Isser, ou Isar, Harel – um dos principais nomes do Mossad

O Mossad é o serviço de inteligência e operações especiais do Estado de Israel. Foi criado em 13 de dezembro de 1949 e oficializado em março de 1951. É considerado o serviço secreto mais eficiente do mundo, estando à frente, portanto, da CIA, americana, e da antiga KGB, soviética. As origens do Mossad remontam aos esquadrões de elite da expedição judaica da Segunda Guerra Mundial e à formação das Forças de Defesa de Israel no fim dos anos 1940.

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Origens do Mossad

É sabido que o Estado de Israel tornou-se independente em 14 de maio de 1948, fato que desencadeou a Primeira Guerra árabe-israelense no Oriente Médio. Nessa guerra e em combates anteriores contra árabes palestinos, Israel valeu-se das Forças de Defesa de Israel, compostas por milícias paramilitares, como a Haganá, e membros remanescentes da Jewish Brigate Group, divisão judaica que atuou na Segunda Guerra Mundial, em Tarvisio, na Itália. Cabe dizer que, entre os membros das duas organizações, havia tanto espiões quanto executores de operações secretas (como sequestros e assassinatos).

Um dos primeiros espiões judeus foi Ezra Danin, um agricultor que conhecia bem os hábitos dos líderes dos exércitos árabes da Palestina. Danin entrou para a Haganá e passou a coletar informações de localização, placas de carro, etc., todos os elementos de inteligência necessários para executar operações secretas. Foi Danin que criou o Shai, unidade da Haganá especializada em espionagem, cujos membros integrariam, posteriormente, o Mossad.

Já entre os membros do Jewish Brigate Group, havia os chamados nokmin (assassinos vingadores), que, em solo europeu, durante a Segunda Guerra, perseguiam e matavam, secretamente, oficiais da SS e da Gestapo nazistas vinculados ao holocausto. Entre seus membros, estava Israel Karmi, Maier Shorea, Haim Harkov, Shev Kerem e AbbaKovner. Os homens treinados por esse último formaram a primeira geração de agentes da Mossad.

Captura de Eichmann na Argentina

O primeiro diretor (memuneh) da Mossad, indicado pelo então primeiro-ministro David Ben-Gurion, foi Isser Harel. Harel foi o articulador e comandante da primeira operação de grande porte do Mossad, que projetou o nome do serviço secreto a nível internacional: a captura do ex-tenente-coronel da SS nazista, Adolf Eichmann, na Argentina. Eichmann foi capturado pelo grupo do agente Raphael Eitan em 11 de maio de 1960 e foi levado para julgamento em Jerusalém.

O “baioneta” do Mossad

De 1963 em diante, o Primeiro-ministro David Ben-Gurion decidiu pela criação de uma unidade do Mossad que atendesse diretamente a ele e que o sucedesse no cargo. A unidade foi estabelecida pelo diretor Meir Amit e batizada por ele como “Kidon”, isto é, “Baioneta”. Segundo o investigador Eric Frattini:

O próprio Amit, que batizaria a unidade de kidon (“Baioneta”), estabeleceu a norma básica para suas atuações: “Não haverá matanças de líderes políticos; estes devem ser tratados através de meios políticos. Não se matará a família dos terroristas; se seus membros se puserem no caminho, não será problema nosso. Cada execução tem de ser autorizada pelo então primeiro-ministro. E tudo deve ser feito segundo o regulamento. É necessário redigir uma ata da decisão tomada. Tudo limpo e claro. Nossas ações não devem ser vistas como crimes patrocinados pelo Estado, mas sim como última ação judicial que o Estado pode oferecer. Não devemos ser diferentes do carrasco ou de qualquer executor legalmente nomeado. [1]

O Mossad, então, a partir de meados da década de 1960, perpetrou uma sucessão de operações contra alvos considerados ameaçadores. Entre essas operações, podemos considerar as mais expressivas:

  • a Operação Riga, de 1965, na América do Sul (Brasil e Uruguai), que caçou e executou Herbert Cukurs, responsável pelo massacre de 30 mil judeus no gueto de Riga;

  • a Operação Cólera de Deus, em 1972 e 1973, que teve como alvo os terroristas palestinos envolvidos no massacre da delegação israelense das Olimpíadas de Munique;
  • a Operação Engenheiro, de 1996, cujo alvo foi Yehlya, especialista em explosivos e membro do Hamas, grupo terrorista palestino;
  • a Operação Netron, levada a cabo entre 2006 e 2011 e que liquidou três cientistas do Irã acusados de estarem envolvidos no projeto desse país de produção de armas nucleares.

NOTAS

[1] FRATTINI, Eric. Mossad, os carrascos do Kidon: a história do temível grupo de operações especiais de Israel. Trad. Alessandra Miranda de Sá. 1ª ed. São Paulo: Seoman, 2014. p. 17.

Por: Cláudio Fernandes – Prepara Enem

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).