Independência do Brasil: 7 de Setembro, o Grito de Liberdade

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Às margens do Rio Ipiranga, em 7 de setembro de 1822, o então príncipe regente d. Pedro proclamava o que viria a ser o grito de liberdade do Brasil. Um ato simbólico que marcou o fim dos laços com Portugal e deu início à construção de uma nação independente. Até hoje, o Dia da Independência é celebrado com desfiles e homenagens, reafirmando a importância dessa data para o espírito nacional.
O Contexto Histórico da Independência
O caminho que levou à independência do Brasil foi pavimentado por uma série de acontecimentos históricos e tensões políticas que se intensificaram ao longo dos anos. A Revolução Liberal do Porto, em 1820, desempenhou um papel crucial nesse processo. Ela visava reformar o sistema político em Portugal e pressionar pela volta de d. João VI à Europa. Porém, as reformas sugeridas pela revolução entraram em conflito com os interesses da elite brasileira, que via o Brasil, desde a transferência da Corte portuguesa em 1808, evoluindo em direção à autonomia.
A transferência da Corte foi uma das respostas de d. João VI às ameaças da Era Napoleônica, fugindo da invasão das tropas francesas em Portugal. Ao se estabelecer no Rio de Janeiro, o rei implantou uma série de medidas que modernizaram o Brasil, incluindo a abertura dos portos em 1808, que trouxe grandes avanços econômicos. Além disso, em 1815, o Brasil foi elevado à condição de Reino Unido a Portugal e Algarves, sinalizando uma posição de igualdade com a metrópole.
Essa nova condição, no entanto, foi mal recebida por parte da elite portuguesa, que via o crescimento do Brasil como uma ameaça. Em 1820, a Revolução Liberal exigiu o retorno de d. João VI e a recolonização do Brasil, algo que seria insustentável para a elite econômica brasileira, já acostumada a um grau considerável de autonomia.
O Grito da Independência e Suas Implicações
Em meio a essas tensões, o príncipe regente d. Pedro, que havia permanecido no Brasil após o retorno de seu pai a Portugal, foi pressionado por líderes brasileiros a liderar o movimento de independência. No dia 7 de setembro de 1822, enquanto viajava para São Paulo, d. Pedro recebeu cartas da Corte portuguesa exigindo seu retorno imediato e a obediência às decisões de Lisboa. Ao chegar às margens do Rio Ipiranga, tomou a decisão histórica de declarar a separação definitiva de Portugal. “Independência ou morte!” teria sido o grito que selou o destino do país.
Esse momento simbólico, imortalizado na memória coletiva como o Grito do Ipiranga, marcou o início de um novo capítulo na história do Brasil. No entanto, a independência não foi conquistada sem resistência. Tropas fiéis a Portugal entraram em conflito com as forças brasileiras em várias regiões do país, como na Bahia, Pará e Cisplatina (atual Uruguai). Apesar das batalhas, as forças brasileiras, com apoio da elite econômica, saíram vitoriosas.
A independência do Brasil foi oficialmente reconhecida por Portugal em 1824, graças à mediação da Inglaterra. O acordo incluiu o pagamento de uma compensação financeira aos portugueses, consolidando a soberania brasileira. D. Pedro foi aclamado imperador e coroado como d. Pedro I, estabelecendo a monarquia no Brasil, que duraria até 1889.
As Comemorações do 7 de Setembro

A celebração do 7 de setembro como feriado nacional começou muito depois do ato de independência. Foi apenas em 1949, durante o governo de Eurico Gaspar Dutra, que essa data foi oficialmente estabelecida como feriado, por meio da Lei nº 662. O feriado foi posteriormente reafirmado e modificado pela Lei nº 10.607, de 2002, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.
Hoje, o 7 de setembro é um dos feriados mais importantes do calendário brasileiro, marcado por grandes celebrações em todo o país. Nas principais cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Maceió e outras capitais, ocorrem desfiles militares que incluem a participação das três Forças Armadas — Marinha, Exército e Aeronáutica. Um dos destaques das comemorações em Brasília é a apresentação da Esquadrilha da Fumaça, que realiza acrobacias aéreas e demonstrações de destreza que encantam o público.
Além dos desfiles, a data é uma oportunidade para o povo brasileiro refletir sobre a sua história e sobre os valores que formaram a nação. Em 2018, por exemplo, as comemorações em São Paulo atraíram cerca de 30 mil pessoas, enquanto em outras capitais como Campo Grande e Florianópolis também houve grande participação popular.
Um Legado de Liberdade
O 7 de setembro não é apenas uma data de celebração, mas também um momento de reafirmação dos valores de liberdade e soberania que norteiam o Brasil desde sua fundação como nação independente. Apesar das incertezas sobre o grito real de d. Pedro às margens do Ipiranga, o significado simbólico desse gesto ecoa até os dias de hoje, lembrando aos brasileiros o custo e a importância de sua autonomia.
Todos os anos, ao ouvir o som das bandas militares e ao ver as bandeiras tremulando nos desfiles, o Brasil relembra sua jornada em busca de liberdade e reflete sobre os desafios e conquistas que moldaram a identidade do país. O feriado de 7 de setembro é mais do que uma data no calendário: é uma celebração da própria essência da nação brasileira.
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