Naufrágios históricos e recifes artificiais viram atração para turismo de mergulho no Brasil

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Entre as riquezas ocultas do litoral brasileiro, naufrágios históricos e embarcações afundadas propositalmente têm se transformado em pontos de atração para o turismo de mergulho. A prática, que alia preservação ambiental e resgate cultural, vem sendo apoiada pela Marinha do Brasil, responsável por fiscalizar os afundamentos e garantir a segurança da navegação e a proteção hídrica.
O papel da Marinha do Brasil nas operações de afundamento e fiscalização ambiental
A Marinha do Brasil desempenha função estratégica no controle e fiscalização das operações de afundamento de embarcações voltadas à criação de recifes artificiais. A prática, autorizada mediante critérios rigorosos, envolve análise técnica do local, remoção de resíduos poluentes e garantia da navegação segura.
Um exemplo recente foi o afundamento do ferryboat “Juracy Magalhães Júnior”, na costa de Salvador (BA), realizado em março de 2025 com participação de 40 militares e três embarcações da Marinha. A operação envolveu órgãos ambientais como o IBAMA e o INEMA, além da exigência de comprovação documental da retirada de elementos como óleos, tintas e peças contaminantes.
Potencial turístico e cultural dos naufrágios históricos na costa brasileira

Com um litoral rico e extenso, o Brasil abriga mais de 2.100 naufrágios catalogados, muitos dos quais representam relíquias submersas de valor histórico, ambiental e turístico. Apenas na Bahia, são mais de 140 embarcações naufragadas, incluindo navios torpedeados na Segunda Guerra Mundial, galeões do período colonial e rebocadores do século XX.
Esses locais atraem mergulhadores recreativos, arqueólogos e turistas, fomentando o turismo sustentável e incentivando a educação patrimonial. Além dos naufrágios naturais, embarcações desativadas como o ferryboat “Agenor Gordilho” e o rebocador “Vega” foram intencionalmente afundadas para criar novos habitats marinhos e diversificar as rotas de mergulho.
Uso de tecnologia e cooperação institucional na preservação do patrimônio submerso
A proteção desses sítios arqueológicos subaquáticos é realizada em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e reforçada por ferramentas tecnológicas como o Atlas dos Naufrágios de Interesse Histórico da Costa do Brasil, iniciativa que mapeia e documenta os principais pontos da costa brasileira.
Através do uso de georreferenciamento, plataformas digitais e softwares de análise histórica, pesquisadores como o Capitão-Tenente Caio Cézar Demilio, arqueólogo da Marinha, têm contribuído para classificar naufrágios por época, carga, tipo de embarcação e nacionalidade. Esses estudos servem não apenas para fins acadêmicos, mas também para orientar políticas de preservação e estimular roteiros de mergulho com base cultural e ambiental.
Ao aliar turismo, história e sustentabilidade, o Brasil avança na valorização de sua Amazônia Azul, transformando o fundo do mar em um acervo vivo de memória e ecossistema.
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