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Novo Esquadrão de Guerra Cibernética da Marinha do Brasil fortalece Defesa Digital

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O aumento de ataques cibernéticos em escala global motivou a Marinha do Brasil a estabelecer o Esquadrão de Guerra Cibernética. Este novo grupo especializado é um marco na defesa digital do país, projetado para proteger as operações navais e responder de maneira eficaz a tentativas de sabotagem, mantendo a segurança e a integridade dos sistemas navais brasileiros.

Contexto Global e Necessidade de Defesa Cibernética

O mundo enfrenta uma crescente ameaça de ataques cibernéticos, que têm se tornado cada vez mais frequentes e sofisticados. Em julho de 2024, uma falha em um software de segurança causou um colapso tecnológico global, afetando serviços bancários, de saúde, transporte aéreo e emissoras de TV. Embora não tenha sido um ataque deliberado, o incidente destacou a vulnerabilidade das infraestruturas digitais e a necessidade urgente de defesas robustas.

Recentemente, países membros da OTAN formaram um centro integrado de defesa cibernética para compartilhar informações sobre ameaças e vulnerabilidades. Esta iniciativa visa proteger não apenas as infraestruturas militares, mas também as civis que apoiam operações militares. O Brasil, reconhecendo a gravidade da situação, tem se empenhado em fortalecer suas defesas cibernéticas.

Desde 2010, o Brasil conta com o Comando de Defesa Cibernética (ComDCiber), coordenado pelo Exército Brasileiro. Este ano, a Marinha do Brasil deu um passo adiante com a criação do Esquadrão de Guerra Cibernética, subordinado ao Comando Naval de Operações Especiais. Esta nova unidade é fundamental para ampliar a capacidade de resposta a ameaças digitais, protegendo sistemas de navios, viaturas e aeronaves.

Questão de defesa nacional

Em 2023, o Brasil foi o país mais visado para hackers na América Latina e o quarto no mundo, sendo alvo de 4,8% dos ataques. Muitas dessas ameaças provêm de criminosos, mas há indícios de ações cibernéticas veladas de origem estatal, caracterizadas principalmente como sabotagem digital. O Comandante Naval de Operações Especiais, Contra-Almirante (Fuzileiro Naval) Luís Manuel de Campos Mello, destacou a necessidade de independência tecnológica para reduzir a vulnerabilidade.

Riscos da dependência tecnológica

A dependência tecnológica externa aumenta as ameaças em diversos aspectos, pois impede o controle total sobre o ciclo de desenvolvimento e integração dos sistemas. Em resposta, a Marinha tem buscado independência na integração e no desenvolvimento de projetos estratégicos. Um exemplo disso é a exigência de transferência de tecnologia em contratos internacionais, como no caso das Fragatas Classe “Tamandaré” e do Submarino Nuclear Convencionalmente Armado.

A Base de Submarinos da Ilha da Madeira, em Itaguaí (RJ), abriga o núcleo de implantação do Esquadrão de Guerra Cibernética da Marinha. Esta unidade atuará na prevenção e combate a ameaças cibernéticas, colaborando com estruturas já existentes, como a Diretoria de Comunicações e de Tecnologia da Informação e o Centro de Inteligência da Marinha.

Dos mares ao ciberespaço

A Marinha tem investido na qualificação de militares para o desenvolvimento de tecnologia própria. O novo Esquadrão centralizará recursos humanos e materiais, ampliando a capacidade de dissuasão da Força Naval brasileira. O Esquadrão será responsável por compor forças-tarefa de guerra cibernética, realizando ações nos locais das operações ou remotamente.

Sinergia com a sociedade civil

Em maio deste ano, militares da Marinha e das demais Forças Armadas participaram do Cyber Flag 24-1, um dos principais exercícios multinacionais de combate cibernético, coordenado pelo Comando Cibernético e pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos. O Chefe do Centro de Gestão Estratégica do ComDCiber, Contra-Almirante Marcelo do Nascimento Marcelino, ressaltou a importância da colaboração entre as Forças Armadas, o governo, a sociedade civil, a academia e o setor empresarial para aumentar a resiliência cibernética do país.

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