Suboficial Jacintho completa mil dias de mar no Monitor “Parnaíba”

Foto: Cabo AM Pessanha
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O Suboficial (Comunicações Interiores) Wagner Pinheiro Jacintho fez história na Marinha do Brasil ao completar mil dias de mar no Monitor “Parnaíba”, o navio mais antigo da Força em atividade. Sua jornada, repleta de desafios e conquistas, inclui ainda mais de mil pousos de helicópteros no convoo da embarcação, além de missões internacionais e operações no Pantanal. Com 34 anos dedicados à carreira naval, ele se tornou um exemplo de liderança e comprometimento na tropa.

A trajetória do Suboficial Jacintho na Marinha do Brasil

Natural de São Gonçalo (RJ), o Suboficial Jacintho ingressou na Marinha do Brasil em 1990, após ser aprovado na Escola de Aprendizes-Marinheiros de Pernambuco. Sem ter militares na família, descobriu a carreira naval por meio de um amigo de infância que o incentivou a se inscrever no concurso.

Desde então, sua trajetória foi marcada por experiências em diferentes unidades da Força. Serviu na Diretoria de Hidrografia e Navegação e na Diretoria-Geral do Material da Marinha antes de ser designado para o grupo de recebimento da Fragata “Greenhalgh”, em 1995. Durante cinco meses, esteve na Inglaterra, onde participou da incorporação do navio à Marinha do Brasil, aprofundando seus conhecimentos em sistemas navais e engenharia de máquinas.

Após a especialização em Comunicações Interiores, passou a integrar a Corveta “Julio de Noronha”, onde desenvolveu grande afinidade com a praça de máquinas, aprimorando suas habilidades técnicas. Em busca de novos desafios, em 2004 solicitou transferência para a área de jurisdição do Comando do 6º Distrito Naval, chegando à cidade de Ladário (MS) com sua família.

Cinco anos depois, embarcou no Monitor “Parnaíba”, navio que se tornaria sua segunda casa. Mesmo com uma breve passagem pela Fragata “Greenhalgh” entre 2010 e 2014, optou por retornar a Ladário e ao “Parnaíba”, onde permanece até hoje.

O legado no Monitor “Parnaíba”

Com 11 anos de serviço a bordo do Monitor “Parnaíba”, o Suboficial Jacintho testemunhou a passagem de 12 comandantes e seis imediatos pelo navio. Atualmente, ele atua como Supervisor de Máquinas e Líder de Crache, sendo responsável por uma equipe de 22 militares.

Seu tempo embarcado permitiu a participação em diversas missões internacionais, como as operações “ACRUX”, “Platina”, “BrasBol” e “Ninfa”, realizadas na Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai. Além disso, nas águas do Pantanal, desempenhou papel essencial em operações de busca e salvamento, patrulhamento fluvial e assistência cívico-social às comunidades ribeirinhas.

Um dos momentos mais desafiadores de sua trajetória ocorreu durante uma missão no Rio Paraguai, quando um dos motores e um dos geradores do navio queimaram, deixando a embarcação sem energia. Com esforço e conhecimento técnico, sua equipe conseguiu realizar reparos complexos, garantindo a continuidade da operação.

O Suboficial Jacintho também acompanhou de perto pousos históricos no convoo do Monitor “Parnaíba”, incluindo os de número 2.000 e 2.500 do helicóptero UH-12 do 1º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral do Oeste, somando mais de mil pousos durante seu tempo embarcado.

Além das funções operacionais, ele incentivou hábitos saudáveis entre os militares, criando um grupo de corrida que se tornou um marco entre os tripulantes do navio. Para celebrar seu aniversário de 50 anos, Jacintho correu 50 quilômetros, consolidando sua dedicação não apenas à carreira, mas também ao bem-estar da tripulação.

A história e importância do Monitor “Parnaíba”

O Monitor “Parnaíba” é uma peça viva da história da Marinha do Brasil. Construído no Brasil e incorporado à Força em 1937, é o navio mais antigo da MB em atividade. Originalmente, ele marcou o retorno da construção naval brasileira e, durante a Segunda Guerra Mundial, foi deslocado para Salvador (BA) para realizar escoltas e patrulhas costeiras.

Após o conflito, retornou ao Pantanal, onde passou por modernizações em 1998, garantindo sua longevidade operacional. O navio recebeu melhorias que ampliaram sua autonomia, mobilidade, flexibilidade e poder de fogo, além da instalação de um convoo, tornando-o o único navio da Marinha no Pantanal com capacidade para operar helicópteros.

Hoje, o Monitor “Parnaíba” continua a desempenhar um papel essencial no apoio às operações ribeirinhas no Pantanal, nas ações de inspeção naval, busca e salvamento fluvial e no suporte às missões de assistência cívico-social às populações ribeirinhas.

Para o Suboficial Jacintho, que dedicou boa parte de sua carreira ao navio, o “Parnaíba” representa mais do que uma embarcação: é um símbolo da tradição naval brasileira e do compromisso da Marinha com a segurança e o desenvolvimento da Amazônia Azul e das águas interiores.

Ao completar mil dias de mar, ele reforça sua trajetória de dedicação e paixão pela Marinha do Brasil, reconhecendo que sua jornada vai muito além dos números. “A MB representa tudo para mim. Tudo o que conquistei, tudo o que sou, devo a ela. Aqui, fiz amigos que levarei para a vida toda, amizades verdadeiras, forjadas no companheirismo e na missão de servir”, conclui.

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Marcelo Barros, com informações e imagens da Agência Marinha
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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