Na tarde de ontem foi lançado, no AMRJ, o livro: “A construção Naval Militar no Brasil: Passado de glórias. Futuro de vitórias!”. Com 188 páginas e 6 capítulos, o livro traz ao público uma retrospectiva histórica da Construção Naval Militar no Brasil. Descreve esta trajetória a partir da sua origem, com a criação do Arsenal do Rio de Janeiro, pelo Conde Da Cunha, nos idos de 1763; passa pelos grandes construtores, e pela construção de navios pelo Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, tendo como fio condutor a evolução tecnológica dos seus meios de propulsão, da vela à turbina. E culmina com a construção de submarinos. Em seguida, a obra cita as construções em andamento e encerra com as perspectivas de futuro para a construção naval na Marinha.

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Para o autor e organizador do livro, Capitão de Mar e Guerra Cleber Ribeiro da Silva, “a construção naval no Brasil gera empregos, faz a tecnologia evoluir e gera expertise. Aqui no Arsenal, além dos navios, temos o potencial do nosso pessoal. É unânime em todos que conversei para fazer o livro, o fascínio e o espírito da construção naval. Nós temos no Arsenal desde os trabalhadores mais antigos, que conseguem descrever com detalhes todos os projetos em que eles trabalharam, até militares recém chegados, todos encantados pela construção naval. Então, esse é o espírito que move quem aqui trabalha, essa capacidade, essa qualidade com que os navios são produzidos pelo Arsenal por esses quase 260 anos e ainda com uma perspectiva de futuro brilhante”, recorda ele.

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O livro está disponível, gratuitamente, no site da Marinha, em formato de e-book, e será distribuído de forma impressa a algumas bibliotecas e instituições de ensino da área de construção naval.

A importância da gestão de conhecimento no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro

A construção naval nas instalações do AMRJ possibilita um maior conhecimento e, consequentemente, uma melhor condução dos sistemas do navio por parte da nova tripulação, assim como a manutenção do know-how de construção naval pelo corpo técnico do Arsenal, como afirma Diretor do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, Contra-Almirante (EN) José Luiz Rangel da Silva. “Essa construção sendo feita do zero pela Marinha. Além de outros ganhos, possibilita que nós estejamos totalmente capacitados para fazer a manutenção, pois conhecemos profundamente o navio, diferentemente de quando o compramos pronto. O pessoal envolvido sabe corrigir defeitos, dar soluções, e isso tudo motivou e motiva a buscar novas ideias. Por isso, é tão importante a gestão do conhecimento. Nessa construção tivemos militares recém-embarcados trocando aprendizado com outros militares e servidores civis com muita experiência”, reforçou ele.

Exemplo dessa manutenção de conhecimento e do aprimoramento de capacitação de pessoal está no encontro de gerações que trabalharam na prontificação do “NPa Maracanã”, como o encarregado do Grupo de Máquinas e Redes da Gerência de Construção Naval, engenheiro de tecnologia militar, César Fernando Cascardo de Niemeyer, que trabalhou na construção da Corveta “Barroso”, último navio de guerra entregue pelo Arsenal, em 2008. Mesmo com quase quarenta anos trabalhando no AMRJ, ele descreve a emoção de ver concluído mais um projeto: “ver o navio sendo construído, depois obtendo sucesso na prova de mar, e agora sendo entregue, é uma
satisfação muito grande. É muito bom vê-lo navegando depois de tanto trabalho, é uma sensação única para quem trabalhou na construção”, disse ele.
Atualmente, para aumentar o desempenho do AMRJ nas tarefas de construção e manutenção dos meios navais, foram feitas diversas mudanças estruturantes centradas em ações de melhorias dos processos, otimização da aplicação da mão de obra e aprimoramento das capacitações, bem como na recuperação da capacidade operacional. Essa construção elevou o nível de capacidade dos trabalhadores, e com isso, da atuação do estaleiro, como ressalta o adjunto da gerência, gerente de casco e encarregado da estrutura e acabamento do navio, Capitão-Tenente (Engenheiro Naval) Samuel Soares de Santana Lourenço. “A partir do momento que você visualiza a edificação efetivamente do navio, e que nenhum sistema é mais importante que outro porque todos são co- dependentes entre si, isso se torna extremamente importante tanto para a capacitação das pessoas envolvidas no processo da construção, quanto também para o estaleiro. É realmente algo que chega a emocionar, ver que essa construção está causando uma mudança de perspectiva, no pensamento em várias áreas, seja na esfera industrial, na parte gerencial e na estratégica”, reforçou o militar.
Tais incrementos possibilitam, ainda, a continuidade da atividade de construção de navios e embarcações no AMRJ, com o projeto de um novo Navio-Patrulha de 500 toneladas e a avaliação técnica e de infraestrutura necessárias à construção de Navios-Patrulha Oceânicos de até 1800 toneladas, além do planejamento, em andamento, de um Aviso de Instrução, destinado à formação de Oficiais do Corpo da Armada.

Marcelo Barros, com informações da Marinha do Brasil
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).