Crédito: CCOMSEx

General de Divisão R1 Joarez Alves Pereira Junior

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O mais importante capital de uma empresa é o seu pessoal. A despeito da evolução tecnológica, do desenvolvimento e uso cada vez mais acentuado de máquinas inteligentes, da aceitação de que, em algumas áreas, a inteligência artificial poderá (eu diria irá) superar a inteligência humana, continuam sendo as pessoas que fazem a verdadeira diferença no sucesso ou no fracasso de uma empresa. E, para as Forças Armadas, em particular para o Exército Brasileiro, essa realidade não é diferente.

De longa data, a Força Terrestre brasileira trabalha com essa perspectiva e investe na qualificação e capacitação do seu pessoal. É um trabalho contínuo, ao longo de toda a vida profissional do militar, e que se inicia na sua formação, já que o Exército possui escolas próprias para a capacitação de sua força de trabalho. Em 1944, com a inauguração e o funcionamento da Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende (RJ), passo decisivo foi dado na melhoria exponencial do processo de formação de oficiais, com reflexos altamente positivos sentidos até os dias atuais.

O investimento da instituição também tem ocorrido no grupo das praças, particularmente no de sargentos de carreira, que tiveram, ao longo dos anos, seu processo de formação marcado por evoluções constantes. Um passo recente muito significativo para a melhoria da formação aconteceu há cerca de três anos, quando o curso passou do nível técnico para o de tecnólogo, tendo sido estabelecido o Curso de Formação de Sargentos como de nível superior, com aumento de carga horária, reforço no ensino acadêmico e realização de estágio profissional supervisionado.

Mas não ficou somente nisso. Em junho de 2020, foi estabelecida a perspectiva de um projeto transformador, com a criação de um grupo de trabalho para estudar a centralização de toda a formação, que hoje ocorre em 16 diferentes organizações militares, em uma escola única, capaz de alavancar a qualidade da formação dos militares que compõem cerca de 62% do efetivo profissional do Exército Brasileiro.

Desde o início dos trabalhos, havia duas premissas basilares a serem atendidas nesse empreendimento: a existência de uma área de aproximadamente 5.000 Ha que pudesse abrigar as instalações da nova escola e de um campo de instrução contíguo; e que essa área estivesse localizada no entorno de uma cidade de médio porte, capaz de oferecer o suporte necessário para a instalação e o funcionamento da escola e em condições de atender às demandas do corpo permanente da unidade escolar e de seus familiares.

Tais premissas, embora possam não parecer, são bastante exigentes e levaram o grupo de trabalho a fazer levantamentos em todos os estados da Federação. Após exaustivos estudos e a procura por espaços compatíveis, que perduraram durante todo o segundo semestre de 2020, em parceria com o Serviço de Patrimônio da União, com órgãos federais, estaduais e municipais, chega-se ao final dessa etapa com a seleção de três áreas prioritárias. Duas delas estão localizadas em campos de instrução que o Exército já possui. Trata-se do Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcanti, próximo à cidade de Recife (PE), e do Campo de Instrução de Santa Maria, localizado na cidade de Santa Maria (RS). A terceira área fica junto ao município de Ponta Grossa (PR) e pertence à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) (e). Negociações deverão ser conduzidas para se verificar a possibilidade de transferência do patrimônio para o Exército Brasileiro com a destinação específica de construção da nova escola.

A etapa do levantamento de áreas, embora bem adiantada, não está esgotada. Sempre que surge uma nova oferta, o grupo de trabalho fica à disposição para realizar o estudo do local proposto e verificar se efetivamente atende às demandas do projeto. Mas, como já foi abordado, uma área de 5.000 Ha disponível e próxima de uma cidade com dimensão e localização convenientes não é fácil de ser encontrada.

O Exército Brasileiro tem plena consciência do tamanho do desafio, mas sabe de sua importância para a instituição. Irá investir no que tem de primordial, que é a qualidade de seu corpo de profissionais. A formação muito bem feita assegura a melhoria constante da Força Terrestre, investindo naqueles que, ao longo de toda uma vida profissional, serão os responsáveis por conduzir as atividades e promover a eficiência do emprego do Exército.

Os próximos passos já estão sendo dados. Com o detalhamento do estudo, estão sendo feitos o levantamento das instalações que irão compor o novo complexo escolar e a estimativa de custos para que a obtenção de recursos possa ser viabilizada.

Assim, o Exército Brasileiro firma o seu propósito de pensar estrategicamente no futuro da Força, investe na massa de profissionais que compõem a maioria do efetivo da instituição e assegura contar com profissionais cada vez mais comprometidos e capacitados para o exercício de suas funções.

Ainda em 2021, o Exército deverá escolher o local definitivo que abrigará sua nova escola. O lançamento da pedra fundamental será não só um marco físico mas também uma promessa de futuro e a certeza da transformação permanente e duradoura na qualidade dos sargentos. Além disso, será um reconhecimento a esses profissionais que, assim como os oficiais, são responsáveis pela condução de uma instituição de Estado que, em cooperação com as armas coirmãs, compõe as Forças Armadas, base segura de um Brasil forte e soberano.

Fonte: eBlog do Exército

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).