Submersos em Silêncio: A Intrigante Vida dos Submarinistas Brasileiros

Suboficial e Submarinista Agildo Almenaro da Conceição expõe a rotina, os desafios e as histórias por trás das profundezas marítimas da Marinha do Brasil

Agildo Almenaro da Conceição, Suboficial e Submarinista com 23 anos de experiência, descreve a vida em um submarino como confinada e disciplinada. Longe das visões panorâmicas dos navios de superfície, a realidade em um submarino é de isolamento, cercada por paredes de aço. “Não temos a possibilidade de sentir uma brisa no rosto, de ver o nascer ou o pôr do sol. É um ambiente fechado”, explica Agildo. O espaço interno é distribuído de forma minuciosa e otimizada, com camas pequenas e instalações reduzidas. A rotina a bordo é rigorosa, com turnos de trabalho e descanso estabelecidos. O descanso, além do sono, é usado para higiene pessoal, lazer e manutenção do submarino.

O Espírito de Corpo: Convivência e Fraternidade

A vida em um submarino, segundo Agildo, requer um espírito de corpo intenso e camaradagem. “Estamos em um ambiente pequeno, confinado, onde passamos uma certa quantidade de dias e com o mesmo grupo”, relata. Em consequência disso, o respeito e a proximidade entre todos são fundamentais, desde o marinheiro mais novo até o comandante. Essa convivência estreita gera uma cumplicidade quase fraternal, indispensável para que a tripulação funcione como uma engrenagem bem ajustada.

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Submarino “Timbira” esteve em operação até o início deste ano – Imagem: Marinha do Brasil

Navegando no Escuro: Orientação Sonora e Navegação Subaquática

Ao contrário do que muitos imaginam, um submarino de guerra não possui janelas. Agildo explica que, ao submergir, a orientação visual é impossível. Em vez disso, a tripulação navega usando sonares, capazes de detectar outros navios, submarinos, sons biológicos e até ruído de chuva. A navegação é auxiliada também pelas cartas náuticas, um mapeamento detalhado do mar. Em situações específicas, o submarino pode subir para a profundidade de 15 metros, permitindo que um periscópio seja usado para visualizar a superfície.

A Profundidade da Carreira: Aventuras e Desafios

Ao longo de sua carreira, Agildo vivenciou momentos memoráveis e desafiantes. Ele recorda um incidente de inundação no Submarino “Timbira”, que foi controlado a tempo. Em contraste, um dos pontos altos foi a passagem pelo Canal do Panamá, um evento raro para um submarino brasileiro. Outra missão marcante foi nos Estados Unidos, onde tiveram que se infiltrar por uma escolta de navios de superfície para fotografar um porta-aviões.

Testes e Treinamentos: A Caminho do Submarinismo

O caminho para se tornar um submarinista é rigoroso. Primeiro, há uma série de testes físicos, de saúde e psicológicos. Depois disso, o militar segue para a Escola de Submarinos, onde realiza um curso teórico e prático de seis meses. A seleção também inclui uma simulação de descida em uma câmara hiperbárica, seguida de um estágio nos submarinos da Marinha do Brasil.

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Marcelo Barros, com informações e imagens da Marinha do Brasil
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).