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Moradores do Rio de Janeiro estão encontrando na internet via satélite da Starlink uma saída para escapar do controle de traficantes e milicianos sobre os serviços de banda larga. O equipamento, ainda caro para muitos, tornou-se uma alternativa para evitar ligações com grupos criminosos que cobram pela instalação e pelo uso de provedores vinculados às facções.
O controle criminoso sobre serviços de internet no Rio
O corte de cabos de provedores tradicionais de internet tornou-se uma prática recorrente em áreas dominadas por traficantes e milicianos no Rio de Janeiro, sendo noticias diariamente em todos jornais do Estado. Os relatos de moradores de bairros da Zona Norte apontam para a imposição de provedores vinculados a esses grupos criminosos, com valores fixados em R$ 100 pela instalação e R$ 120 de mensalidade.
A prática restringe a liberdade de escolha dos residentes e expõe quem tenta buscar alternativas a represálias. “Eles vieram aqui e tiraram tudo, todos os cabos. Não adianta reclamar, ninguém vai consertar”, afirmou um morador de Olaria que pediu para não ser identificado.
A Starlink como alternativa segura
Diante do cenário, a internet via satélite da Starlink surgiu como uma solução viável, ainda que onerosa. A tecnologia, que não depende de cabeamento, permite que os moradores mantenham sua independência dos grupos criminosos. Equipado com uma pequena antena e roteador, o sistema custa cerca de R$ 1.000, além de uma mensalidade de R$ 180.
Apesar do custo elevado, a Starlink vem sendo adotada por quem busca manter sua segurança. “Eu preferi gastar mais e não ficar ligado a eles. Estou contratando a plataforma digital por satélite para ficar conectado”, explicou um morador de Guadalupe. Em Olaria, vizinhos já seguem o mesmo caminho, mostrando que o serviço vem ganhando força como uma saída para escapar da coerção.
O cenário nacional e o avanço da internet via satélite
O Rio de Janeiro já desponta como a terceira cidade brasileira com o maior número de usuários da Starlink, ficando atrás apenas de Boa Vista, em Roraima, e Manaus, no Amazonas. Diferentemente dessas localidades, onde o serviço é amplamente utilizado por conta das dificuldades de acesso à infraestrutura de cabos e fibra óptica, no Rio o crescimento reflete um problema de segurança urbana.
Esse cenário destaca o papel da tecnologia em contextos de violência, onde alternativas como a internet via satélite oferecem mais do que conexão: garantem autonomia e proteção. No entanto, a dependência de soluções de alto custo também evidencia a desigualdade no acesso à tecnologia, uma questão que merece atenção de políticas públicas.
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