Marinha do Brasil: mergulhadores enfrentam desafios em resgate no Rio Tocantins

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Sob as águas turvas e traiçoeiras do Rio Tocantins, mergulhadores da Marinha do Brasil enfrentam desafios extremos na missão de resgate às vítimas do desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira. Equipados com tecnologia de ponta, como câmaras hiperbáricas e capacetes especiais, esses profissionais demonstram preparo técnico e coragem para atuar em um cenário marcado por destroços, visibilidade reduzida e profundidades superiores a 40 metros.

Técnicas de mergulho utilizadas na operação de resgate

As operações de resgate no Rio Tocantins exigiram o uso de duas técnicas específicas: o mergulho autônomo e o mergulho a ar dependente. O mergulho autônomo é empregado principalmente para identificar e marcar pontos de interesse submersos, funcionando como uma primeira etapa de reconhecimento do cenário. Já o mergulho a ar dependente permite ao profissional permanecer submerso por mais tempo, explorando detalhadamente as áreas identificadas.

No mergulho a ar dependente, o tradicional cilindro de ar dá lugar a um capacete especial conectado a uma fonte de ar externa. Essa técnica garante maior autonomia ao mergulhador, permitindo operações mais prolongadas e eficazes em profundidades superiores a 40 metros.

Cada missão conta com uma equipe coordenada e bem definida. O mergulhador principal, conhecido como vermelho, realiza a tarefa central de exploração. O mergulhador amarelo garante a segurança do principal, pronto para intervir em qualquer emergência. Já o mergulhador verde atua como reserva, preparado para substituir qualquer um dos dois, se necessário.

Entre os principais desafios enfrentados estão os destroços submersos, como cabos de aço, peças de concreto e estruturas metálicas, que representam riscos tanto para a integridade física dos mergulhadores quanto para a eficácia das buscas.

A importância da câmara hiperbárica para a segurança dos mergulhadores

A câmara hiperbárica, que conta com câmara e antecâmara, precisa de uma equipe de médicos e enfermeiros especializados para operá-la e garantir a segurança das atividades de mergulho – Imagem: SG Carlos

O trabalho submerso, especialmente em grandes profundidades, expõe os mergulhadores a riscos graves, como a doença descompressiva. Para mitigar esses perigos, a câmara hiperbárica é um equipamento vital.

A câmara cria um ambiente controlado, simulando a pressão atmosférica das profundidades alcançadas durante o mergulho. Isso facilita a eliminação do nitrogênio residual acumulado no organismo do mergulhador, evitando lesões neurológicas e danos aos tecidos.

De acordo com o Capitão de Corveta (Médico) Felipe Silva Rampazzo, a câmara hiperbárica pode acomodar até três pessoas simultaneamente e é operada por uma equipe médica especializada, composta por médicos e enfermeiros hiperbáricos. Durante a operação no Rio Tocantins, a câmara foi estrategicamente posicionada para permitir que um mergulhador em emergência fosse atendido em até sete minutos após o surgimento de sintomas críticos.

O tratamento pode durar entre três e cinco horas, dependendo da gravidade do quadro clínico. A estrutura montada pela Marinha para essa missão incluiu dois médicos especializados e dois enfermeiros hiperbáricos, garantindo o suporte necessário para intervenções imediatas.

O preparo e a prontidão dos mergulhadores da Marinha do Brasil

Por trás de cada operação de resgate, há anos de treinamento rigoroso. Os mergulhadores da Marinha são formados no Centro de Instrução e Adestramento Almirante Átilla Monteiro Aché (CIAMA), no Rio de Janeiro. Durante o curso, os militares são preparados para operar em cenários extremos, enfrentando correntes fortes, visibilidade quase nula e estruturas submersas instáveis.

O trabalho em equipe é outro pilar essencial para o sucesso das missões. Cada mergulhador conhece seu papel com precisão, garantindo que as operações sejam executadas com máximo profissionalismo e segurança.

Além das equipes submersas, a operação no Rio Tocantins contou com apoio aéreo e terrestre. Helicópteros UH-15 (Super Cougar) foram mobilizados, assim como embarcações de patrulha e viaturas de suporte. O esforço conjunto incluiu, ainda, a participação de Corpos de Bombeiros de vários estados brasileiros e empresas privadas, formando uma força-tarefa multidisciplinar focada na eficiência e segurança do resgate.

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Marcelo Barros, com informações e imagens da Agência Marinha
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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