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Em um movimento estratégico durante a LAAD Defence & Security 2025, a SIATT e a EMGEPRON firmaram um Memorando de Entendimento para viabilizar a exportação do Míssil Antinavio de Superfície (MANSUP) por meio da modalidade Governo a Governo. O acordo, assinado no estande da Marinha do Brasil, representa um passo importante para a internacionalização da indústria de defesa nacional.
Características do MANSUP e sua relevância estratégica
Desenvolvido com tecnologia nacional, o MANSUP (Míssil Antinavio de Superfície) é um dos símbolos da capacidade da Base Industrial de Defesa (BID) brasileira. Trata-se de um míssil de cruzeiro com guiagem inercial e terminal ativa por radar, projetado para ser lançado a partir de navios de guerra e destinado à neutralização de alvos navais de superfície. Com alcance superior a 70 km e velocidade subsônica, o MANSUP alia precisão, confiabilidade e versatilidade operacional.
Seu projeto é fruto de uma parceria entre a SIATT, a Marinha do Brasil e outras empresas estratégicas, consolidando o domínio nacional sobre as tecnologias críticas envolvidas na produção de mísseis. Isso permite ao Brasil maior autonomia estratégica, reduzindo a dependência de fornecedores externos e possibilitando sua oferta no mercado internacional sem restrições de propriedade intelectual.
A robustez do sistema, aliada ao baixo custo relativo e ao fato de estar plenamente integrado a sistemas de combate navais modernos, torna o MANSUP um produto de interesse para nações que buscam reequipar suas marinhas com soluções acessíveis, eficazes e politicamente neutras.
Modalidade Governo a Governo e apoio da EMGEPRON
O Memorando de Entendimento firmado entre a SIATT e a EMGEPRON estabelece que a comercialização internacional do MANSUP poderá ocorrer via modalidade Governo a Governo, o que confere maior segurança jurídica e institucional às negociações. Nessa modalidade, a mediação do Ministério da Defesa do Brasil garante a formalização de acordos bilaterais, com base em protocolos de cooperação e tratados internacionais.
A EMGEPRON, empresa pública vinculada ao Comando da Marinha, atuará como facilitadora nas tratativas internacionais, agregando sua expertise em contratos de exportação e articulação governamental. Esse modelo é amplamente utilizado por grandes exportadores de sistemas de defesa, como Estados Unidos, França e Israel, e proporciona credibilidade, transparência e respaldo político às transações.
Segundo Robson Duarte, diretor da SIATT, o acordo “marca um momento importante para a indústria de defesa brasileira”, ampliando o alcance do MANSUP e possibilitando novas parcerias com países que valorizam soluções de alta tecnologia desenvolvidas com independência tecnológica.
Inserção do Brasil no mercado global de mísseis
Com a assinatura do memorando, o Brasil dá um passo relevante para se consolidar como fornecedor de sistemas avançados de defesa. O MANSUP se junta a um seleto grupo de mísseis antinavio desenvolvidos fora do eixo tradicional das grandes potências, destacando-se por sua origem sul-americana, algo inédito em termos de sofisticação e prontidão operacional.
A possibilidade de exportação fortalece não apenas a SIATT, mas todo o ecossistema nacional que orbita em torno da indústria de mísseis, incluindo empresas fornecedoras, centros de pesquisa, universidades e órgãos de fomento. Ao demonstrar capacidade de desenvolver, produzir e vender um míssil completo, o Brasil mostra que pode competir no mercado global com produtos de alto valor agregado e viés estratégico.
Essa inserção internacional também reforça a imagem do país como parceiro confiável e inovador em defesa, ampliando o soft power brasileiro e gerando oportunidades de cooperação tecnológica, treinamentos conjuntos e integração industrial com outros países da América Latina, África e Sudeste Asiático.
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