Por Primeiro-Tenente (RM2-T) Luciana Santos de Almeida

Reinaugurado em março deste ano, o Museu Oceanográfico da Marinha, em Arraial do Cabo (RJ), ganhou novo horário de visitação, o período noturno, pensando nos turistas que geralmente vão à praia durante o dia. Agora, os visitantes podem conhecer as novidades do circuito expositivo aos sábados, domingos e feriados, das 14h às 20h. Em dias da semana, permanece de 14h às 18h.

A Diretora do Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM) – instituição que gerencia o museu – Eliane Gonzalez Rodriguez explica que o principal desafio do museu é atrair turistas, visto que o turismo na região é altamente voltado para praias e passeios de barco. “Visando não ´competir` com esta modalidade de turismo, o novo horário de visitação foi pensado para o visitante ter a possibilidade de conhecer o espaço após o passeio marítimo e ir à praia”, disse.

O Museu Oceanográfico passou por uma obra de revitalização, que resultou na criação de novos ambientes como a sala de exposição temporária, loja de souvernir e sala de tratamento para aquários, todos climatizados. Além disso, foi elaborado um novo projeto de exposição. “Ao entrar, o visitante é apresentado ao eixo temático que trata sobre alguns dos naufrágios que ocorreram na região de Arraial do Cabo. Em seguida, inicia-se a parte da exposição voltada para a Oceanografia. Nesta primeira sala, aborda-se a oceanografia física (temperatura, salinidade e densidade da água) e a oceanografia geológica (formação, composição do fundo do mar). Nela, estão presentes instrumentos científicos utilizados em pesquisas, assim como simuladores – um de ondas, outro do fenômeno da Ressurgência (ocorre quando águas frias do fundo do mar sobem para a superfície), além de uma cachoeira de sedimentos composta por areais de diferentes praias da Região dos Lagos (Sedimento marinho é a mistura de materiais que são depositados no fundo oceânico). Em seguida, aborda-se o tema da presença da Marinha do Brasil em Arraial do Cabo”, explica a museóloga e Encarregada do Museu, a Primeiro-Tenente (RM2-T) Luana da Conceição Martins.

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Em uma das salas, o visitante utiliza óculos de realidade virtual, onde pode ter a experiência de estar dentro do oceano. Em um dos vídeos, ele é “levado” para um naufrágio no fundo do mar e encontra, de perto, uma baleia jubarte nadando. Na próxima sala expositiva, o visitante depara-se com a ossada de uma orca, principal item da coleção e que deu origem ao museu. Também há o esqueleto de um peixe Marlim, de um golfinho e mandíbulas e crânios de tartarugas e tubarões. No local, também é enfatizado o tema da poluição nos oceanos. É nesse ponto que encerra-se a exposição, que no futuro será finalizada com três aquários que apresentarão espécies marinhas da região.

Para o Secretário de Turismo de Arraial do Cabo, Marco Simas, o museu é um apoio para mostrar a cultura do município. “Esse apoio é fantástico! Até por sermos um destino de litoral, ter um corredor cultural como o museu possibilita ao turista permanecer na cidade com lugares para serem visitados, mesmo com o tempo chuvoso e frio”, exemplifica. Na avaliação dele, a sociedade enxerga o museu como ferramenta de conexão histórica com o mar. “A conexão com o mar do povo de Arraial é muito respeitosa. As estórias de pescador, os navios naufragados, o descobrimento de Arraial, o sustento dos nossos antepassados, as inspirações para tantos trabalhos como música, poesia, artesanato, artes plásticas, as lendas, tudo vem desta conexão histórica de nós, cabistas, com o mar”, destacou.

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Uma das atrações é o esqueleto do peixe Marlin

Relação com o mar, ciência e cultura

A Encarregada do museu reforça que o local expõe aos visitantes parte da história de importantes naufrágios e afirma que ele faz parte do imaginário da sociedade local. “O museu exerce importante papel na memória social de Arraial do Cabo, apresenta parte das pesquisas desenvolvidas pela Marinha do Brasil naquela região. O museu também é referência para as escolas da região para o ensino das Ciências do Mar, sendo muito procurado por estas instituições para visitação”, avaliou.

De acordo com o Contra-Almirante (EN) Alexandre de Vasconcelos Siciliano, Diretor do Centro Tecnológico da Marinha no Rio de Janeiro, organização militar à qual o IEAPM é vinculado, o museu, por estar localizado em área turística e de grande fluxo de pessoas tem facilidade de aproximar a Marinha da sociedade. “Pode-se dizer que essa aproximação é um dos objetivos que se desejava alcançar com a reinauguração do museu, mas não só isso, porque ele também contribui com a formação de uma mentalidade marítima que tem potencial para despertar a vocação marítima da nossa juventude e conscientizar a sociedade sobre a importância do mar para a economia nacional, e da sua preservação como fonte de recursos para o País”, enfatizou.

Serviço

Visitas: terça a sexta-feira, das 8h às 11h, para grupos agendados e das 14h às 18h para os demais. Feriados, sábados e domingos, de 14h às 20h.
Ingressos: R$ 10,00 inteira e R$ 5,00 meia (são vendidos até 1h antes do fechamento do museu).
Agendamentos para grupos: [email protected]
Localização: Praça Daniel Barreto, s/n, Praia dos Anjos – Arraial do Cabo (RJ).
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Réplicas de peixes da região como Mirassol, Bonito e Xaréu
Marcelo Barros, com informações da Marinha do Brasil
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).