No sopé do Morro do Marapicu, situado na zona oeste da capital fluminense, cerca de 50 militares de operações especiais das Forças Armadas integraram treinamento para atuar em situações de combate urbano e contraterrorismo. O Adestramento Conjunto “Combate em Ambiente Confinado” ocorreu, entre 13 e 24 de setembro, no Batalhão de Operações Especiais de Fuzileiros Navais, Batalhão Tonelero, e no Grupamento de Mergulhadores de Combate (GRUMEC), ambas Organizações Militares situadas no Rio de Janeiro.

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“Esse adestramento específico é voltado para o combate em ambientes confinados, basicamente, para retomadas de instalações que tenham sido capturadas por uma força adversa ou de outras instalações de interesse das Forças Armadas”, explicou o Comandante Naval de Operações Especiais, Contra-Almirante (FN) Claudio Eduardo Silva Dias.

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Palestras, instruções de atendimento pré-hospitalar tático e atividades para uniformização de táticas, técnicas e procedimentos de combate em ambientes confinados terrestres e marítimos integraram o cronograma do exercício, supervisionado pelo Ministério da Defesa. Entre os treinamentos, previstos em quadro de atividades, estiveram as entradas em ambientes confinados. Durante o dia e no período noturno, militares, repetidamente, adentraram em um compartimento modular dividido por paredes e percorreram os cômodos ocupados com alvos e bonecos. Ao longo das progressões, houve situações em que eles atiravam nos alvos, conforme as instruções passadas, anteriormente, pelos orientadores.

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Durante essas progressões, os militares são submetidos a elevado nível de estresse mental. Esse tipo de exposição, no treinamento, contribui para maior controle emocional em uma situação real. “Para o cumprimento da missão, o operador especial deve ser preciso, tendo como objetivo salvaguardar a vida humana”, enfatizou um dos integrantes do Grupo Especial de Retomada e Resgate do Batalhão de Operações Especiais de Fuzileiros Navais.

No estande de tiro do Centro de Instrução Almirante Milcíades Portela Alves (CIAMPA), os operadores especiais aprimoraram capacidades individuais ao usarem armamentos de diversos calibres. A atividade foi voltada ao aperfeiçoamento da tropa, buscando a execução de tiro seguro e efetivo.

Na quarta-feira (22), as simulações de combate em ambientes fechados ocorreram próximo às instalações do GRUMEC, situado em Niterói, Rio de Janeiro. Aos poucos, duas embarcações, que já se encontram fora do serviço ativo da Marinha, foram ocupadas pelos militares de operações especiais. “A bordo, utilizamos procedimentos, técnicas e táticas específicos e equipamentos especiais, que nos possibilitam, com rapidez, tomar o navio”, explicou o Imediato do Grupamento, Capitão de Corveta Pedro Salgado Dibo.

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A ação de tomada dos navios ocorreu com as embarcações ancoradas no porto. Em situações para a ocupação de embarcação em alto mar, os militares do GRUMEC utilizam estratégias denominadas métodos de infiltração. “Dispomos dos meios navais para chegar ao objetivo, que é a embarcação a ser abordada. Temos nossos métodos para, a partir desses meios, abordar a embarcação de interesse”, ressaltou um operador especial do GRUMEC.

Coordenado pelo Comando Naval de Operações Especiais (CoNavOpEsp), o treinamento conjunto teve a participação de militares do Batalhão Tonelero e do GRUMEC, ambos da Marinha; do 1º Batalhão de Ações de Comandos (1º BAC), do Exército; e do Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento (EAS/PARA-SAR), da Força Aérea.

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Curiosidade

O nome do Batalhão Tonelero tem origem no período imperial, por ocasião da Guerra contra Oribe e Rosas (1851-1852). À época, o Império brasileiro travara oposição ao uruguaio D. Manoel Oribe e ao ditador argentino Juan Manuel de Rosas. A esquadra brasileira sobressaiu-se no episódio denominado Passagem de Tonelero. Foi quando, em meio ao conflito, navios brasileiros conseguiram forçar a passagem, no Passo de Tonelero, no rio Paraná, ocasionando a derrota de Rosas.

O Batalhão de Operações Especiais de Fuzileiros Navais, Batalhão Tonelero, unidade onde ocorreram as atividades do Adestramento Conjunto, emprega seu contingente militar em diversos tipos de missões, incluindo as Operações Anfíbias, operações de projeção de poder, de caráter naval, lançada do mar sobre uma região litorânea hostil, potencialmente hostil ou mesmo permissiva, para cumprir uma missão designada.

Fotos: Igor Soares

Marcelo Barros, com informações do Ministério da Defesa
Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).