Monstro do Lago Ness: 90 anos de um mistério global

Foto famosa do Monstro do Lago Ness.
Foto: Reprodução
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No dia 21 de abril de 1934, o mundo conheceu um dos maiores mistérios da era moderna. Publicada pelo jornal britânico Daily Mail, a imagem de uma figura misteriosa emergindo das águas do Lago Ness, na Escócia, deu origem a uma das lendas mais fascinantes da criptozoologia. Noventa anos depois, o Monstro do Lago Ness, ou simplesmente Nessie, ainda habita o imaginário coletivo — entre teorias, caçadas, filmes e uma fé inabalável dos que juram tê-lo visto.

Pesquisas nas profundezas: ciência versus lenda

Desde o famoso clique de 1934, a comunidade científica empreendeu diversos esforços para desvendar a verdade por trás do mito. Em 2003, a BBC organizou uma expedição com 600 sonares e mergulhadores, sem qualquer resultado conclusivo. Mais recentemente, em 2019, pesquisadores da Nova Zelândia realizaram um levantamento genético das águas do lago, encontrando rastros de DNA de enguias gigantes, hipótese que alimentou uma nova linha de explicações.

A morfologia geológica do Lago Ness também ajuda a manter o mistério vivo: trata-se de um lago longo, profundo e com visibilidade extremamente baixa devido ao acúmulo de turfa. Sua profundidade máxima ultrapassa os 220 metros, e há quem diga que fissuras desconhecidas conectam o lago a outras regiões, criando esconderijos ideais para uma criatura evasiva. Ainda assim, nenhuma evidência sólida foi apresentada — apenas vídeos, fotos questionáveis e relatos não verificados.

Do mito ao marketing: Nessie como ícone cultural

Mais do que um possível animal pré-histórico sobrevivente, Nessie tornou-se um símbolo escocês. Sua figura está em souvenirs, guias turísticos e até selos postais. A pequena cidade de Inverness e a região das Highlands recebem milhares de turistas todos os anos, atraídos pela possibilidade de um vislumbre da criatura — e, claro, por uma boa história.

O Monstro do Lago Ness também marcou presença em animações como Scooby-Doo, Johnny Test e Phineas e Ferb, foi citado em jogos como Super Mario 64 e Top Gear, e até enfrentado por Lara Croft em Tomb Raider III. A indústria cultural apropriou-se do mito, transformando-o num ícone pop que transcende gerações.

Quando a fraude não destrói a fé

A famosa “Surgeon’s Photo” de 1934 foi desmascarada apenas em 1994 como uma fraude — um brinquedo flutuante com pescoço de plástico, armado por Marmaduke Wetherell, um repórter em busca de fama. Mesmo assim, o impacto já havia sido consolidado. O mito seguiu firme, alimentado por novos relatos, vídeos de baixa resolução e muita imaginação.

Casos como o de Nessie revelam uma verdade curiosa: nem sempre é preciso acreditar para se encantar. Há quem defenda com paixão a existência do monstro, e há quem o veja como puro folclore moderno. Entre ciência, ficção e cultura, o Monstro do Lago Ness segue onde sempre viveu — nas profundezas das águas turvas e no fundo da imaginação humana.

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Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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