Trump amplia agenda expansionista com foco no Canadá e Panamá

Foto: Isac Nóbrega/PR
Não fique refém dos algoritmos, nos siga no Instagram, Telegram ou no Whatsapp e fique atualizado com as últimas notícias.

Em uma coletiva de imprensa que surpreendeu líderes globais, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, apresentou uma agenda internacional marcada por ambições expansionistas. Entre as propostas estão o controle do Canal do Panamá, a anexação do Canadá e a compra da Groenlândia. Trump justificou suas declarações afirmando que tais medidas são essenciais para a segurança econômica dos EUA, mesmo que precisem ser alcançadas por meio de coerção econômica ou militar.

As Ambições Expansionistas de Trump: Canal do Panamá, Canadá e Groenlândia

As declarações de Trump resgatam velhas ambições geopolíticas dos Estados Unidos. O Canal do Panamá, construído e administrado pelos EUA até 1999, é uma via estratégica para o comércio global, conectando os oceanos Atlântico e Pacífico. Trump argumentou que a retomada do controle é necessária para assegurar os interesses econômicos e militares norte-americanos na região, insinuando que poderia recorrer a medidas coercitivas para atingir esse objetivo.

Outra proposta polêmica envolve a anexação do Canadá como o 51º estado dos EUA. Trump criticou os gastos dos americanos com o comércio bilateral e o apoio militar ao vizinho do norte, prometendo tarifas de até 25% sobre produtos canadenses, caso suas exigências não sejam atendidas.

Além disso, Trump reacendeu a antiga proposta de comprar a Groenlândia, território autônomo dinamarquês. Ele sugeriu que imporia tarifas econômicas à Dinamarca, caso o país continue se recusando a negociar a venda. Segundo o presidente eleito, a Groenlândia é vital para a segurança nacional dos EUA devido à sua posição geoestratégica no Ártico.

Reações Internacionais: Canadá, Dinamarca e América Latina Respondem

As declarações de Trump provocaram reações imediatas de líderes globais. O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, respondeu categoricamente, afirmando que “não há a menor chance de o Canadá se tornar parte dos Estados Unidos”. Trudeau também destacou que a relação econômica e de segurança entre os dois países é mutuamente benéfica e não pode ser reduzida a ameaças tarifárias.

A ministra das Relações Exteriores do Canadá, Mélanie Joly, classificou as declarações de Trump como “uma demonstração de ignorância sobre a força e independência canadenses” e prometeu resistir a qualquer tentativa de coerção econômica.

Na América Latina, o presidente panamenho José Raúl Mulino também rejeitou publicamente a ideia de devolver o controle do Canal do Panamá aos EUA. O canal, entregue ao Panamá em 1999 após um tratado bilateral histórico, representa um símbolo de soberania nacional para os panamenhos.

A Dinamarca, por sua vez, reafirmou que a Groenlândia “não está à venda” e classificou as declarações de Trump como “irreais e desrespeitosas”.

Impacto Geopolítico: Uma Nova Era de Relações Internacionais?

As propostas de Trump sinalizam uma possível mudança profunda na política externa norte-americana. Ao adotar uma postura abertamente coercitiva e expansionista, Trump pode provocar fissuras em alianças tradicionais, como a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

O aumento da meta de gastos com defesa para 5% do PIB, outra proposta apresentada na coletiva, também pode gerar resistência entre aliados europeus, muitos dos quais já enfrentam dificuldades para cumprir o patamar atual de 2%.

No cenário global, as declarações de Trump podem reacender tensões econômicas com parceiros estratégicos, como México e Canadá, além de ampliar a desconfiança entre países latino-americanos quanto às intenções dos EUA na região.

Especialistas alertam que uma agenda baseada em tarifas econômicas, expansão territorial e retórica nacionalista pode resultar em um isolamento diplomático dos Estados Unidos, ao mesmo tempo em que fortalece blocos regionais independentes.

Participe no dia a dia do Defesa em Foco

Dê sugestões de matérias ou nos comunique de erros: WhatsApp 21 99459-4395

Apoio

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor insira seu comentário!
Digite seu nome aqui