A cartografia, a arte de representar o espaço geográfico, é um instrumento essencial em muitas esferas da vida, incluindo a navegação marítima. Cartógrafos produzem instrumentos como mapas, bússolas e sistemas GPS que facilitam os deslocamentos e permitem a compreensão de características do espaço físico como hidrografia, relevo, climas, e limites dos biomas.

Nos siga no Instagram, Telegram ou no Whatsapp e fique atualizado com as últimas notícias de nossas forças armadas e indústria da defesa.

No âmbito marítimo, os cartógrafos estão a bordo dos navios do Grupamento de Navios Hidroceanográficos, orientados pelo Centro de Hidrografia da Marinha (CHM). O objetivo é recolher dados que serão utilizados na elaboração ou atualização de documentos náuticos. O Capitão de Fragata Anderson Barbosa da Cruz Peçanha, Superintendente de Segurança da Navegação do CHM, reforça a importância do trabalho do cartógrafo a bordo, permitindo a eles verificar, in loco, a usabilidade dos produtos cartográficos.

A Importância das Cartas Náuticas

Cartas náuticas são produtos centrais da cartografia marítima, desempenhando um papel semelhante ao Google Maps e Waze no ambiente terrestre. As cartas náuticas fornecem todas as informações necessárias para o planejamento e execução de uma navegação segura, incluindo profundidades (batimetria), contornos, pontos notáveis, auxílios e perigos à navegação, tenças, entre outros.

O Centro de Hidrografia da Marinha é responsável pela edição e publicação de todas as cartas e publicações de auxílios à navegação referentes às áreas de responsabilidade do Brasil. A produção é orientada por especificações da Organização Hidrográfica Internacional (OHI), buscando padronizar a produção cartográfica náutica globalmente para facilitar a interpretação de cartas náuticas produzidas por diferentes países.

Como Adquirir Cartas Náuticas

foto 1 cartografia
Impressão de Carta Náutica pela Base de Hidrografia da Marinha em Niterói (RJ)

As cartas e publicações náuticas produzidas pela Marinha do Brasil podem ser adquiridas através do site de e-commerce da Empresa Gerencial de Projetos Navais (EMGEPRON) (https://cartasnauticasbrasil.com.br/). A plataforma permite um acesso rápido e democrático a esses produtos essenciais, que possuem uma alta demanda.

A EMGEPRON também é distribuidor autorizado do Serviço Hidrográfico Norueguês, disponibilizando todas as cartas do Brasil e do mundo (cerca de 17.832 ENC). A demanda por cartas náuticas impressas é significativa, com cerca de 65 mil novas cartas náuticas impressas solicitadas desde 2015, e mais de 6 mil entregues em 2022.

A Importância da Atualização

O Capitão de Fragata Peçanha destaca que o maior desafio do cartógrafo é manter-se atualizado. “O uso de programas de produção, que são o estado da arte em cartografia, exige um grande esforço pessoal e coletivo dos cartógrafos, uma vez que, no Brasil, a gestão do conhecimento da cartografia náutica é de exclusividade da Marinha”, explica.

Marcelo Barros, com informações da Marinha do Brasil
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).