Nota de falecimento: Almirante-de-Esquadra Gilberto Max Roffé Hirschfeld

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O Almirante-de-Esquadra Gilberto Max Roffé Hirschfeld, um dos mais respeitados líderes da Marinha do Brasil, faleceu no dia 1º de outubro de 2024, no Hospital Naval Marcílio Dias, no Rio de Janeiro. Natural da Bahia, o Almirante Max dedicou 45 anos de sua vida ao serviço da Pátria, alcançando o posto mais alto na ativa e deixando um legado de liderança e dedicação inquestionável.

A trajetória e os principais marcos na carreira do Almirante Max

Nascido em 17 de agosto de 1949, na Bahia, Gilberto Max Roffé Hirschfeld ingressou na Marinha do Brasil em um período de grandes transformações na defesa nacional. Declarado Guarda-Marinha em 13 de dezembro de 1970, o Almirante Max iniciou uma jornada que seria marcada por uma série de comissões de alta relevância. Durante sua carreira, ele comandou importantes operações e missões, incluindo o cargo de Adido Militar em Londres e os comandos do 1º Distrito Naval no Rio de Janeiro e do 5º Distrito Naval, em Rio Grande (RS), refletindo seu comprometimento com a segurança marítima do país.

Outro momento significativo de sua trajetória foi seu comando da Corveta “Inhaúma”, um dos mais importantes navios da Marinha Brasileira à época, além de sua atuação como Subchefe de Logística do Comando de Operações Navais, cargo no qual contribuiu diretamente para o desenvolvimento e aprimoramento logístico da Marinha. Sua passagem pela Escola de Guerra Naval, onde atuou como Diretor, foi fundamental para a formação e aprimoramento de novos oficiais. Comandando a 2ª Divisão da Esquadra, Max também desempenhou um papel vital na prontidão operacional das forças navais brasileiras.

Contribuições do Almirante Max para a modernização da Marinha

Uma das maiores contribuições do Almirante Max para a Marinha e para o Brasil foi sua liderança à frente do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB), que tem como objetivo a construção do primeiro submarino de propulsão nuclear do Brasil. O projeto é uma das iniciativas mais ambiciosas e estratégicas das Forças Armadas, tanto do ponto de vista militar quanto científico. O PROSUB não apenas eleva a capacidade de defesa do Brasil, mas também abre portas para a utilização de tecnologia nuclear em áreas civis, como o fornecimento de energia elétrica por meio de reatores nucleares.

A visão estratégica do Almirante Max permitiu que o PROSUB alcançasse importantes marcos durante sua gestão como Coordenador-Geral do projeto. Ele supervisionou de perto os avanços tecnológicos e operacionais, garantindo que o Brasil se mantivesse competitivo no cenário internacional em termos de defesa marítima. Sua expertise também contribuiu para fortalecer a base industrial de defesa do país, com foco em inovação e desenvolvimento de tecnologias de ponta.

Antes de sua passagem para a Reserva, ele também ocupou o cargo de Secretário de Ensino, Logística, Mobilização, Ciência e Tecnologia no Ministério da Defesa, em Brasília. Nesse posto, Max teve papel crucial na formulação de políticas que integravam os setores de defesa e desenvolvimento tecnológico, assegurando que o Brasil avançasse em termos de infraestrutura militar e capacidade estratégica.

Homenagens e o impacto de sua trajetória na Marinha e no Brasil

Após sua passagem para a Reserva, o Almirante Max foi homenageado com uma Parada Naval realizada ao largo da Praia de Copacabana, em reconhecimento por seus 45 anos de serviços prestados à Nação. A cerimônia simbolizou o respeito e a admiração que ele conquistou ao longo de sua carreira. Mesmo na Reserva, Max continuou a colaborar com a Marinha, assumindo cargos de relevância que demonstravam seu comprometimento com o desenvolvimento da defesa brasileira.

Sua partida deixa um vazio profundo na comunidade militar e entre seus familiares, amigos e colegas. Conhecido por sua honradez, liderança e dedicação, o Almirante Max deixa um legado de excelência que certamente inspirará futuras gerações de oficiais. Em sua trajetória, ele demonstrou como o conhecimento técnico, a estratégia e a liderança podem convergir para construir uma Marinha mais forte e preparada para os desafios contemporâneos.

Com sua morte, a Marinha do Brasil e o país perdem não apenas um líder militar, mas também um visionário que soube conduzir projetos que vão além do campo militar, com impacto direto no desenvolvimento tecnológico e energético do Brasil. O exemplo deixado pelo Almirante Max será eternamente lembrado por aqueles que serviram com ele, e por todos que reconhecem o valor de sua contribuição à defesa da soberania nacional.

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Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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