A Estratégia nacional de Defesa, no belo paragrafo que dedica ao Corpo de Fuzileiros Navais, estabelece de forma clara e cristalina a sua razão de existir.

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Cito: “Para assegurar sua capacidade de projeção de poder, a Marinha do Brasil possuirá meios de Fuzileiros navais, em permanente condição de pronto emprego”. O parágrafo prossegue e conclui afirmando lapidamente:” O Corpo de Fuzileiros navais, força de caráter anfíbio e expedicionário por excelência, constitui-se em parcela do Conjugado Anfíbio da Marinha do Brasil”.

São estes mesmos conceitos, acima descritos, que vêm, ao longo do tempo, moldando e robustecendo a Força de Fuzileiros da Esquadra. Concebida e criada, há 66 anos, para conferir um novo domínio operacional ao Poder Naval brasileiro, possibilitando-o interferir, a partir do mar, nos eventos que ocorrem em terra.

Esta singradura, como sói acontecer com grandes Forças operativas, em que pese ter sido coberta de considerável glória, perpassou, por vezes, mares tempestuosos e praias hostis. Se hoje podemos estar aqui prontos para relatar, com orgulho, nossos feitos, não podemos olvidar de enaltecer aqueles que com sacrifício participaram desta construção.

Neste sentido, saúdo os antigos Comandantes desta Força, assim como os veteranos aqui presentes e todos aqueles, que somam milhares e que deixaram, a seu tuno, suas contribuições nas diversas instâncias de nossa atuação.

Da mesma forma, salvo o nosso Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen, que brinda esta Força, na data do nosso aniversário, com sua presença nesta cerimônia. Retribuiremos esta distinção no desfile que faremos em breve em continência a sua pessoa. Tenho certeza de que os meus Fuzileiros Navais saberão transmitir ao senhor, assim como aos antigos Comandantes da Marinha, com a energia de nossa cadência, o nível de comprometimento que temos com a Marinha e com o Brasil.

Acredito, que esta energia alcançará, também, toda ilustre audi6encia, composta por membros do Almirantado, Almirantes e Comandantes, convidados civis, que reverencio, na figura do Comandante de Operações navais, agradecido que estou pelo suporte recebido de todos, em diversas ocasiões, e neste momento, pelas suas presenças.

Ao Comandante-Geral do Corpo de Fuzileiros navais, assim como a seus antecessores, todos também antigos Comandantes da Força que vem do Mar, registro o fundamental apoio nos processos que conduzem e conduziram à excel6encia alcançada na tríade: pronto Emprego, Capacidade Expedicionária e Capacidade Anfíbia. Seus esforços forjaram o perfil operacional desta Força, que, flexível e versátil, desenvolve variada gama de atividades que permeiam as três esferas de emprego do Poder Naval: as operações de guerra naval, as atividades de emprego limitado da força e atividades benignas.

Recortando do tempo, este último 2022, e do espectro das operações militares, a sua vertente mais aguda, a da preparação para o combate, destaco o impulso dado e a densidade alcançada na retomada completa do ciclo de adestramento, que, cabe o registro, não deixou de ser cumprido nem no auge da pandemia. Nossos Grupamentos Operativos experimentaram novas águas e áreas de adestramento e revisitaram as tradicionais. O Conjugado Anfíbio nos projetou em Guaibim, na Bahia, e fomos a Furnas, em Minas Gerais, além dos já consagrados desembarques e empregos, por vezes conjuntos ou combinados com Forças Armadas de outros países, em Itaóca, na Ilha de Marambaia, em Formosa, em Itaipú e em Belém. Ilumino, ainda, e principalmente, o ponto mais representativo de nossa alma anfíbia e expedicionária, o pioneiro desembarque ocorrido em Fortaleza, Ceará, que demandou um deslocamento terrestre de mais de tr6es mil quilômetros e a execução de movimento navio para terra a partir do Navio Anfíbio Mistral e em parceria com a Marinha e o Exército franceses.

No capítulo das atividades de emprego limitado da força, tivemos alguns registros importantes. Alcançamos com louvor expresso pela ONU, e de forma inédita no país, a nossa Força de Reação Rápida, ao nível 3, o mais alto nível operacional, além de termos apresentado ao rol de disponibilidades, um Pelotão de Desativação de Artefatos Explosivoa. No período das eleições, diversos Grupamentos Operativos foram ativados para garantir a apuração e votação. Neste empreendimento, destacaram-se os elevados efetivos de tropa e a quantidade de material mobilizados.

Na esfera das atividades benignas, a participação foi, igualmente, diversa e geograficamente abrangente. Iniciamos o ano com uma rápida e forte resposta a uma triste catástrofe. Em menos de 8 horas, a vanguarda da Companhia das Águas se desdobrou no terreno para amparar as vítimas dos deslizamentos de Petrópolis. Um apoio desta mesma qualidade alcançou também, as vítimas de enchentes de Recife. Em agosto, compomos com destacamentos e frações organizacionais de diversos setores de Marinha uma força intersetorial de apoio ao Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro, em Aramar.

Como podemos verificar, em 2002 foi muito intenso, com atividades que se superpuseram, quase que initerruptamente, o que, se por um lado demandou esforços operacionais adicionais, por outro bordo ajudou a forjar o orgulho profissional destes Fuzileiros Navais aqui formados.

São estes Fuzileiros, assim dispostos e conformados nesta Força de Emprego Rápido, imbuídos de doutrina e material específicos que hoje cumprimento pelos sucessos alcançados, registrando, no entanto, a enorme responsabilidade que se acumula sobre nós, para que mantenhamos o patrimônio erigido pelo que nos precederam.

Formulo a todos, o melhor dos votos para um Fuzileiro Naval, que tenhamos todos, neste ano, um ciclo de adestramento denso e coroado de novas experiências anfíbias e expedicionárias, para que possamos continuar a oferecer à Marinha e ao Brasil o melhor da nossa prontidão operacional.

Fuzileiros Navais! Avante!

Fuzileiros, “Rumo ao Mar”!

Vice-Almirante Renato

Comandante da Força de Fuzileiros da Esquadra

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).