Militares da Marinha celebram o Natal longe das famílias em regiões isoladas

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Enquanto muitas famílias se reúnem para celebrar o Natal, militares da Marinha do Brasil na Antártica e na Ilha da Trindade enfrentam a distância e o isolamento para cumprir suas missões. Em ambientes inóspitos, como a Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF) e o Posto Oceanográfico da Ilha da Trindade (POIT), eles celebram a data com simplicidade, reforçando os valores de união e dedicação que marcam suas jornadas longe de casa.

Natal na Antártica: desafios e resiliência no extremo sul do planeta

A Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF) é um dos postos mais isolados e desafiadores operados pela Marinha do Brasil. Em meio ao gelo e às temperaturas extremas, os militares responsáveis pela manutenção e operação da estação enfrentam não apenas os desafios físicos, mas também o impacto emocional de estarem longe de casa em datas tão simbólicas como o Natal.

Apesar das saudades, Giselle, esposa do Sargento Diniz, reafirma o orgulho do trabalho desempenhado pelo marido na EACF ‒ Imagem: Arquivo pessoal

O Primeiro-Sargento Paulo Henrique Miguel Diniz, responsável pela eletricidade na estação, descreve a missão como uma experiência única, mas desafiadora. “Mesmo distante, procuramos manter o espírito natalino vivo. Vamos agradecer pela vida, pelas nossas famílias e pelo sucesso da missão. Esse momento reforça nossa fé e nosso compromisso com o Brasil.”

No entanto, o isolamento cobra seu preço. Giselle Diniz, esposa do sargento, conta como é difícil passar o Natal sem o marido. “Nós sempre jantamos juntos à meia-noite no Natal. Este ano, sentiremos muito a falta dele à mesa. Mas estamos unidos em espírito, e saber que ele está cumprindo uma missão tão importante nos traz orgulho.”

Mesmo com a distância, a celebração na Antártica busca manter o calor humano. Uma singela ceia é preparada, e mensagens são trocadas com as famílias. A dedicação dos militares vai além do dever: é um ato de amor ao país e ao propósito da missão.

Vida e missão no Posto Oceanográfico da Ilha da Trindade (POIT)

Localizada a mais de 1.200 km da costa brasileira, a Ilha da Trindade é um dos locais mais isolados sob a responsabilidade da Marinha do Brasil. O Segundo-Sargento Rodrigo Leal Ramos, que atua como trilheiro na ilha, fala sobre a experiência de passar o Natal em uma missão tão distante.

“É a primeira vez que fico longe da família no Natal por tanto tempo. Já estive ausente por um dia ou outro devido ao serviço, mas nunca assim. Ainda assim, sei que o que estamos fazendo aqui é essencial.”

Como trilheiro na Ilha da Trindade, o Sargento Leal garante que as incursões de militares e pesquisadores sejam feitas de forma profissional e segura ‒ Imagem: Arquivo pessoal

Como trilheiro, ele tem a missão de garantir a segurança das incursões de militares e pesquisadores pela ilha. Enquanto cumpre seu papel com dedicação, sua esposa Andreia e seu filho Rodriguinho, de apenas seis anos, sentem sua ausência. “Ele sempre faz uma salada de frutas especial no Natal. Este ano, teremos que nos virar sem ele. Mas estamos muito orgulhosos do trabalho que ele está realizando.”

A Guarda-Marinha Gabriela Tonon considera o Natal um momento de reflexão: é possível buscar sermos pessoas melhores durante todo o ano, não apenas nas festas ‒ Imagem: Arquivo pessoal

A médica Guarda-Marinha Gabriela Regal Tonon também integra a equipe na Ilha da Trindade. Acostumada com plantões em datas comemorativas, ela encara o Natal na ilha como um momento de reflexão. “Natal é empatia, é solidariedade. Mesmo longe das famílias, compartilhamos aqui um sentimento de união que aquece nossos corações.”

Na ilha, uma pequena ceia é organizada para reunir os militares. Mesmo que breve, a celebração reforça valores essenciais como companheirismo, resiliência e gratidão, características que marcam o trabalho dessas equipes.

O impacto emocional do Natal longe das famílias

Estar longe de casa no Natal é um desafio não apenas para os militares, mas também para seus familiares. A ausência física é sentida à mesa, durante a ceia, nas trocas de presentes e nos abraços apertados.

Para os militares, a saudade é aliviada pelo propósito maior de suas missões. O Sargento Diniz, na Antártica, e o Sargento Leal, na Ilha da Trindade, compartilham o mesmo sentimento: o orgulho de servir ao país e contribuir com algo maior.

Giselle Diniz, esposa do sargento na EACF, resume esse sentimento: “Nós sentimos falta dele todos os dias, mas entendemos a importância do trabalho que ele está fazendo. Natal é amor, e o amor não tem distância.”

Antonio Pedro Tonon, pai da Guarda-Marinha Gabriela, reforça o orgulho pela filha: “Embora estejamos longe, estamos conectados. A missão que ela cumpre nos enche de orgulho, e isso faz com que a saudade se transforme em força.”

Para minimizar o impacto emocional, as equipes nos postos remotos buscam manter tradições simples, como pequenas celebrações, troca de mensagens com as famílias e momentos de reflexão. Cada gesto, por menor que seja, reforça os laços que unem esses militares às suas famílias, mesmo a milhares de quilômetros de distância.

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Marcelo Barros, com informações e imagens da Agência Marinha
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

4 COMENTÁRIOS

  1. Sou de Marinha mercante, quantas e quantas vezes festividades, aniversário fora de casa, guerras , conflitos por ai a fora , e nunca ninguém sequer sabe que existe marinheiros mercantes neste exato momento fora de casa.

  2. É bom mandar o Fernando Adad e sua equipe passar o Natal distante de suas famílias, pra que eles sintam na pele como é a vida dos militares das forças Armadas.
    Esse é o privilégio que todos falam da força?

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