Marinha do Brasil apresenta potencial da Economia Azul em evento internacional

Foto: Marinha do Paquistão
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O Brasil foi um dos destaques da AMAN Dialogue 2025, conferência internacional promovida pela Marinha do Paquistão como parte do exercício naval AMAN 2025. Representada pela Marinha do Brasil (MB), a delegação brasileira apresentou um painel sobre Economia Azul, abordando a relevância do setor para a segurança marítima e para a economia global. O evento contou com a presença de chefes de Marinha, Guardas Costeiras e especialistas de cerca de 60 países, consolidando o Brasil como um parceiro estratégico no cenário marítimo internacional.

A participação do Brasil na AMAN Dialogue 2025

A AMAN Dialogue 2025 aconteceu nos dias 8 e 9 de fevereiro, na Academia Naval do Paquistão, na cidade de Karachi. Com o tema “Mares seguros, futuro próspero”, a conferência reuniu líderes militares, acadêmicos e especialistas em segurança marítima de cerca de 60 países para debater estratégias contra ameaças nos oceanos e reforçar a cooperação internacional.

A Marinha do Brasil teve papel de destaque ao apresentar um painel sobre Economia Azul, conduzido pelo Comandante de Operações Marítimas e Proteção da Amazônia Azul (COMPAAz), Contra-Almirante Alexandre Itiro Villela Assano. Durante a palestra, o Almirante ressaltou a importância da Amazônia Azul para o Brasil e os desafios da proteção das águas jurisdicionais brasileiras.

O evento contou com a presença de autoridades internacionais, incluindo o Chefe do Estado-Maior da Marinha do Paquistão, Almirante Naveed Ashraf, que destacou a importância do compartilhamento de informações e da cooperação tecnológica para garantir a segurança marítima global.

O conceito de Economia Azul e sua importância para o Brasil

A Economia Azul é definida pelo Grupo Banco Mundial como o desenvolvimento sustentável das atividades econômicas nos oceanos, garantindo o equilíbrio entre crescimento econômico, preservação ambiental e segurança marítima. No Brasil, esse conceito tem grande relevância devido à extensa costa e aos recursos estratégicos da Amazônia Azul.

Principais números da Economia Azul no Brasil:

  • 97% do comércio exterior brasileiro é feito pelo mar
  • Setores ligados ao oceano representam até 16% do PIB nacional
  • Mais de 20 milhões de brasileiros dependem economicamente do mar
  • 45% do pescado consumido no Brasil vem da atividade pesqueira marítima
  • Cabos submarinos instalados na plataforma continental transmitem 95% dos dados de internet do país

Além disso, a plataforma continental brasileira abriga grandes reservas de petróleo e gás, além de minerais estratégicos, como cobalto, níquel e carbonato de cálcio. Dessa forma, a proteção e exploração sustentável desses recursos são fundamentais para o desenvolvimento do Brasil.

Cooperação internacional e segurança marítima

Foto: Marinha do Japão

A segurança marítima é um dos pilares da Economia Azul, pois crimes como pirataria, pesca ilegal, poluição e tráfico de drogas ameaçam as atividades econômicas e a preservação ambiental dos oceanos. No evento, a Marinha do Brasil destacou a importância da cooperação internacional para enfrentar esses desafios.

O Comando de Operações Marítimas e Proteção da Amazônia Azul (COMPAAz) é um exemplo desse esforço, monitorando o tráfego de embarcações além das águas jurisdicionais brasileiras com o apoio de parceiros internacionais, como Estados Unidos, Canadá, Itália e Singapura. Durante a AMAN Dialogue 2025, a MB iniciou tratativas para incluir a Marinha do Paquistão nesse intercâmbio de informações, por meio do Joint Maritime Information Coordination Centre (JMICC), organização responsável pela segurança marítima no país asiático.

O Almirante Assano ressaltou a relevância dessas parcerias para garantir a proteção do comércio marítimo global:

“Em 2022, o comércio entre Brasil e Paquistão movimentou mais de 1,4 bilhão de dólares, sem contar as transações com outros países da região. Isso demonstra a importância de um ambiente marítimo seguro e a necessidade de cooperação entre as nações.”

A presença do Brasil na AMAN Dialogue 2025 reforçou o compromisso da Marinha do Brasil com a proteção da Amazônia Azul e o desenvolvimento sustentável dos mares. O evento fortaleceu os laços diplomáticos e abriu novas oportunidades para parcerias estratégicas no setor marítimo internacional.

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Marcelo Barros, com informações e imagens da Agência Marinha
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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