Nossa Senhora dos Navegantes e Iemanjá: a protetora dos marinheiros e navegantes

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Desde os tempos das grandes navegações, Nossa Senhora dos Navegantes, também chamada de Stella Maris, tem sido a protetora dos homens e mulheres que enfrentam o mar. No dia 2 de fevereiro, militares da Marinha do Brasil se unem a fiéis de todo o país para celebrar essa devoção. Paralelamente, a data também marca as homenagens a Iemanjá, orixá das águas e mãe dos peixes nas religiões de matriz africana. Duas religiões distintas, mas com um objetivo comum no apoio da fé daqueles que buscam proteção nos mares.
A origem da devoção a Nossa Senhora dos Navegantes e Iemanjá
A devoção a Stella Maris, expressão latina que significa “Estrela do Mar”, tem raízes no cristianismo desde o século VIII. Sua relação com os navegantes se fortaleceu com as grandes navegações europeias, quando marinheiros portugueses e espanhóis recorriam à Virgem Maria pedindo proteção contra tempestades e naufrágios. Imagens da Santa eram levadas nas embarcações, e capelas foram erguidas em diversos portos ao redor do mundo.
No Brasil, essa devoção chegou com os colonizadores e se espalhou pelas cidades litorâneas, tornando-se uma das celebrações religiosas mais importantes ligadas à vida no mar.
Paralelamente, as tradições africanas trazidas pelos povos escravizados também reverenciavam uma divindade das águas: Iemanjá, a grande mãe das águas salgadas. No candomblé e na umbanda, Iemanjá é a senhora dos mares, protetora dos pescadores e navegantes, guardiã das famílias e do destino. Seu culto se tornou uma das manifestações mais fortes das religiões afro-brasileiras, especialmente no sincretismo com Nossa Senhora dos Navegantes e outras figuras católicas.
A semelhança entre as imagens femininas que protegem os mares permitiu que a devoção a ambas se fundisse ao longo dos séculos. Hoje, no dia 2 de fevereiro, católicos e praticantes das religiões de matriz africana compartilham orações, oferendas e homenagens àquela que acreditam ser a protetora que guarda os oceanos. A união e o respeito é uma das caraterísticas dessa data.
A importância de Stella Maris e Iemanjá para os navegantes e para a Marinha do Brasil
Para os militares da Marinha do Brasil e todos que dedicam suas vidas ao mar, Stella Maris representa um amparo espiritual essencial. A fé na padroeira fortalece aqueles que passam meses longe de casa enfrentando as incertezas das águas. O mesmo ocorre com a devoção a Iemanjá, que simboliza acolhimento e proteção para aqueles que navegam ou tiram seu sustento dos mares.
A conexão entre fé e segurança marítima está presente na cultura naval de diversas nações. Tanto marinheiros católicos quanto devotos de Iemanjá realizam rituais de proteção antes de embarcar. Muitas embarcações mantêm imagens ou símbolos religiosos como forma de pedir bênçãos para suas jornadas. Esse sincretismo demonstra que, apesar das diferenças religiosas, a espiritualidade no mar segue um fio condutor comum: a busca por proteção, coragem e esperança diante do desconhecido.
Festividades e homenagens no Brasil: procissões e oferendas no mar
As celebrações em honra a Nossa Senhora dos Navegantes e Iemanjá ocorrem em diversas cidades do Brasil nesse período. No interior de Alagoas e Sergipe, nas cidades de Penedo, Porto Real do Colégio, Pão de Açúcar e Propriá, a procissão fluvial no Rio São Francisco reúne embarcações e milhares de fiéis para homenagear a padroeira dos navegantes.
Já em Salvador, Rio de Janeiro e outras cidades do litoral brasileiro, as celebrações de Iemanjá tomam as praias, onde devotos vestem branco e oferecem flores, perfumes e presentes à Rainha do Mar. O evento, que tem raízes africanas, hoje atrai pessoas de diversas crenças, mostrando o respeito e a fusão entre as tradições.
Outras cidades, como Pelotas, Rio Grande e Santa Vitória do Palmar, também promovem festas religiosas, com missas, cortejos e bênçãos a embarcações. Em muitos desses locais, a imagem de Nossa Senhora dos Navegantes é levada ao mar, enquanto os fiéis realizam oferendas a Iemanjá, representando a união de diferentes vertentes religiosas.
A devoção a Stella Maris e Iemanjá ultrapassa barreiras dogmáticas e simboliza a força do sincretismo religioso no Brasil. Para marinheiros, pescadores e navegantes, seja pela tradição católica ou pelas crenças afro-brasileiras, a fé nas águas continua sendo um farol de proteção e esperança.
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