Mulheres na FAB: conquistas e desafios no controle do espaço aéreo

Não fique refém dos algoritmos, nos siga no Instagram, Telegram ou no Whatsapp e fique atualizado com as últimas notícias.

A presença feminina na Força Aérea Brasileira (FAB) é um reflexo da evolução social e institucional do país. No Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, a trajetória dessas profissionais ganha ainda mais destaque. No Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), as mulheres desempenham funções essenciais nas áreas técnica, operacional e administrativa, conquistando cada vez mais espaço e reconhecimento na aviação militar.

A Trajetória das Mulheres na Força Aérea Brasileira

O ingresso feminino na Força Aérea Brasileira teve início ainda na Segunda Guerra Mundial, quando seis enfermeiras foram incorporadas aos quadros da FAB. No entanto, foi apenas em 1982 que a Aeronáutica começou a aceitar mulheres regularmente em seu efetivo, possibilitando que elas ingressassem em áreas técnicas e operacionais.

Desde então, a presença feminina cresceu significativamente. As mulheres passaram a atuar em diversas funções estratégicas, incluindo controle de tráfego aéreo, manutenção de aeronaves, inteligência e operações militares. Essa trajetória de conquistas também se reflete no Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), onde militares femininas ocupam posições de liderança e desempenham papéis fundamentais para a segurança do tráfego aéreo nacional.

A Presença Feminina no DECEA e Suas Conquistas

O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) tem sido um dos setores da FAB onde as mulheres conquistaram maior representatividade. Atualmente, metade dos controladores de tráfego aéreo são mulheres, evidenciando sua competência e dedicação na área.

Entre os exemplos de pioneirismo está a Suboficial Helaine Baptista do Nascimento, que fez parte da primeira turma de controladoras de tráfego aéreo da FAB. Além disso, foi a primeira a se capacitar para atuar no Controle de Operações Aéreas Militares, área tradicionalmente masculina. “Havia uma mistura de expectativas, resistência e até certa desconfiança. No entanto, isso apenas nos motivou ainda mais a nos dedicarmos, a buscar conhecimento técnico com foco e disciplina e a provar nossa capacidade por meio do nosso desempenho”, relembra.

Outra trajetória inspiradora é a da Segundo-Sargento Letícia Moreira Pinheiro, que ingressou na FAB aos 19 anos na especialidade de Estrutura e Pintura de Aeronaves. Dois anos depois, tornou-se a primeira mulher a atuar na manutenção de aeronaves no Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV). Hoje, é encarregada dos setores de estrutura, pintura e lavagem da unidade, além de coordenar a prevenção e o controle de corrosão de aeronaves.

Já a Segundo-Sargento Aline Pedroso da Costa especializou-se na área de Básico em Eletricidade e Instrumentos, realizando manutenções programadas e não programadas das aeronaves do GEIV. “A abdicação é grande e, nessa área, somos minoria, o que é pioneiro e, ao mesmo tempo, desafiador”, destaca.

Os Desafios e o Futuro das Mulheres na Aviação Militar

Embora tenham conquistado espaço e reconhecimento, as mulheres na aviação militar ainda enfrentam desafios. A necessidade de quebrar estereótipos e conquistar respeito em um ambiente predominantemente masculino exige esforço e dedicação extras. Além disso, a adaptação ao ritmo operacional da FAB e às exigências técnicas das funções demandam resiliência e comprometimento.

Para a Suboficial Helaine, a perseverança é essencial. “A carreira militar exige disciplina, esforço e resiliência, mas é uma oportunidade incrível de crescimento pessoal e profissional. Busquem constantemente o aprimoramento, confiem em suas capacidades e nunca permitam que estereótipos limitem suas ambições”, aconselha.

O futuro da mulher na Força Aérea Brasileira está cada vez mais promissor. Com o crescimento da participação feminina em diversas áreas, as novas gerações terão ainda mais oportunidades para atuar no controle do espaço aéreo, na engenharia, na manutenção de aeronaves e em operações militares. As pioneiras abriram caminho, e as mulheres da FAB continuam a escrever uma história de superação e excelência.

Participe no dia a dia do Defesa em Foco

Dê sugestões de matérias ou nos comunique de erros: WhatsApp 21 99459-4395

Apoio

Marcelo Barros, com informações e imagens da Agência Força Aérea
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor insira seu comentário!
Digite seu nome aqui