Starlink vira alternativa contra controle do tráfico e da milícia

Não fique refém dos algorítimos, nos siga no Instagram, Telegram ou no Whatsapp e fique atualizado com as últimas notícias.

Moradores do Rio de Janeiro estão encontrando na internet via satélite da Starlink uma saída para escapar do controle de traficantes e milicianos sobre os serviços de banda larga. O equipamento, ainda caro para muitos, tornou-se uma alternativa para evitar ligações com grupos criminosos que cobram pela instalação e pelo uso de provedores vinculados às facções.

O controle criminoso sobre serviços de internet no Rio

O corte de cabos de provedores tradicionais de internet tornou-se uma prática recorrente em áreas dominadas por traficantes e milicianos no Rio de Janeiro, sendo noticias diariamente em todos jornais do Estado. Os relatos de moradores de bairros da Zona Norte apontam para a imposição de provedores vinculados a esses grupos criminosos, com valores fixados em R$ 100 pela instalação e R$ 120 de mensalidade.

A prática restringe a liberdade de escolha dos residentes e expõe quem tenta buscar alternativas a represálias. “Eles vieram aqui e tiraram tudo, todos os cabos. Não adianta reclamar, ninguém vai consertar”, afirmou um morador de Olaria que pediu para não ser identificado.

A Starlink como alternativa segura

Diante do cenário, a internet via satélite da Starlink surgiu como uma solução viável, ainda que onerosa. A tecnologia, que não depende de cabeamento, permite que os moradores mantenham sua independência dos grupos criminosos. Equipado com uma pequena antena e roteador, o sistema custa cerca de R$ 1.000, além de uma mensalidade de R$ 180.

Apesar do custo elevado, a Starlink vem sendo adotada por quem busca manter sua segurança. “Eu preferi gastar mais e não ficar ligado a eles. Estou contratando a plataforma digital por satélite para ficar conectado”, explicou um morador de Guadalupe. Em Olaria, vizinhos já seguem o mesmo caminho, mostrando que o serviço vem ganhando força como uma saída para escapar da coerção.

O cenário nacional e o avanço da internet via satélite

O Rio de Janeiro já desponta como a terceira cidade brasileira com o maior número de usuários da Starlink, ficando atrás apenas de Boa Vista, em Roraima, e Manaus, no Amazonas. Diferentemente dessas localidades, onde o serviço é amplamente utilizado por conta das dificuldades de acesso à infraestrutura de cabos e fibra óptica, no Rio o crescimento reflete um problema de segurança urbana.

Esse cenário destaca o papel da tecnologia em contextos de violência, onde alternativas como a internet via satélite oferecem mais do que conexão: garantem autonomia e proteção. No entanto, a dependência de soluções de alto custo também evidencia a desigualdade no acesso à tecnologia, uma questão que merece atenção de políticas públicas.

Participe no dia a dia do Defesa em Foco

Dê sugestões de matérias ou nos comunique de erros: WhatsApp 21 99459-4395

Google News

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor insira seu comentário!
Digite seu nome aqui