDN em 2019. Até o final de 2020, o time brasileiro trabalhou com a integração do sistema RALT (Radar Altimeter Equipment), um radar que mede a distância da aeronave ao solo, auxiliando na determinação de altitude. Essa parte do pacote de trabalho foi concluída e entregue para posterior avaliação de teste de voo, no final de 2020.
“Quando o projeto de desenvolvimento termina e passa pelas simulações no S-Rig, o sistema passa a ser testado na aeronave. A equipe brasileira então passou o RALT para o departamento de ensaios em voo (do inglês, Flight Test Department), para ver como o equipamento se comporta em ação”, contou Bergström.
Para saber mais sobre o GDDN, assista ao episódio 9 da segunda temporada da websérie Colaboração Real.
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