Sessão de julgamento no Tribunal Marítimo - Imagem: 2SG Natalia Xavier 

Um caso de imprudência em Cabo de Santo Agostinho (PE) trouxe à tona a questão da segurança na condução de embarcações. Um motonauta deu carona a uma jovem menor em sua moto aquática, resultando em uma tragédia. Após uma manobra radical, ambos caíram na água e a passageira morreu afogada, vítima da condução imprudente do motonauta e da negligência no não uso do colete salva-vidas, item de segurança obrigatório. Casos como esse são investigados e divulgados nos boletins de acidentes julgados pelo Tribunal Marítimo (TM) brasileiro. A imprudência e imperícia de condutores e tripulantes de embarcações são as maiores causas de acidentes de navegação com vítimas no Brasil.

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Desrespeito às Normas da Autoridade Marítima

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Composição de juízes e auxiliares – Imagem: 2SG Natalia Xavier 

Nos primeiros seis meses deste ano, o TM julgou 547 processos, muitos dos quais indicaram o descumprimento das Normas da Autoridade Marítima. Esses desrespeitos resultaram em acidentes graves, incluindo naufrágios, encalhes, colisões, incêndios, avarias em instalações de embarcações, entre outros, colocando em risco a vida de todos a bordo. Desde 2018, mais de 4.700 processos já foram julgados.

A Importância da Conscientização Marítima

“O Brasil é um país marítimo. O desenvolvimento da mentalidade marítima é muito importante, porque 95% de todo comércio exterior escoa pelos meios marítimos e fluviais. A conscientização contribui para reduzir acidentes e o Custo Brasil, além de aumentar a segurança da navegação. Isso colabora para atrair investidores nacionais e internacionais”, explicou o Juiz Presidente do Tribunal Marítimo, Vice-Almirante da reserva Ralph Dias da Silveira Costa, com experiência de quase 40 anos na área naval.

A Função do Tribunal Marítimo

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O Tribunal Marítimo brasileiro, criado para avaliar as causas e circunstâncias de acidentes envolvendo embarcações nacionais e estrangeiras, desempenha um papel vital na garantia da segurança na navegação. Composto por juízes militares e civis especialistas em Direito Marítimo, Direito Internacional Público, armação de navios e navegação comercial, além de Oficial da Marinha Mercante, o colegiado tem capacidade para definir a natureza e as circunstâncias de cada acidente, indicar responsáveis e aplicar as penas estabelecidas por lei, além de propor medidas preventivas e de segurança da navegação.

Os processos julgados pelo Tribunal Marítimo contribuem para o cumprimento das normas vigentes e servem como alerta para a sociedade em geral e condutores de embarcações para prevenir novas tragédias e perdas de vidas.

Marcelo Barros, com informações da Marinha do Brasil
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).