Marinha flagra transporte ilegal de madeira avaliado em R$ 200 mil

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Em uma operação de patrulha naval no Pará, a Marinha do Brasil interceptou uma embarcação que transportava ilegalmente cerca de 3.200 ripas de madeira, incluindo espécies ameaçadas de extinção. A carga, avaliada em aproximadamente R$ 200 mil, foi apreendida na Ilha do Marajó pelo Navio-Patrulha (NPa) “Pampeiro”, que constatou irregularidades ambientais e de segurança. O flagrante reforça a atuação das Forças Armadas no combate a crimes ambientais na Amazônia.

A operação e suas implicações ambientais

A extração ilegal de madeira é um dos grandes desafios ambientais da Amazônia, e a ação da Marinha reforça a importância da fiscalização nos rios da região. A embarcação abordada no município de Breves transportava dois tipos de madeira processada: Andiroba e Acapu. Enquanto a primeira é altamente valorizada na indústria moveleira, a segunda está na lista de espécies ameaçadas de extinção.

Sem a devida certificação ambiental, essa madeira geralmente vem de áreas de desmatamento ilegal, um problema que contribui para a degradação da floresta. O tráfico de madeira não afeta apenas a biodiversidade, mas também compromete as comunidades locais que dependem de recursos naturais para sobreviver.

A apreensão da carga demonstra como operações regulares de patrulha são essenciais para coibir essas atividades criminosas. “A fiscalização contínua é fundamental para garantir que recursos naturais sejam explorados de forma sustentável e legal”, destaca um oficial da Marinha.

Agora, o material apreendido passará por análise dos órgãos ambientais, que definirão o destino da carga e as penalidades para os responsáveis.

Ação conjunta e desafios da segurança fluvial

A abordagem feita pelo Grupo de Visita e Inspeção (GVI) do NPa “Pampeiro” revelou mais do que a carga ilegal. Os militares identificaram uma série de irregularidades que colocavam em risco tanto a tripulação quanto a navegação.

Nenhum dos tripulantes possuía habilitação para conduzir a embarcação, que também não contava com os documentos exigidos para transporte. Além disso, itens básicos de segurança, como extintores de incêndio, estavam ausentes, tornando a navegação ainda mais perigosa.

A operação contou com o apoio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Breves (SEMMA-PA), que confirmou a ausência de documentação ambiental e deu suporte na apreensão da carga. Esse trabalho conjunto entre a Marinha e órgãos civis é essencial para ampliar o alcance das fiscalizações e garantir que as penalidades sejam aplicadas corretamente.

Porém, as operações enfrentam desafios gigantescos. A Amazônia possui uma rede fluvial extensa e de difícil acesso, o que exige um esforço contínuo para monitorar a região. O tráfego de embarcações clandestinas ainda é um problema recorrente, exigindo reforço nas patrulhas para conter esse tipo de crime.

O Navio-Patrulha “Pampeiro” e a proteção dos rios amazônicos

O Navio-Patrulha “Pampeiro” é peça-chave na fiscalização das águas da Amazônia. Construído no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, ele foi lançado ao mar em 1971 e, desde então, cumpre missões essenciais para a segurança e soberania do Brasil na região.

Subordinado ao Comando do 4º Distrito Naval, o “Pampeiro” tem jurisdição sobre os estados do Pará, Amapá, Maranhão e Piauí, atuando na fiscalização do tráfego aquaviário, na repressão a crimes ambientais e no apoio às comunidades ribeirinhas.

Além do combate ao transporte ilegal de madeira, o navio já participou de diversas operações de patrulha, incluindo apreensões de pesca predatória e tráfico de drogas. Seu papel vai além da fiscalização, sendo também um importante meio de conscientização sobre a importância da preservação ambiental e do uso sustentável dos recursos naturais da Amazônia.

A presença da Marinha na região é um lembrete de que a proteção do meio ambiente exige um esforço constante. Com a floresta amazônica cada vez mais ameaçada, operações como essa são fundamentais para garantir que a exploração dos recursos naturais aconteça de maneira responsável e legal.

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Marcelo Barros, com informações e imagens da Agência Marinha
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).