Alunas do Colégio Militar de Manaus inovam em pesquisa sobre Alzheimer

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Em meio aos desafios da ciência na busca por tratamentos eficazes contra doenças neurodegenerativas, alunas do Colégio Militar de Manaus (CMM) desenvolveram um projeto inovador que pode ajudar pacientes com Alzheimer e Parkinson. A pesquisa investiga o uso de ondas sonoras para estimular a atividade cerebral, oferecendo uma alternativa promissora, acessível e não invasiva. O estudo será apresentado na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE), um dos maiores eventos científicos do país.

O projeto MeMO e sua inovação científica

O projeto, chamado MeMO (“Melhorando a Memória por Ondas”), foi criado por Ada Jamile, aluna do Colégio Militar de Manaus, e Isabela Rogério, ex-aluna do CMM e estudante de Engenharia Elétrica na Universidade do Estado do Amazonas (UEA). A pesquisa foi desenvolvida na área da Biofísica e investiga o uso das batidas binaurais, um fenômeno sonoro no qual o cérebro interpreta duas frequências diferentes e gera uma terceira, capaz de influenciar a atividade neural.

A hipótese do estudo é que essas batidas podem estimular a sincronização cerebral, modulando processos fisiológicos relacionados à memória e às funções cognitivas. Essa abordagem não invasiva e de baixo custo pode representar uma alternativa terapêutica para doenças neurodegenerativas.

Os primeiros testes foram conduzidos em laboratório, expondo células H4 – um modelo celular utilizado em pesquisas sobre o cérebro – a batidas binaurais de 12 Hz. Os pesquisadores analisaram a expressão de genes relacionados a doenças neurodegenerativas, como APP, MAPT e BACE, e os resultados indicaram uma redução significativa na atividade desses genes após a exposição ao estímulo sonoro.

A pesquisa será apresentada na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE), que acontecerá entre os dias 24 e 28 de março na Universidade de São Paulo (USP). Além do projeto MeMO, o Sistema Colégio Militar do Brasil terá outros oito projetos científicos sendo expostos no evento.

Próximos passos e desafios da pesquisa

Embora os resultados iniciais sejam promissores, a pesquisa ainda precisa avançar para sua validação em estudos mais amplos. As próximas etapas do projeto incluem:

  • Testes com eletroencefalogramas para analisar a atividade cerebral em pacientes expostos às batidas binaurais.
  • Bioensaios adicionais para verificar os efeitos no nível proteico e aprofundar o conhecimento sobre a influência dos estímulos sonoros na atividade neural.
  • Parcerias com universidades e centros de pesquisa para ampliar o escopo dos estudos e permitir aplicações clínicas da tecnologia.
  • Avaliação do impacto em longo prazo, analisando a viabilidade do uso das batidas binaurais como terapia complementar no tratamento de doenças neurodegenerativas.

A consolidação dessa abordagem pode abrir caminho para novas terapias não invasivas, reduzindo a dependência de medicamentos e proporcionando uma melhora na qualidade de vida dos pacientes.

Legado e importância do projeto

O trabalho desenvolvido pelas alunas do Colégio Militar de Manaus não apenas demonstra a capacidade de inovação dos jovens brasileiros, mas também reforça a importância da pesquisa científica no ambiente educacional militar. Projetos como o MeMO mostram que a ciência e a tecnologia podem ser ferramentas poderosas para enfrentar desafios globais, como as doenças neurodegenerativas, e ampliar o acesso a tratamentos mais eficazes e acessíveis.

Se os próximos estudos confirmarem a eficácia das batidas binaurais no tratamento de Alzheimer e Parkinson, essa tecnologia poderá ser incorporada como uma alternativa terapêutica complementar, beneficiando milhões de pessoas e reduzindo custos para o sistema de saúde.

Com criatividade, dedicação e apoio à ciência, o Colégio Militar de Manaus se destaca como um centro de formação de mentes brilhantes, capazes de transformar conhecimento em soluções reais para a sociedade.

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Apoio

Marcelo Barros, com informações e imagens do Exército Brasileiro
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).