Marinha monitora radiação no litoral fluminense após visita de submarino nuclear

Foto: Marinha do Brasil
Não fique refém dos algorítimos, nos siga no Instagram, Telegram ou no Whatsapp e fique atualizado com as últimas notícias.

A Marinha do Brasil realizou um monitoramento radiológico no litoral fluminense durante a passagem do submarino nuclear norte-americano USS “Hampton” pela Base de Submarinos da Ilha da Madeira, em Itaguaí (RJ). A embarcação, equipada com um reator nuclear, trouxe à tona a importância de medidas preventivas para evitar possíveis vazamentos de radiação. Amostras de água e sedimentos do local estão em análise por especialistas do Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD).

Monitoramento Radiológico: Protocolos e Procedimentos

O monitoramento realizado pela Marinha seguiu um rigoroso protocolo de segurança nuclear, estabelecido para garantir a proteção ambiental e da população nas áreas próximas à Base de Submarinos. As coletas de amostras de água e sedimentos foram conduzidas com o apoio de técnicos do Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD), responsável pela análise dos materiais recolhidos.

Baía de Guanabara foi monitorada em maio deste ano, por ocasião da passagem do USS “George Washington” – Imagem: Marinha do Brasil

A cada passagem de embarcações nucleares pelas águas brasileiras, como o USS “Hampton”, são aplicados procedimentos preventivos para medir possíveis vazamentos de radiação. A coleta de amostras não se limita à água superficial: sedimentos do fundo do mar também são analisados, uma vez que podem reter traços de materiais radioativos. Além disso, medições diárias são feitas durante a estadia dessas embarcações, monitorando possíveis emissões que possam comprometer a segurança do ecossistema local.

Essa vigilância não é um caso isolado. Em maio deste ano, durante a visita do porta-aviões USS “George Washington” à Baía de Guanabara, a Marinha seguiu o mesmo protocolo. As ações de monitoramento garantem que o Brasil esteja em conformidade com os padrões internacionais de segurança nuclear, protegendo a população e preservando o meio ambiente.

O Impacto Ambiental e as Medidas de Prevenção

A presença de submarinos nucleares nas águas territoriais brasileiras exige atenção redobrada para minimizar riscos ao meio ambiente. O USS “Hampton”, como outras embarcações da classe, opera com um reator nuclear que, embora seguro em condições normais, pode representar uma ameaça caso ocorra algum defeito ou vazamento de radiação.

Área foi monitorada diariamente por militares da Marinha do Brasil e técnicos do IRD – Imagem: Marinha do Brasil

Entre os principais riscos ambientais associados a essas embarcações estão a contaminação da água e dos sedimentos marinhos, que poderiam afetar não apenas a fauna e a flora locais, mas também a saúde das populações costeiras. No entanto, a Marinha do Brasil, em conjunto com o IRD, adota medidas de mitigação rigorosas para garantir que a segurança seja mantida. O monitoramento constante, aliado a técnicas de análise de ponta, permite a detecção precoce de qualquer anomalia.

O Vice-Almirante Antônio Capistrano de Freitas Filho, Superintendente de Relações Institucionais e Comunicação Social da Secretaria Naval de Segurança Nuclear e Qualidade, destacou que o trabalho da Marinha é preventivo. “A tecnologia nuclear é um setor estratégico para a defesa nacional, mas envolve riscos que precisam ser tratados de forma adequada. Nosso monitoramento é parte de um protocolo de segurança que visa prevenir a contaminação radiológica proveniente de navios”, afirmou.

Cooperação Internacional e a Presença de Submarinos Nucleares

O submarino USS “Hampton” esteve no Brasil após participar do exercício multinacional “Unitas LXV”, que ocorreu no mar do Chile e contou com a participação de diversas nações, incluindo o Brasil, que enviou a Fragata “Liberal” para o treinamento. A presença de submarinos nucleares em águas brasileiras, como parte dessas operações conjuntas, reforça a importância da cooperação militar entre o Brasil e os Estados Unidos.

Esses exercícios multinacionais são essenciais para fortalecer as capacidades das Forças Armadas brasileiras e sua interoperabilidade com outras marinhas. Além disso, a troca de experiências e tecnologia em segurança nuclear é fundamental para que o Brasil possa lidar com os desafios trazidos pelo uso de energia nuclear em embarcações.

O Brasil segue rigorosamente os padrões internacionais de segurança nuclear, estabelecidos por entidades como a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). O país mantém uma forte parceria com os Estados Unidos no que se refere à cooperação técnica e científica, especialmente no que diz respeito ao uso e controle de tecnologia nuclear para fins militares e civis. Essa colaboração é vital para garantir que embarcações nucleares que transitam em águas jurisdicionais brasileiras cumpram com todas as normas de segurança.

Com o monitoramento radiológico contínuo e a colaboração entre as duas nações, o Brasil demonstra sua capacidade de proteger tanto seu território quanto seu meio ambiente, reforçando o compromisso com a segurança e a sustentabilidade nas operações que envolvem o uso de tecnologia nuclear.

Participe no dia a dia do Defesa em Foco

Dê sugestões de matérias ou nos comunique de erros: WhatsApp 21 99459-4395

Google News

Marcelo Barros, com informações e imagens da Agência Marinha
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor insira seu comentário!
Digite seu nome aqui