Presença Militar nas Ilhas oceânicas são vitais para soberania da Amazônia Azul

Navios de guerra e helicóptero no mar azul
Imagem gerada por IA
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O Brasil possui, em seu litoral, uma janela privilegiada para o Atlântico Sul: o Saliente Nordestino, região mais próxima da África e ponto-chave para a defesa e soberania nacional. Nesse contexto, ilhas oceânicas como Fernando de Noronha e o Arquipélago de São Pedro e São Paulo tornam-se peças estratégicas para operações militares que visam garantir o controle da Amazônia Azul, área marítima rica em recursos naturais e alvo de interesse internacional.

Plataformas de defesa no coração do Atlântico Sul

As ilhas oceânicas brasileiras funcionam como verdadeiros porta-aviões naturais no meio do Atlântico. O Arquipélago de São Pedro e São Paulo, mesmo com sua dimensão reduzida, é estratégico por sua localização equidistante entre a América do Sul e a África, possibilitando ações de vigilância, monitoramento ambiental e patrulhamento marítimo. Já Fernando de Noronha, com infraestrutura mais consolidada, além das citadas, tem como realizar a operação de aeronaves, embarcações e ações de presença contínua na região.

Essas áreas permitem ao Brasil estender sua presença militar para além da costa, tendo um apoio na proteção da Zona Econômica Exclusiva (ZEE) e no monitoramento de rotas de navegação e áreas sensíveis da Amazônia Azul, um espaço com mais de 4,5 milhões de km², equivalente a mais da metade do território continental brasileiro.

É importante destacar que a defesa das ilhas oceânicas envolve componentes não somente do Poder Naval com navios da MB e fuzileiros navais, mas do Poder Aéreo e Marítimo como um todo. Faz-se necessário, por exemplo, um esforço logístico continuado por meio da mobilização de navios mercantes para o deslocamento dos suprimentos necessários para as ilhas e do emprego de aeronaves da FAB a partir do Arquipélago de Fernando de Noronha para a realização de ações de vigilância.

Depreende-se também a necessidade da importância de implementação do Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz), uma dos Programas Estratégicos da MB, de forma que seja possível o monitoramento da nossa Amazônia Azul. Nesse contexto, é importante lembrar do derramamento de óleo em águas brasileiras que afetou o litoral brasileiro em 2019 e evidenciou a necessidade de um sistema eficiente de monitoramento e resposta para lidar com esse tipo de incidente, reforçando a importância do SisGAAz.

Além disso, algo a ser pensado seria aproveitar o posicionamento estratégico das ilhas oceânicas para a instalação de radares e equipamentos de detecção para o aumento da consciência situacional.

Um oceano de valor para o Brasil e para o mundo

A Amazônia Azul abriga reservas significativas de petróleo, gás, biodiversidade marinha, minerais estratégicos e rotas de comércio internacionais, sendo considerada uma das zonas marítimas mais cobiçadas do planeta. Garantir a soberania sobre essa imensidão marítima é proteger o patrimônio coletivo do povo brasileiro.

Nesse sentido, as operações militares nas ilhas oceânicas, além de ser dissuasório, também cumprem um papel social: educar, mobilizar e engajar a sociedade civil da importância na defesa desses ativos estratégicos. Além disso, projetos de pesquisa científica, turismo controlado e cooperação internacional também são importantes, e a presença das Forças Armadas nessas regiões, só amplia o valor estratégico do mar brasileiro em múltiplas dimensões.

Saliente Nordestino: ponte entre continentes e escudo do Brasil

Geopoliticamente, o Saliente Nordestino é mais do que um acidente geográfico: é uma fronteira avançada do Brasil, voltada para o Atlântico e para o mundo. Historicamente reconhecida como zona de interesse estratégico desde a colonização, a região continua sendo hoje um eixo central da defesa nacional, especialmente diante de novas ameaças como pirataria, narcotráfico marítimo, exploração ilegal de recursos e disputas por áreas marítimas.

A atuação coordenada das Forças Armadas no litoral nordestino e nas ilhas oceânicas fortalece a diplomacia de defesa, assegura a presença do Estado brasileiro e reforça a percepção internacional de que o Brasil tem capacidade, vontade e estrutura para proteger seus mares.

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Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).