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Em meio ao silêncio cortante do Rio Tocantins, mergulhadores da Marinha do Brasil e do Corpo de Bombeiros seguem incansáveis na busca por vítimas do desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira. A operação, que exige precisão técnica e coragem, localizou mais dois corpos na tarde de quarta-feira (25), apesar dos riscos de contaminação química e das condições adversas de mergulho.
Detalhes da operação de busca e resgate
A complexa operação de busca e resgate no Rio Tocantins mobilizou equipes altamente treinadas da Marinha do Brasil e dos Corpos de Bombeiros dos estados do Maranhão, Pará e Tocantins. Ao todo, são 29 mergulhadores envolvidos, seis deles da Marinha.
Os mergulhos têm sido realizados com a técnica autônoma, em que os mergulhadores carregam cilindros de ar, garantindo maior mobilidade em meio aos escombros. A baixa visibilidade, variando entre dois e quatro metros, exige extrema perícia e cuidado durante as buscas. Além disso, a correnteza, embora reduzida devido ao fechamento das comportas de uma represa local, ainda representa um desafio constante.
Os principais obstáculos encontrados incluem a presença de escombros submersos instáveis, possibilidade de enrosco nos destroços e risco de objetos cortantes. A operação requer planejamento detalhado para garantir a segurança das equipes e a eficácia nas buscas, que seguem ininterruptas desde a chegada dos militares ao local.
Riscos de contaminação no Rio Tocantins
Entre os veículos que caíram no Rio Tocantins durante o desabamento estão dois caminhões carregados com produtos químicos tóxicos. Substâncias como ácido clorídrico, hidróxido de sódio, cloro e bromo representam riscos graves tanto para os mergulhadores quanto para o meio ambiente.
Para mitigar esses riscos, os militares utilizam roupas secas específicas, projetadas para ambientes contaminados, além de técnicas de mergulho dependente, em que o ar é fornecido por meio de mangueiras conectadas a um compressor ou cilindros na superfície.
O Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM) está analisando amostras da água para mapear os níveis de contaminação. Caso seja confirmada uma contaminação significativa, procedimentos adicionais serão adotados, incluindo o uso de câmaras hiperbáricas móveis para emergências e protocolos rigorosos de descontaminação após cada mergulho.
Além da proteção individual, todos os equipamentos — incluindo cilindros, roupas e capacetes — passam por processos específicos de higienização para evitar contaminação cruzada, reforçando a segurança dos envolvidos na operação.
Impacto humano e continuidade das buscas
Até o momento, seis corpos foram localizados pelas equipes de busca, enquanto 11 pessoas permanecem desaparecidas. Cada mergulho representa não apenas uma missão técnica, mas também uma entrega emocional dos militares envolvidos, que compreendem o impacto de seu trabalho para as famílias que aguardam respostas.
O Capitão-Tenente Escafandrista Kayo Cuevas de Azevedo Soares Torres, coordenador da operação, reforçou o compromisso inabalável das equipes: “Faremos quantos mergulhos forem necessários, tudo que for possível para cumprir nossa missão, independentemente de quanto tempo leve.”
A operação segue com suporte de helicópteros UH-15 (Super Cougar), embarcações de apoio, motos aquáticas e viaturas terrestres. Além disso, militares especializados em Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica (NBQR) estão à disposição para intervenções emergenciais.
As famílias das vítimas acompanham cada atualização com esperança e apreensão. Enquanto isso, os mergulhadores permanecem mobilizados, determinados a cumprir a missão até que todas as vítimas sejam localizadas e o cenário, completamente inspecionado.
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