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Entre os dias 3 e 5 de setembro, professores e pesquisadores da Escola de Guerra Naval (EGN) participaram ativamente do XIII Encontro Nacional da Associação Brasileira de Estudos de Defesa (ENABED), realizado na Universidade Federal de Minas Gerais. Durante o evento, especialistas da EGN debateram temas cruciais, como a autonomia científico-tecnológica do Brasil e os desafios do Programa de Submarinos de Propulsão Nuclear, destacando a importância do país no cenário global de defesa.
Participação da Escola de Guerra Naval no XIII ENABED
A Escola de Guerra Naval (EGN) desempenhou um papel de destaque no XIII ENABED, contribuindo com painéis que aprofundaram questões sobre a defesa nuclear do Brasil e seu alinhamento com o regime de não proliferação de armas nucleares. O Capitão de Mar e Guerra (RM1) Prof. Dr. William Moreira, em sua apresentação intitulada “O Brasil e a ordem nuclear global: autonomia científico-tecnológica e colaboração com o regime de salvaguardas”, discutiu o equilíbrio entre o desenvolvimento autônomo da tecnologia nuclear brasileira e a cooperação com organismos internacionais, como a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Já o Capitão de Fragata (RM1-IM) Prof. Dr. Marcos Valle Machado da Silva coordenou o painel que abordou os submarinos de propulsão nuclear e as implicações para o regime de não proliferação de armas nucleares. Os debates reforçaram a importância da transparência e da confiança mútua entre o Brasil e a comunidade internacional, garantindo que o uso da tecnologia nuclear continue sendo pacífico e alinhado com os compromissos globais.
Além disso, a participação do Centro de Estudos Político-Estratégicos da Marinha (CEPE-MB) foi marcada pelas presenças do Almirante de Esquadra (Ref-FN) Alvaro Augusto Dias Monteiro, do Almirante de Esquadra (RM1-FN) Paulo Martino Zuccaro e do Capitão de Mar e Guerra (RM1) André Luiz Braga, que contribuíram para os diálogos estratégicos com sua vasta experiência militar.
O Programa Brasileiro de Submarinos Nucleares e o Regime de Não Proliferação
O desenvolvimento do submarino brasileiro de propulsão nuclear é um marco estratégico para a Marinha do Brasil e representa um dos maiores desafios tecnológicos já enfrentados pelo país. Durante o encontro, os debates sobre o Programa de Submarino Convencionalmente Armado de Propulsão Nuclear foram centrais, especialmente no contexto das salvaguardas internacionais estabelecidas pelo regime de não proliferação de armas nucleares.
O Brasil, como signatário do Tratado de Não Proliferação (TNP), se compromete a garantir que o uso de sua tecnologia nuclear seja exclusivamente pacífico. No entanto, isso exige um equilíbrio delicado entre a necessidade de desenvolver uma capacidade militar autônoma e as exigências impostas pelos regimes de controle internacionais. A colaboração com a AIEA é fundamental para assegurar que os submarinos de propulsão nuclear brasileiros não representem uma ameaça à segurança global, mas sim uma garantia da soberania nacional e uma resposta aos desafios contemporâneos de defesa.
Os desafios políticos e tecnológicos dessa empreitada foram amplamente discutidos, ressaltando a importância do projeto não apenas para a defesa do Brasil, mas também para o fortalecimento de sua posição geopolítica no cenário internacional. O painel coordenado pelo Prof. Dr. Marcos Valle destacou como o Brasil tem buscado conciliar sua ambição tecnológica com os compromissos internacionais, mantendo uma política de transparência e cooperação.
O Papel do ENABED na Modernização da Defesa Brasileira
O XIII ENABED, com o tema “A modernização dos setores de segurança: democracia e defesa face aos desafios da guerra contemporânea”, proporcionou um ambiente rico para discussões sobre o futuro da defesa nacional. O evento reuniu acadêmicos, militares e especialistas em defesa de todo o Brasil, promovendo uma troca de ideias que contribui diretamente para a evolução das políticas de segurança e defesa no país.
As discussões sobre a modernização dos setores de defesa destacaram a importância de integrar novas tecnologias e estratégias para enfrentar os desafios da guerra contemporânea, como a cibersegurança, a guerra híbrida e a proliferação de armas não convencionais. A contribuição da academia, representada por pesquisadores da EGN e de outras instituições, é essencial para a formulação de novas políticas de defesa que levem em conta as complexidades do cenário global atual.
A presença de representantes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) reforçou a importância do investimento em pesquisa e inovação no setor de defesa, essenciais para o avanço da autonomia tecnológica do Brasil. A cooperação entre a academia e as Forças Armadas, através de iniciativas como o PROCAD, permite que o Brasil desenvolva soluções estratégicas para enfrentar as ameaças contemporâneas, garantindo a soberania e a segurança nacional.
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