Foi realizado, no dia 9 de setembro, o webinário “Uso da Energia Nuclear no Brasil e no Mundo”. O evento, organizado pela Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN) e mediado por seu Presidente, Celso Cunha, possibilitou a reunião de representantes de diversas instituições com o Diretor-Geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Embaixador Rafael Mariano Grossi. Entre as autoridades, participou o Diretor-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen, com o propósito de discutir os principais assuntos relacionados ao emprego da energia nuclear, no âmbito nacional e internacional.

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Representando o Ministro das Minas e Energia, Almirante de Esquadra Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Junior, o Vice-Almirante Ney Zanella dos Santos realizou uma apresentação abrangente sobre aspectos de planejamento estratégico daquela Pasta, destacando o aumento da participação do segmento núcleo-elétrico de geração na matriz energética brasileira nos próximos anos. Enfatizou também que o modelo de retomada das obras de Angra III está em fase final de detalhamentos.

Em sua exposição, o Diretor-Geral da AIEA evidenciou o apoio daquela Agência ao Brasil, afirmando haver variadas possibilidades para aprimoramento dessa parceria. Salientou seu apoio ao Programa Nuclear Brasileiro, ressaltando suas expectativas positivas em relação à retomada de Angra III. Encerrou suas palavras realçando o caráter histórico do trabalho da Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (ABACC), afirmando que pretende reforçar o relacionamento entre ambas as agências.

O Embaixador Permanente na AIEA, Marcel Biato, frisou a expressiva participação de brasileiros na AIEA e a importância do aumento da cooperação técnica entre a Agência e o Brasil.

Durante a sua manifestação, o Almirante de Esquadra Olsen comentou sobre como a Marinha do Brasil tem perseguido a obtenção da tecnologia nuclear aplicada à propulsão de submarinos, concomitantemente às diversas fases do domínio do ciclo do combustível nuclear, atividades que têm envolvido número substancial de universidades e empresas, adicionalmente aos benefícios advindos do uso dual dessa tecnologia. Ponderou também que o Acordo Quadripartite (CSA) traz o entendimento de que a propulsão nuclear para submarinos, assim como sua planta correlata em terra, são atividades (não proscritas) pacíficas, e que o Brasil fará uso desses termos (constantes do referido Acordo de Salvaguardas Abrangentes) no médio prazo, interrogando ao Embaixador Grossi maneiras de a MB fortalecer seus mecanismos de relacionamento com a AIEA no sentido de que a condução do processo em análise possa ser o mais transparente e cooperativo possível.

O webinário contribuiu para estreitar os laços entre a AIEA e o Setor Nuclear brasileiro, assim como com a MB, em sentido mais estrito, fortalecendo, ainda, as relações institucionais com a ABACC e o Acordo Quadripartite entre esta última, a AIEA e os governos do Brasil e da Argentina.

Fonte: CCSM

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).