Mulheres fazem história na Marinha com promoção a Oficial-General

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A trajetória das mulheres na Marinha do Brasil acaba de ganhar um novo capítulo. No dia 26 de fevereiro, a Força Naval promoveu quatro oficiais mulheres ao posto de Contra-Almirante, um feito inédito em sua história. Entre as promovidas está a médica Gisele Mendes de Souza e Mello, que recebeu a honraria post mortem em reconhecimento à sua dedicação ao Corpo de Saúde da Marinha. A conquista reforça a crescente presença feminina em cargos de alta liderança dentro da instituição.

As Oficiais Promovidas e Suas Trajetórias

A promoção simultânea de quatro mulheres ao posto de Contra-Almirante representa um avanço significativo na valorização feminina dentro das Forças Armadas. As oficiais promovidas são:

  • Contra-Almirante Daniela Leitão Mendes – Vice-diretora da Diretoria de Saúde da Marinha, tem uma carreira marcada pela excelência na gestão e coordenação de serviços médicos dentro da Força Naval.
  • Contra-Almirante Mônica Medeiros Luna – Vice-diretora do Centro de Perícias Médicas da Marinha, responsável por importantes decisões na avaliação de saúde dos militares.
  • Contra-Almirante Cláudia Regina Amaral da Silva Fiorot – Assistente do Departamento de Auditoria em Saúde, contribuindo para o aprimoramento da fiscalização e gestão dos serviços médicos da Marinha.
  • Contra-Almirante Post Mortem Gisele Mendes de Souza e Mello – Ex-diretora do Hospital Naval de Brasília e referência na área de geriatria, teve sua carreira marcada pela dedicação e compromisso com a saúde militar.

Essas promoções representam não apenas o reconhecimento do mérito e da competência das oficiais, mas também um passo importante na ampliação do espaço das mulheres em cargos estratégicos dentro da Força Naval.

Homenagem Póstuma à Contra-Almirante Gisele Mendes

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Foto: Divulgação

Pela primeira vez na história da Marinha, uma médica recebeu uma promoção póstuma ao posto de Contra-Almirante. Gisele Mendes de Souza e Mello faleceu tragicamente em dezembro de 2024, vítima de um disparo de arma de fogo de origem desconhecida durante uma cerimônia no Hospital Naval Marcílio Dias, no Rio de Janeiro.

Formada em Medicina pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), Gisele ingressou no serviço ativo da Marinha em 1995 e se especializou em geriatria. Durante sua carreira, exerceu funções de grande relevância, como superintendente de saúde no Hospital Naval Marcílio Dias e diretora do Hospital Naval de Brasília. Além disso, participou de cursos internacionais, como o 11º Curso de Ética Militar e o 23º Curso de Direito Internacional dos Conflitos Armados, na Suíça, reafirmando seu compromisso com a excelência profissional.

A promoção póstuma de Gisele Mendes será formalizada pelo Ministro da Defesa e encaminhada ao Presidente da República para ratificação, prevista para 31 de março de 2025. Sua dedicação e legado permanecerão como inspiração para futuras gerações de militares da área de saúde.

O Avanço das Mulheres na Marinha do Brasil

A presença feminina nas Forças Armadas brasileiras teve início com a Marinha, que criou o Corpo Auxiliar Feminino na década de 1980. Desde então, as mulheres vêm conquistando cada vez mais espaço, assumindo funções estratégicas e de comando.

Em 2012, a Marinha promoveu sua primeira mulher ao posto de Almirante. Em 2023, Maria Cecília Conceição tornou-se a primeira Contra-Almirante da área da Saúde, e agora, em 2025, a promoção de quatro mulheres a Oficial-General reforça essa trajetória de avanços. Maria Cecília, inclusive, assumirá um novo desafio como Diretora do Hospital Naval Marcílio Dias, sendo a primeira mulher a ocupar essa posição na maior unidade de saúde da Marinha.

Atualmente, as mulheres integram todos os corpos e quadros da Força, incluindo áreas operacionais. Em 2024, a primeira turma de Soldadas Fuzileiras Navais concluiu sua formação, um marco na história da instituição. Além disso, militares femininas têm desempenhado papéis fundamentais em missões internacionais, como a Força-Tarefa Marítima da ONU no Líbano e a Missão de Paz na República Centro-Africana, que garantiu ao Brasil o prêmio de Defensora Militar da Igualdade de Gênero da ONU por dois anos consecutivos.

A promoção histórica das quatro Contra-Almirantes não apenas fortalece o papel da mulher na Marinha, mas também abre caminho para futuras gerações, consolidando a inclusão e a equidade dentro das Forças Armadas.

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