Navio “Vital de Oliveira” revela potencial oculto da Amazônia Azul

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O silêncio profundo do oceano guarda segredos que agora começam a ser desvendados pela ciência brasileira. A bordo do navio de pesquisa hidroceanográfico “Vital de Oliveira”, 27 pesquisadores exploraram, entre junho e julho, a vasta região entre o Rio Grande do Norte e a Paraíba. Os resultados surpreenderam: cânions submarinos desconhecidos e novas possibilidades científicas reforçam o papel estratégico da Amazônia Azul, um espaço que corresponde a 67% do território terrestre do Brasil.

Descobertas Científicas na Amazônia Azul

O “Vital de Oliveira”, conhecido como “Polvo Hidrográfico”, é um dos navios mais modernos da Marinha do Brasil e atende às principais demandas da comunidade científica nacional. Equipado com ecobatímetros de alta precisão, o navio permitiu mapear áreas a profundidades que variam de 80 a 3,5 mil metros. Durante a missão entre o Rio Grande do Norte e a Paraíba, liderada pela professora Helenice Vital, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), foram identificados grandes cânions submarinos desconhecidos até então.

Essas descobertas vão além do aspecto geológico. Os dados coletados têm implicações diretas para a engenharia costeira e oceânica, o monitoramento ambiental e a instalação de infraestruturas como cabos submarinos e plataformas. Com o apoio da Marinha, essas pesquisas impulsionam o conhecimento sobre a Amazônia Azul e destacam seu papel estratégico para o País.

Biotecnologia Marinha: Educação e Inovação

O desenvolvimento científico da Amazônia Azul não se limita às operações marítimas. A Marinha do Brasil também investe na formação de profissionais especializados, como no programa de pós-graduação stricto sensu em Biotecnologia Marinha, oferecido pelo Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM) em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF).

Lançado em 2016, o programa foca em áreas estratégicas como biodiversidade, produtos naturais e biotecnologia ambiental. Segundo o coordenador Ricardo Coutinho, doutor em Biologia pela Universidade da Carolina do Sul, o curso forma profissionais capazes de explorar os recursos marinhos de forma sustentável, beneficiando tanto a sociedade quanto os interesses estratégicos da Marinha e do País.

Essa iniciativa representa um diferencial importante para o Brasil, que busca ampliar sua independência tecnológica e consolidar-se como referência em biotecnologia marinha.

Amazônia Azul: Estratégia e Sustentabilidade

Com 5,7 milhões de quilômetros quadrados, a Amazônia Azul é uma extensão marítima que abrange uma diversidade impressionante de espécies e recursos. Além de sua riqueza natural, o território marítimo é essencial para o desenvolvimento de áreas como saúde, energia e economia.

A Marinha do Brasil desempenha um papel central na promoção de uma exploração sustentável da Amazônia Azul. O equilíbrio entre pesquisa científica, preservação ambiental e exploração econômica é fundamental para garantir que as riquezas do território marítimo beneficiem a sociedade como um todo.

O trabalho realizado pelo “Vital de Oliveira” e os programas educacionais do IEAPM ilustram o compromisso da Marinha com o futuro do Brasil. Os avanços conquistados nos últimos 20 anos da Amazônia Azul mostram que o conhecimento é a chave para transformar o potencial escondido sob as águas em benefícios reais para o País.

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Marcelo Barros, com informações e imagens da Agência Marinha
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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