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Durante quatro dias, a Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN) transformou-se no epicentro da cooperação internacional no Atlântico Sul. Representantes de países da região e convidados reuniram-se no Rio de Janeiro para debater os rumos da hidrografia e da oceanografia operacional. As reuniões da CHAtSO e da OCEATLAN revelaram avanços técnicos, novas parcerias e a crescente importância da ciência oceânica para a segurança e o desenvolvimento regional.
Padrão S-100 e a revolução nos dados hidrográficos
A 19ª Reunião da Comissão Hidrográfica do Atlântico Sudoeste (CHAtSO) deu destaque à introdução do novo padrão S-100, adotado pela Organização Hidrográfica Internacional (OHI). O S-100 representa uma transformação digital no modo como os dados marítimos são coletados, processados e compartilhados, permitindo a criação de produtos cartográficos mais dinâmicos e precisos. Com ele, cartas náuticas passam a ser interativas e integráveis com sistemas de navegação em tempo real.
Além da aplicação na segurança da navegação, o padrão também favorece a interoperabilidade entre nações, sendo essencial em zonas de fronteira marítima. Durante o evento, foram compartilhadas as experiências e avanços técnicos desde a última reunião, realizada na Argentina em 2024, com ênfase no desenvolvimento de soluções que garantam cobertura cartográfica contínua entre os países-membros, evitando “zonas cegas” no oceano.
Cooperação regional como instrumento de soberania e ciência
A cooperação multilateral em ciência oceânica foi o fio condutor da 21ª Reunião da OCEATLAN, que congregou instituições de Brasil, Argentina, Uruguai e países observadores. A Aliança tem sido exemplo de como a integração de dados e esforços pode ser aplicada à pesquisa climática, proteção da biodiversidade marinha e gestão sustentável dos recursos. Ao promover uma ciência compartilhada, os países reforçam não apenas sua soberania, mas também sua presença estratégica em temas globais.
Temas como mudanças climáticas, acidificação dos oceanos e perda de biodiversidade foram amplamente debatidos, com destaque para os desafios enfrentados por nações do Atlântico Sul diante das exigências internacionais por sustentabilidade. A cooperação científica torna-se, assim, um vetor de diplomacia marítima e inserção geopolítica.
A liderança da DHN em agendas oceânicas no Atlântico Sul
Sediar os dois principais encontros regionais de hidrografia e oceanografia em um mesmo ano é prova do prestígio da Diretoria de Hidrografia e Navegação no cenário internacional. A DHN tem consolidado sua imagem como centro de excelência em dados oceânicos, produção cartográfica e articulação institucional. Ao abrir suas portas para parceiros do Cone Sul e da Europa, a diretoria reforça o papel do Brasil como líder na governança do Atlântico Sudoeste.
Com presença de países como Bolívia, Espanha e Portugal como observadores, e empresas do setor privado, os encontros também demonstraram a capacidade da DHN em criar pontes entre comunidade científica, defesa, diplomacia e setor produtivo. O Brasil, por meio da DHN, continua a desempenhar um papel central na articulação de políticas públicas que impactam diretamente a segurança da navegação e a gestão marinha da região.
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