No dia 5 de dezembro de 2023, uma notícia extraordinária ecoou pelos corredores da Marinha brasileira e ressoou no cenário esportivo nacional: o time de paraquedismo esportivo da Marinha, os “Netunos”, alcançou o ápice de sua trajetória ao sagrar-se campeão do 3º Campeonato Brasileiro de Paraquedismo Indoor. Esse evento, organizado pela Confederação Brasileira de Paraquedismo (CBPq), aconteceu em São Paulo, marcando um momento decisivo para a equipe naval. Com essa vitória, os Netunos não só asseguraram sua posição como líderes do ranking nacional na modalidade “Formação em Queda Livre (FQL)” mas também se tornaram a única equipe no Brasil a conquistar todos os títulos da temporada na categoria.

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Estratégia e Desempenho Superior

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O caminho para essa conquista não foi fácil. A equipe, formada pelos Sargentos Jean Joshua Araujo Scripnic, Marcelo Galvão Saraiva, Alisson Paulo de Vargas e Lucas Dalla Rosa Weiss, enfrentou desafios intensos e concorrência acirrada de outras equipes de alto calibre, como “XBR” e “Prime”. No entanto, a habilidade, a coordenação e a estratégia dos Netunos prevaleceram. Em um túnel de 12 pés, os quatro integrantes executaram figuras complexas e precisas, demonstrando um nível de sincronia e técnica que lhes garantiu um total de 194 pontos ao longo de oito rodadas, um feito notável que reflete a excelência e o comprometimento da equipe.

Inovação e Recordes

Além do sucesso no Campeonato Brasileiro, os Netunos também se destacaram por serem pioneiros na participação na categoria “Freefly Dinâmica”, uma nova vertente no paraquedismo que inclui manobras de estilo livre, como voar de cabeça para baixo. Esse avanço representa uma inovação significativa dentro das Forças Armadas brasileiras e sinaliza um futuro promissor para a modalidade no país. O gerente-executivo do Programa Olímpico da Marinha (PROLIM), Capitão de Mar e Guerra José Jorge da Silva, ressalta a importância desse feito, destacando o trabalho de reestruturação da equipe, um projeto que vem sendo desenvolvido há uma década.

Desafios e Perspectivas Futuras

Apesar das vitórias, os desafios permanecem. Para competir no nível internacional, os Netunos precisam intensificar seu regime de treinamento. Atualmente, a equipe realiza, em média, 90 a 110 saltos por ano, uma quantidade significativamente menor do que a realizada pelas principais equipes internacionais, como a “Arizona Airspeed”. Além disso, as condições de treinamento no Brasil, especialmente a limitação do diâmetro do túnel de treino, representam um obstáculo adicional. No entanto, mesmo com essas dificuldades, a equipe naval tem se estabelecido como uma referência no esporte, contando com um suporte abrangente que inclui desde a preparação física até o apoio logístico, uma vantagem competitiva que muitas equipes civis ainda estão começando a incorporar.

Investimento Contínuo e Desenvolvimento Esportivo

O sucesso dos Netunos é um exemplo do investimento contínuo da Marinha no esporte. Atualmente, o Programa Olímpico da Marinha (PROLIM) abrange cerca de 200 atletas em 23 modalidades esportivas diferentes, preparando-os para representar o Brasil em competições do Conselho Internacional do Esporte Militar e outros grandes eventos esportivos. Essa dedicação ao desenvolvimento esportivo dentro das forças armadas é um testemunho do compromisso do Brasil com a excelência no esporte e na formação de atletas de alto rendimento.

Marcelo Barros, com informações da Agência Marinha
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).