OS MÉDICOS DA MARINHA DO BRASIL LEVAM ESPERANÇA A PELOTAS (RS)

Os moradores da Colônia de Pescadores Z3, localizada em Pelotas (RS), enfrentam dias difíceis após a recente enchente que assolou a região. Este pacato local, habitado principalmente por pescadores artesanais, foi fortemente atingido, transformando-se em um cenário de desastre. A Marinha do Brasil (MB), em resposta rápida, mobilizou uma equipe médica para fornecer atendimento essencial e suporte à saúde da população.

A situação é crítica: as águas invadiram muitas residências, deixando dezenas de famílias desabrigadas e forçadas a buscar abrigo em escolas e igrejas transformadas em centros de acolhimento emergenciais. Nos abrigos, a equipe médica da Marinha, composta por médicos e enfermeiros, realiza atendimentos a famílias, muitas delas com crianças e idosos. A operação inclui também equipes volantes que visitam as casas e um posto de saúde municipal.

Assistência Médica Humanitária

Nesta sexta-feira, 17 de maio, uma equipe formada por quatro médicos e quatro enfermeiros saiu do Navio-Aeródromo Multipropósito “Atlântico”, atracado em Rio Grande (RS), para prestar atendimento. Ao longo do dia, foram assistidas 61 pessoas. Adriene Oviedo Lemos, uma residente de longa data da Colônia Z3, expressou profunda gratidão: “A ajuda que estamos recebendo é imensurável. Mesmo sem nos conhecer, essas pessoas estão aqui nos apoiando em tudo, desde alimentação até cuidados de saúde. Estou muito agradecida e emocionada. Perdemos muito, mas tenho esperança de que vamos reconquistar o que foi perdido.”

Relatos de Resiliência

Aldo Freitas da Silva, um pescador aposentado, também expressou sua gratidão: “A enchente foi uma experiência aterrorizante. Nunca tinha visto nada igual. Mas a ajuda que recebemos foi incrível. Ver pessoas de todo o Brasil nos ajudando me enche de orgulho.”

Operação “Taquari 2”

Desde 30 de abril, a Marinha está ativa nas áreas afetadas pelas chuvas no Rio Grande do Sul. A operação já resgatou cerca de 2.000 pessoas, mobilizando 11 aeronaves, 9 navios, 50 embarcações e 70 viaturas. Além disso, a Unidade Médica Expedicionária da Marinha (UMEM) está em Guaíba, prestando assistência no Hospital de Campanha (HCamp), aliviando a pressão sobre os hospitais locais.

Logística e Mobilização

O Navio-Aeródromo Multipropósito (NAM) “Atlântico” e a Fragata “Defensora” chegaram a Rio Grande em 11 de maio, trazendo 154 toneladas de donativos. Desde o início da operação, em 1º de maio, a Marinha já transportou para o Rio Grande do Sul mais de 390 toneladas de donativos e 130 mil litros de água.

Os Fuzileiros Navais, cerca de 400 ao todo, também estão envolvidos, utilizando viaturas especiais, como os Carros-Lagarta Anfíbios, para apoiar a população. Em muitos casos, os moradores só conseguem se locomover pela região usando barcos de pesca, devido às condições precárias das estradas.

A presença da Marinha em Pelotas não só traz alívio imediato, mas também representa um símbolo de solidariedade e esperança. A operação reforça a importância da Base Industrial de Defesa e a cooperação entre as Forças Armadas, indústria nacional e academia para o desenvolvimento e avanço do Brasil.