Nos últimos cinco meses, a Marinha do Brasil (MB) tem protagonizado um verdadeiro marco na história da segurança portuária do país, especialmente no Porto de Santos, SP. A operação “Lais de Guia”, realizada no âmbito da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), trouxe à tona o potencial das Forças Armadas em coibir o avanço do crime organizado nos portos brasileiros, um dos vetores mais críticos para a segurança nacional e internacional. A atuação decisiva da MB, em colaboração com agências nacionais e estaduais de segurança e fiscalização, destaca-se pela sua abordagem integrada, refletindo os princípios da tríplice hélice na prática: a sinergia entre forças armadas, indústria nacional e academia para fortalecer a Base Industrial de Defesa (BID) e, por extensão, o desenvolvimento nacional.
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Operação “Lais de Guia”: um panorama operacional e estratégico
Durante o período da operação, quase dois mil militares foram mobilizados para ações de patrulha, inspeção, abordagens e vistorias. Essa massiva presença da MB não apenas resultou na apreensão de significativas quantidades de drogas, armas, munições e veículos, mas também demonstrou o poder da dissuasão militar na prevenção de crimes. Com 9.540 abordagens realizadas, incluindo veículos e embarcações, e a inspeção de 131 navios, a operação revela uma metodologia eficaz de proteção dos pontos críticos nacionais, com um olhar especial para a segurança dos mares e das fronteiras marítimas do Brasil.
A sinergia interagências: fortalecendo a segurança por meio da colaboração
Um dos pilares da operação foi a colaboração interagências, que incluiu a Polícia Federal, Receita Federal, Polícias Civil e Militar dos Estados e Guarda Portuária. Este modelo de atuação conjunta não apenas ampliou o escopo das operações, como também potencializou os resultados. A interação entre diferentes corporações e a partilha de informações e recursos demonstram o potencial de uma abordagem integrada e multidisciplinar na luta contra o crime organizado e na proteção da infraestrutura crítica nacional.
Repercussões na indústria e academia: o papel da tríplice hélice na segurança e defesa
O sucesso da operação “Lais de Guia” ressalta a importância de investimentos contínuos na BID e no desenvolvimento de tecnologias nacionais de defesa e segurança. A utilização de meios avançados, como aeronaves remotamente pilotadas (drones) e lanchas blindadas, não apenas eleva a capacidade operacional das Forças Armadas, como também incentiva a indústria nacional e o setor acadêmico a colaborarem no desenvolvimento de soluções inovadoras para os desafios da segurança nacional. Este ciclo virtuoso de inovação e desenvolvimento sustenta a soberania nacional e projeta o Brasil como um ator estratégico no cenário internacional.
Minhas Considerações
A operação “Lais de Guia” não é apenas uma demonstração de força e capacidade de dissuasão do poder naval brasileiro. Ela é um exemplo concreto de como a integração das Forças Armadas com a indústria e a academia pode gerar soluções inovadoras e efetivas para os desafios contemporâneos da defesa e segurança pública. Esta abordagem multidisciplinar não apenas protege nossas fronteiras e infraestruturas críticas, mas também promove o desenvolvimento tecnológico e industrial, fortalecendo a posição do Brasil como uma potência regional comprometida com a paz, a segurança e o desenvolvimento sustentável.
