Brasil e Paraguai fortalecem cooperação militar na fronteira trinacional

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Exércitos unidos, fronteiras protegidas: esse é o espírito da Operação Paraná IV, que reúne militares do Brasil e do Paraguai em um esforço conjunto de simulação operacional. O exercício acontece no coração da faixa de fronteira, onde tropas de ambos os países compartilham experiências e estratégias para enfrentar desafios comuns, como ilícitos transfronteiriços e ações ofensivas simuladas.
Exercício técnico com foco em planejamento operacional
Na fase atual, denominada Simulação Construtiva, os cerca de 200 militares — sendo 172 brasileiros e 20 paraguaios — foram concentrados em Foz do Iguaçu (PR), sede da 15ª Brigada de Infantaria Mecanizada, na tríplice fronteira com Paraguai e Argentina. Nessa etapa, oficiais de ambos os exércitos conduzem o chamado “jogo de guerra”, um exercício de tomada de decisão em ambiente simulado, no qual são projetadas situações táticas de combate.
O treinamento conta com o suporte técnico do Centro de Adestramento Sul (CA-Sul), unidade referência no uso de tecnologia para o adestramento militar, sediada em Santa Maria (RS). As decisões tomadas pelas tropas durante o exercício contribuem diretamente para o aprimoramento do planejamento conjunto, reforçando a capacidade de resposta coordenada entre os dois países em cenários reais de crise ou conflito.
Interoperabilidade e confiança entre vizinhos
A integração entre os Exércitos do Brasil e do Paraguai vai além da atividade militar: é um gesto de diplomacia na prática, onde o contato direto entre os oficiais cria vínculos de confiança, respeito e cooperação mútua. De acordo com o General de Divisão Ricardo Nigri, Comandante da 5ª Divisão de Exército, a operação permite uma rica troca de experiências, além da absorção de doutrinas e técnicas entre as forças amigas.
Para o General de Brigada Pedro Rolando Martínez Campusano, do Exército Paraguaio, o exercício é uma oportunidade estratégica de elevar o nível de interoperabilidade e preparar suas tropas para cenários complexos. A cooperação também se fortalece pela proximidade geográfica e histórica, com as unidades brasileiras localizadas ao longo da faixa de fronteira com o Paraguai, como a própria 15ª Brigada e a 14ª Brigada de Infantaria Motorizada.
Evolução tática e foco no cenário ofensivo
A Operação Paraná, em sua quarta edição, tem passado por um processo contínuo de evolução. Nas primeiras fases, priorizou ações ofensivas simuladas, enquanto a terceira edição — inserida no escopo da Conferência dos Exércitos Americanos (CEA) — focou em operações de ajuda humanitária e atraiu participantes de vários países do continente.
Nesta edição, o exercício retoma seu caráter bilateral e tático, preparando o terreno para a próxima fase, a Simulação Viva, prevista para agosto. Nessa etapa, tropas dos dois países serão desdobradas no terreno, atuando em cenários reais de campo. O ciclo atual reafirma a importância estratégica da integração sul-americana em defesa, especialmente em áreas sensíveis como a fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina.
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