Não é só no filme Top Gun que o sonho de “voar” pode se tornar uma realidade. Pilotar uma aeronave supersônica e defender os céus do território brasileiro; transportar um coração que vai ser transplantado e dar uma nova chance de vida a quem já não tinha mais esperança; buscar e resgatar uma pessoa que sofreu um acidente, que passou mal ou que ficou à deriva em uma embarcação. Essas são algumas das ações reais que os militares da Força Aérea Brasileira (FAB) realizam diariamente no exercício da profissão que escolheram para a vida. E é a eles e à Força Aérea Brasileira que a data de 23 de outubro é dedicada, em alusão ao primeiro voo do avião de Alberto Santos-Dumont, o 14-Bis, realizado em 1906, no Campo de Bagatelle, na França.
Formação do Oficial Aviador
“A Força Aérea vive hoje uma fase de modernização, tendo como símbolos dessa evolução as aeronaves KC-390 Millennium e F-39 Gripen. Assim, é o esforço individual que possibilitará que os Cadetes que estão se formando, com dedicação e paciência, assumam o comando desses novos vetores com o tempo”, destaca o Major Aviador Gustavo Abreu Bastos, piloto de Caça da FAB.
Ao final da árdua formação na AFA, os militares agora Aspirantes a Oficial vão para a cidade de Natal (RN), onde recebem instruções do Programa de Especialização Operacional (PESOP), por um ano, dentro de alguma das Aviações da FAB.
A escolha
Foi o brilho nos olhos, ao observar desde os pequenos monomotores até os grandes aviões de transporte, que deu a certeza a muitos jovens de que essa era a carreira que desejavam seguir. “Como todas as crianças, eu sonhava em um dia poder voar. E hoje, integrando o Esquadrão Falcão, tenho a possibilidade de ajudar a salvar vidas também. Lembro muito bem de uma missão em que resgatamos um pescador que tinha sofrido um AVC e estava a 150 milhas de Macapá (AM). Foi inesquecível!”, relembra o Major Aviador Leir Gomes de Oliveira, piloto de Busca e Salvamento da FAB.
Das missões marcantes em sua carreira, a jovem militar destaca uma do ano passado. “Levei os cadetes da AFA para fazer a Instrução de Sobrevivência na Selva no Campo de Provas Brigadeiro Veloso (Cachimbo). Quando eu era Cadete e estava indo fazer essa mesma instrução, fui a bordo de um C-130 Hércules do Esquadrão Gordo. Na época, não imaginava que, sete anos depois, faria parte desse momento com os Cadetes e estaria pilotando o C-130 Hércules como Oficial”, recorda.
Desafios
Aviações ainda mais operacionais
Transporte mais robusto
O primeiro Airbus A330-200 a ser convertido em avião-tanque sob o Programa KC-30 da FAB foi incorporado ao Esquadrão Corsário no dia 27/07 de 2022. Sua integração à Aviação de Transporte representa um salto operacional na área, pois, com a nova aquisição, a FAB aumenta sua capacidade em ações estratégicas, como reabastecimento em voo, apoio logístico, ações humanitárias e evacuação aeromédica, sejam elas nacionais ou internacionais. Duas aeronaves foram adquiridas em processo licitatório, vencido pela empresa Azul Linhas Aéreas e atuarão com as matrículas FAB 2901 e FAB 2902. Os dois novos aviões, com 59 metros de comprimento cada, serão os maiores já operados pela Força.
Renovação da frota
Mais duas aeronaves F-39 Gripen chegam ao Brasil
As aeronaves passaram por uma série de procedimentos necessários para que pudessem decolar em direção ao Centro de Ensaios em Voo do Gripen (Gripen Flight and Test Centre – GFTC), na planta da Embraer, em Gavião Peixoto (SP). Os trabalhos incluíram a instalação de assento ejetável e de kit sobrevivência, abastecimento e preparo de acionamento em solo.
Em Gavião Peixoto, pilotos de prova da FAB, da Embraer e da Saab executam ensaios em voo até que as aeronaves estejam prontas para receber o certificado militar. O documento é uma espécie de licença inicial de operação. Finalizada essa fase, os caças serão transferidos para a Base Aérea de Anápolis, onde passam pelas etapas finais de entrega e início da operação pelo Primeiro Grupo de Defesa Aérea (1º GDA).
Fotos: Sargento Felipe Viegas e Müller Marin / CECOMSAER e Arquivo pessoal