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Em um momento de crescente atenção internacional à Amazônia, o Comando Militar do Norte (CMN) promoveu, nos dias 6 e 7 de maio, o I Seminário de Segurança e Defesa da Amazônia Oriental, reunindo autoridades civis, militares e acadêmicas em Belém (PA). O evento antecede a realização da COP 30 e reforça a ideia de que proteção ambiental e soberania nacional são agendas complementares.
Cooperação entre Forças Armadas e universidades na defesa amazônica
A realização do seminário simbolizou um passo importante na construção de pontes entre o mundo militar e o universo acadêmico. Com apoio da UFPA, UEPA e UNAMA, o evento proporcionou um espaço inédito de diálogo estratégico sobre segurança e defesa em uma das regiões mais sensíveis do planeta. O General de Exército Vendramin, comandante do CMN, enfatizou a importância de integrar os saberes da geopolítica, da ciência e da experiência operacional para pensar soluções inovadoras e duradouras para a Amazônia Oriental.
A presença de estudantes, pesquisadores e autoridades militares evidenciou o caráter plural da iniciativa, que também buscou sensibilizar a juventude universitária para o papel das Forças Armadas na preservação da soberania nacional, especialmente diante das novas ameaças transnacionais. O seminário abriu caminho para que linhas de pesquisa, disciplinas e cursos especializados sejam incorporados aos currículos das instituições de ensino, estimulando uma formação cidadã e estratégica voltada para a região.
Segurança, crime transnacional e o papel da Amazônia na geopolítica climática
Durante as quatro mesas temáticas e catorze painéis, especialistas debateram temas como segurança de fronteiras, integração operacional, infraestrutura logística, crime organizado transnacional e ameaças híbridas. As falas do General Costa Neves, comandante militar da Amazônia, e do Secretário de Segurança Pública do Pará, Ualame Machado, reforçaram o papel das ações interagências e do uso do SISFRON como ferramentas essenciais para o enfrentamento das ameaças contemporâneas.
O evento também trouxe à tona questões como a disputa de poder geopolítico em torno do clima, e os impactos da extração ilegal de recursos naturais, temas tratados por nomes como Aldo Rebelo, ex-Ministro da Defesa, e acadêmicos como o prof. dr. André Malcher. Ficou claro que a Amazônia é, além de um patrimônio ambiental, um ativo estratégico na segurança nacional e internacional — espaço onde os interesses econômicos, ambientais e de soberania se entrelaçam.
A COP 30 como catalisador da pauta de segurança e defesa regional
Prevista para acontecer em Belém, em 2025, a COP 30 serviu de pano de fundo para o seminário e deu urgência aos debates sobre a defesa da Amazônia. Ao integrar segurança e meio ambiente em uma só pauta, o evento se alinha à tendência global de tratar a proteção territorial como condição para a sustentabilidade climática. Temas como comunicação estratégica, tratados pelo General Richard, Chefe do Estado-Maior do Exército, e geopolítica dos recursos naturais, abordados pelo General Azevedo, reforçaram a conexão entre os domínios da defesa e da diplomacia ambiental.
A realização do seminário em Belém, cidade-sede da próxima grande conferência climática da ONU, evidencia o esforço do Brasil em se apresentar ao mundo com uma proposta sólida, integrada e soberana para a Amazônia. Ao lado das universidades e das Forças Armadas, o país sinaliza que está disposto a proteger seu território com inteligência estratégica, base científica e ação coordenada — mostrando que defesa e sustentabilidade podem caminhar juntas.
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